Dezesseis apenados participam do Projeto Transformar em Erechim
Oportunidade para reconstruir a vida pelo trabalho e o esforço pessoal. Esses são alguns dos objetivos do Projeto Transformar, realizado com detentos do semiaberto do Presídio Estadual de Erechim, que possibilita ao apenado ter metas, objetivos e um novo rumo na vida. A iniciativa é da Prefeitura de Erechim, por meio da Secretaria de Gestão e Governança, coordenado pela Defesa Civil, com apoio da Força Voluntária Alto Uruguai e da Superintendência dos Serviços Penitenciários (SUSEPE).
Reinserção social
A coordenadora do Projeto Transformar, Marcia Bartmer, junto com Ronaldo Manica, explica que, atualmente, há 14 detentos atuando no projeto e mais 6 vagas abertas. “Mas que com a ajuda do administrador do Presídio Estadual de Erechim logo estas vagas estarão preenchidas. A novidade é que, agora, temos também uma mulher participando do projeto e outra apenada na fila aguardando a resposta do Poder Judiciário, para somar junto a todos nós”, comenta.
O Projeto Transformar proporciona a efetiva reinserção social dos detentos do semiaberto, que usam tornozeleira eletrônica. Eles trabalham durante o dia e à noite retornam para dormir em casa.
Resultados muito positivos
Conforme a coordenadora, Marcia Bartmer, a avaliação do Projeto Transformar é muito positiva, porque os apenados, por meio do trabalho, mudaram a maneira de ver a realidade. “Nenhum dos participantes do projeto teve reincidência, ninguém voltou a cometer crimes, e isso é muito significativo. Muito pelo contrário, eles conseguiram adquirir motos, carros, fazer a carteira de habilitação, com recursos próprios. Agora, estamos pleiteando para que eles voltem a estudar”, explica.
E, acrescenta, Marcia Bartmer, “o mais importante, é grande a vontade deles em mudar a própria realidade, a condição em que vivem, e acredito que isso seja resultado do projeto, que possibilitou a eles serem úteis e terem reconhecimento social”.
Diminuição de pena
Além do projeto auxiliar o detento a voltar ao mercado de trabalho, a cada três dias trabalhados, o apenado ganha um dia de remissão, diminuição da pena. Quem participa do projeto recebe um salário-mínimo da prefeitura pelo PAC, sendo que 80% fica com o detento e 20% vai para o pecúlio, que eles sacam quando acabar a pena.
Atividades
“Os trabalhos continuam a todo vapor em várias secretarias municipais da Prefeitura de Erechim. Eles fazem carregamento e descarregamento de materiais; ajudam a fazer pontes no interior do município; levar água para área rural; demolições, como da antiga escola Caras Pintadas; separar o material que vai para a Habitação, para posterior doação a entidades do município; construção do estacionamento da nova UBS do bairro Progresso; retirada de árvores de risco dentro da área urbana e no interior”, relata.
Os apenados ajudam, também, a cobrir casas destalhadas por temporais, auxiliar em enchentes, e retirar escombros das construções que pegam fogo. Para realizar todas estas atividades, os apenados fizeram o curso de capacitação de NR 35 e NR 18 e, também, de primeiros socorros, todos sendo certificados. Na Semana Farroupilha, os apenados construíram os galpões nas escolas municipais para as crianças realizarem as atividades, mateadas.
Conforme Marcia Bartmer, eles atuam, também, no recolhimento de lixo para prevenção da proliferação do mosquito da dengue. “Como no último sábado (8), em parceria com o Banco Santander de Erechim, funcionários do banco e os apenados realizaram um trabalho grande de recolhimento de entulhos em bairros da cidade. Essas ações de prevenção com o pessoal do banco irão ocorrer todos os sábados até dia 05/11”, afirma.
Liberdade
Três apenados, comenta a coordenadora Marcia Bartmer, entraram em liberdade, recentemente. Em pouco mais de um ano de projeto, no total, já são seis apenados que alcançaram a liberdade depois de passar pelo projeto. “Um deles foi o primeiro a participar do projeto e, hoje, trabalha com carteira assinada em uma empresa de Erechim. Ele se destaca nas tarefas que realiza, sempre com vontade e dedicação. O outro é empresário, tem loja de móveis e pelo esforço e empenho está tendo sucesso de vendas”, disse.
Vida livre
“O Projeto Transformar realmente esta inserindo todos na sociedade de maneira séria, nenhum dos integrantes retornou ao crime e ao presídio, muito pelo contrário, eles sonham com uma vida livre e de trabalho contínuo. Todos têm orgulho em trabalhar na Defesa Civil de nossa cidade”, ressalta a coordenadora Marcia Bartmer.
Por Assessoria de Comunicação