´Desgauchização´? Será?

Em visita à direção da Cooperalfa em março, o prefeito de Erechim, Luis Schmidt, disse estar sendo alertado por algumas lideranças da Alto Uruguai, para tomar certo cuidado com apoio à chegada de forças econômicas externas, pois “Erechim poderia se desgauchizar”. Segundo ele, tais pensamentos são, no mínimo, questionáveis, afinal, “o que se pretende é reacender as chamas do desenvolvimento, sem que isso signifique rasgar nossa identidade; precisamos acreditar e acelerar rumos a novas e segura apostas em favor dessa região, que tem potenciais fantásticos”, arremata.

O tema irrigou boa rodada de mate com o presidente da Cooperalfa Romeo Bet, que pondera ser importante todo o Alto Uruguai olhar com bons olhos a presença da Aurora e da Cooperalfa, “com mais otimismo e menos ceticismo, afinal, cerca de 90% da integração de aves e suínos e boa parte do leite, passam pela Cooperativa Central Aurora, que foi a verdadeira salvadora de uma situação que poderia ter sido caótica”, lembra Bet.

O prefeito quis saber, com todas as letras, qual é o papel de cada cooperativa e prontamente foi abastecido por Bet: “cabe à Aurora o processamento das carnes e leite, a venda externa, o marketing. A Aurora é uma junção de 12 CNPJs (cooperativas singulares). E, cabe à Cooperalfa, por ser de primeiro grau e detentora de cerca de 30% do capital social da Central, fomentar, prestar assistência técnica, fornecer insumos e mercadorias, guardar muito bem a produção de grãos dos associados para que ele venda quando sentir que o mercado lhe é favorável”.

Para o presidente da Cooperalfa, serão necessários de quatro a cinco anos de muito trabalho até consolidar no Alto Uruguai um sistema associativo ético, forte, distributivo, que reconstrua a confiança do modelo. “Não poderemos fazer isso sozinhos, precisamos do apoio da classe que produz. E nós, como gestores, jamais darmos passos maiores que nossa capacidade permite. Temos uma estrutura física de silos e lojas, que ainda precisa de investimentos em manutenção. Esses reparos não são baratos. Contudo, nesse momento, estamos relativamente preparados, com equipes treinadas e comprometidas, para receber as safras de milho e soja”.

 

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