Debate sobre a conclusão da ERS 477: um passo crucial para o desenvolvimento

Na última sexta-feira (12), a Rádio Cultura e o Jornal Boa Vista deram início a um grande debate sobre a conclusão da ERS 477, entre Centenário e Carlos Gomes, discutindo o impacto econômico dessa ligação para a região de Erechim. Diversos participantes fizeram considerações importantes sobre o tema.

Darlan Dalla Roza, Presidente da Associação Comercial, Cultural e Industrial de Erechim (ACCIE)

Darlan Dalla Roza destacou a importância da ligação asfáltica entre as regiões Norte e Nordeste, ressaltando que traria desenvolvimento significativo. Ele mencionou que o PIB da região Nordeste, que é de 8.1 bilhões, é menor que o da região Norte, de 13.8 bilhões, mas que juntas as regiões representam 4% do PIB do Estado. “Com a ligação asfáltica, traríamos em torno de 70 mil habitantes com possibilidade de vir à região da grande Erechim e se tornarem possíveis consumidores”, disse ele.

Ele também comentou sobre a possibilidade de buscar empresas para investir na obra e descontar o valor do ICMS: “Já houve no estado do Rio Grande do Sul um convênio com o governo do estado onde se buscaria empresas que fizessem esse investimento e depois, através desse convênio, descontassem ao longo do tempo esse valor da arrecadação da guia do ICMS. Então, é uma possibilidade que a gente vai discutir com o secretário Ernani Polo”.

Débora Balbinotti Lunardi, Presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Erechim
Débora Balbinotti Lunardi enfatizou a importância da mobilidade para o desenvolvimento da comunidade e do comércio local. Ela destacou que 70 mil pessoas poderiam se deslocar para consumir em Erechim, transformando o potencial e a estrutura do comércio local. “Mais do que desenvolver os nossos comércios, os nossos serviços, nós precisamos pensar em desenvolver a comunidade. E a mobilidade é o que desenvolve”, afirmou.

Débora também ressaltou a importância de unir os 51 municípios da região para garantir uma boa estrada e desenvolver não só o comércio de Erechim, mas de toda a região. “O término dessa obra é fundamental para que a gente consiga se desenvolver como região”, destacou.

Walmir Badalotti, Empresário e Diretor da Indústria da Unindústria
Walmir Badalotti considerou inconcebível que em 2024 ainda não exista a ligação asfáltica entre duas regiões tão importantes para a economia do estado. Ele comparou a falta de asfalto com a falta de energia elétrica em uma comunidade, destacando que a infraestrutura é crucial para o desenvolvimento. “A mesma coisa acontece com o asfalto, quando liga uma região, liga uma cidade. Tudo passa a se desenvolver mais rapidamente”, explicou.

Ele enfatizou a necessidade de buscar alternativas, seja por meio de parcerias público-privadas ou pela participação de recursos do ICMS. “Essa obra precisa ser realizada, não importa de que maneira”, afirmou.

Marcelo Arruda, Presidente da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs)
Marcelo Arruda destacou a importância da ERS 477 e como ela pode conectar duas regiões fundamentais. Ele mencionou que o projeto está pronto, graças à doação pelos municípios de Centenário e Carlos Gomes, e que agora é necessário priorizar recursos e explorar parcerias com a iniciativa privada. “Essa conexão vai desenvolver a economia, o turismo, o comércio, vai desenvolver a indústria, porque com certeza o Norte ganha com toda essa conexão”, disse ele.

Ernani Polo, Secretário de Desenvolvimento Econômico do Rio Grande do Sul
Ernani Polo foi questionado sobre a possibilidade de aplicar o mesmo modelo utilizado pela John Deere em Horizontina para a ERS 477. Ele explicou que a John Deere financiou e executou a obra, descontando o valor do ICMS, sendo um modelo pioneiro no estado. “Quando eles sinalizaram, o governador aceitou a ideia, a proposta, e aí nós construímos juridicamente”, explicou Polo.

Sobre a ERS 477, ele mencionou que uma obra dessa magnitude poderia seguir um modelo semelhante, com empresas financiando e executando a obra. “Eu entendo que há um caminho a ser trilhado, mas que eu vejo que tem possibilidades. É uma construção, naturalmente, que precisa ser feita entre a comunidade, entre os municípios, entre a região e o governo do estado”, concluiu.

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