Contra o feminicídio: Câmara recebe exposição itinerante “Elas não estão mais aqui”
Mostra é uma iniciativa do Coletivo Ecofeminista do Alto Uruguai em parceria com o gabinete da vereadora Sandra Picoli
Nesta semana, a Câmara Municipal de Vereadores de Erechim recebe a exposição itinerante “Elas não estão mais aqui”, cuja principal finalidade é conscientizar a comunidade acerca da necessidade de enfrentamento efetivo ao feminicídio e à violência contra as mulheres de maneira geral. A mostra, situada no saguão do primeiro andar da Casa do Povo, é uma iniciativa do Coletivo Ecofeminista do Alto Uruguai (CEFAU) em parceria com o gabinete da vereadora Sandra Picoli (PCdoB), e já passou por diversos pontos do município. Ela permanece no Legislativo até o início da próxima semana.
Um ato simples, mas de grande impacto
A exposição consiste em diversos pares de calçados femininos em todo o saguão da Câmara junto às histórias reais de mulheres vítimas de feminicídio. Na maioria dos casos, o crime foi cometido pelos próprios companheiros, em razão de situações como não aceitação do término do relacionamento, ciúmes ou um mero desentendimento entre o casal. A partir destes casos, fica notório o quão necessário e urgente é que este assunto seja amplamente discutido – sobretudo em um espaço público e de grande circulação de pessoas como a sede do Poder Legislativo. “Temos que falar sobre isso todos os dias. A violência doméstica, o preconceito, o machismo e a misoginia existem e diariamente ceifam a vida de muitas mulheres. Precisamos fazer com que as pessoas compreendam que esse debate não é ideológico, ele é um debate necessário por que mulheres de todos campos políticos, idades e classes sociais estão morrendo simplesmente por serem mulheres”, afirma a vereadora Sandra, que integra o CEFAU.
Mais apoio a uma luta tão necessária
Conforme explica a professora Roberta Manica, que também faz parte do coletivo e é uma das organizadoras, a iniciativa surgiu como uma atividade simbólica alusiva ao Dia Internacional da Mulher deste ano, em 8 de março. Ela ressalta que, embora a exposição sirva para comover e chamar a atenção, é necessário muito mais para que a comunidade se integre à esta luta e ajude efetivamente. “Precisamos de mais ações como essa, de debates, rodas de conversa, por que as pessoas não entendem e não buscam compreender o que está acontecendo”, explica Roberta, que exemplifica sua fala por meio de situações ocorridas quando a exposição foi apresentada na Esquina Democrática, no Centro de Erechim. “Ouvimos muita coisa boa, muito apoio, mas também muitas falas problemáticas, pessoas buzinando em provocação, perguntando se ‘não tínhamos o que fazer’”, completa.
Por: Ascom Câmara de Vereadores