Controle do carrapato e combate da raiva dos herbívoros são temas de tarde de campo em Erval Grande
O manejo do carrapato foi o foco central da tarde de campo realizada na propriedade do produtor Mario Biesek, na Linha Corredor, em Erval Grande, município que possui mais de 17 mil cabeças de gado de leite e corte, nesta terça-feira (14/06), onde foi instalada uma das Unidades de Referência Técnica (URT) em acompanhamento e controle do carrapato. A atividade reuniu extensionistas da Emater/RS-Ascar e produtores de outras dos municípios de Erechim, Barra do Rio Azul, São Valentim com instalações de URTs.
O extensionista da Emater/RS-Ascar, Ivonir Biesek, juntamente com o filho e médico veterinário Eduardo, expôs a infraestrutura da propriedade, que é conduzida juntamente com seu pai Mário. Ivonir e Eduardo relataram os procedimentos adotados no controle do carrapato na criação do gado de corte. A família tornou a criação de gado de corte nos últimos dois anos uma das principais atividades da propriedade e também investiu em genética.
O carrapato do bovino causa grandes perdas na produção de carne e leite e está associada à transmissão da tristeza parasitária bovina, sendo a principal causa de mortes de bovinos no Rio Grande do Sul, destaca Ivonir. O extensionista também explicou o ciclo biológico do carrapato, os procedimentos para o tratamento, bem como a condução da URT na propriedade. O período de maior infestação é abril e maio. O tratamento, segundo ele, deve iniciar na primavera, período de menor incidência da população de carrapatos e mais vulnerável ao tratamento. Outra recomendação destacada é o teste biocarrapaticidograma que orienta na escolha do produto certo para a propriedade e é realizado pela Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr). Uma das práticas corretas de manejo para quebrar o ciclo do carrapato, conforme Biesek, que pode ser adotado pelo produtor, é a rotação de pastagens e divisão de áreas de pastagens para diminuir a quantidade de parasitas no pasto. “O produtor pode buscar informações na Emater e na Inspetoria Veterinária”, conclui ele.
O médico veterinário Eduardo Biesek reforçou sobre o manejo correto e falou do sistema creep feeding adotado na propriedade (sistema utilizado para aumentar o ganho de peso dos bezerros na desmama, através da utilização de um cocho privativo, dentro de um cercado, ao qual só o bezerro tem acesso). Entre as vantagens do sistema, destacou menos estresse para a vaca e para o bezerro, trabalhando a nutrição do animal de forma mais eficiente. “A estrutura pode ser feita com material encontrado na própria propriedade”, reforçou.
Raiva dos herbívoros
Na oportunidade, o médico veterinário da Seapdr André Trierweiler falou sobre o Programa Nacional do Controle e Erradicação da Raiva dos Herbívoros. Ele destacou as características e especificidades de morcegos, como vivem e se alimentam. A raiva é uma doença que não tem cura e causa a morte. É chamada “raiva dos herbívoros” quando ocorre nos bovinos, equinos, ovinos ou caprinos. A doença é transmitida pelos morcegos ao morderem animais domésticos, silvestres e até mesmo o homem. Segundo ele, a região tem a presença do morcego, mas ele ainda não tem o vírus da raiva. “Mas o RS está em alerta”, observou. Ele explicou como o produtor deve proceder no caso de suspeita de um animal aparecer com lesão no corpo. Ao localizar o refúgio dos morcegos ou ao constatar os sintomas da doença em animais, o produtor deve comunicar a Inspetoria Veterinária que atende no município (no caso, localizada em São Valentim, que atende a uma macrorregião).
A atividade foi acompanhada pelo gerente regional adjunto do Escritório Regional da Emater/RS-Ascar, Cezar da Rosa, pelo secretário da Agricultura de Barra do Rio Azul, Denildo Trentin, por representantes da cooperativa Cooperval, pelo extensionista rural Vilmar Fruscalso, responsável pela área sistemas de produção animal na região do Escritório Regional da Emater/RS-Ascar de Erechim.
O manejo do carrapato é uma das ações na área de bovinos que a Emater/RS-Ascar, vinculada à Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), realiza como Assistência Técnica e Extensão Rural e Social.
Fotos Terezinha Vilk/Emater/RS-Ascar