Conheça os trajes oficiais da rainha e princesas da Frinape 2018

 

Uma noite de gala, assim foi o evento realizado no dia 4 de outubro, no Polo de Cultura, quando foram apresentados os trajes oficiais da Corte da Frinape 2018, com a descrição do que representa cada traje. Durante o evento também foram anunciados os patrocinadores oficiais da Feira, tanto os diretos como os culturais. A solenidade contou com a presença do Prefeito Luiz Francisco Schmidt; do presidente da ACCIE, Fábio Vendruscolo; do presidente da Câmara de Vereadores, Rafael Ayub; secretários municipais, integrantes das comissões que participam da construção da Feira, representantes das etnias e entidades que apresentaram as jovens para a Corte, imprensa e convidados.

A grande novidade foi a apresentação dos vestidos da Rainha Talita Stéfani Lorenzetti e das Princesas Naíra Eliza Menegat e Patricia Pilar Kubiac, que para quem tem noções de história e conhece Erechim, percebeu toques sutis da iconografia histórica e da historiografia na leveza e luminosidade da fina e requintada renda utilizada. Nos vestidos confeccionados pelo arquiteto Mago Merlin Odacir Borges Ceccon e sua habilidosa equipe, se vislumbram as linhas do traçado inicial pensado por Torres Gonçalves, que utilizou-se de um modelo de traçado urbano da Grécia clássica e também copiado por Paris e Belo Horizonte.

No refinado e expressivo modelo, outra voz da história se faz ouvir: são as colunatas da Prefeitura de Erechim. Os arquitetos e construtores traziam no imaginário os modelos europeus e aqui os recriavam. As colunas que foram colocadas na nossa Prefeitura pertencem à ordem Jônica, da arquitetura clássica grega, empregada no século V, época de ouro de Péricles. As colunas jônicas possuem capitéis com duas volutas, altura nove vezes maior que seu diâmetro; arquitrave ornamentada com frisos e base simples. Possui, igualmente 24 linhas verticais. Nos vestidos as colunas aparecem em estilização graciosa e contemporânea. Outro sussurro de Clío (a história) aparece sutilmente nas cores escolhidas. Neste momento ímpar e inesquecível da vida de Erechim optou-se pela nobreza da renda conjugada pela beleza tocante dos tecidos cujas cores leves e elegantes se aproximam das que eram utilizadas pela Casa Imperial Brasileira.

Assim, sonhados e confeccionados, os vestidos bailam e festejam comemorando os Cem Anos de Erechim e se mostram festivos abraçando a população e a Cidade num gesto de comemoração sem fim.

            COROA E ACESSÓRIOS

Para desenvolver os acessórios da corte foi realizado um processo de pesquisa e estudo para a produção de peças únicas e exclusivas. O processo de criação do desenho da Coroa foi pensado com base no tecido e nos “croquis” dos trajes das “soberanas”. A principal característica da Coroa é o desenho de um coração no centro, que simboliza todo carinho pela nossa festa e pelo Centenário da nossa cidade. Ela foi desenhada com linhas clássicas na mesma linguagem dos trajes da Corte. Possui cerca de 9 cm de altura e mais de 3 mil pedras Swarovski. A única diferença entre as coroas da Corte é a cor, sendo a Coroa da Rainha em “furtacor” e das princesas em “cristal”. A criação é da designer de joias, Nicole Baretta.

PRINCESAS ÉTNICAS

As Princesas Étnicas também tiveram seus vestidos descritos, a inspiração, concepção, tecidos utilizados, cores, assim como foram comentados os acessórios que complementam os trajes.

            Princesa Afro-brasileira: Kelly Roberta dos Santos Struns

            A confecção do seu vestido foi elaborada em homenagem à África, na herança cultural e na

identidade do povo negro, através da ancestralidade africana, contribuindo na formação dos povos e na cultura Afro-brasileira. Sua cor representa o negro, na cor da pele e suas raízes. O colorido da saia é em alusão à alegria, às festas Afro, à força vital, ao axé, às heranças plantadas na formação do povo Brasileiro, assim como na religião, culinária, música, esporte, vocabulário e na ampla construção histórica de nosso povo.

            O turbante significa símbolo de religiosidade, resistência, assim como manifestação de luta. Nas religiões africanas é elemento de elo com a dimensão espiritual. Usar um turbante, especialmente para as culturas africanas, e afro-brasileiras, é também um símbolo de resistência ao aculturamento, de afirmação de sua identidade e de luta contra a discriminação e o preconceito racial. Entender a história cultural do turbante, e principalmente o africano, é se reconectar com nossas origens, com o processo de formação da cultura brasileira.

            Os acessórios, colares e pulseiras: além de beleza e poder, esses acessórios desempenham uma função muito importante na cultura africana, os significados incluem orgulho, cultura, poder, identidade e diversidade. Suas cores traduzem também a força e fé. Os colares aparecem como objetos de identificação religiosas aos orixás e o seu reconhecimento como fator importante nessa vinculação de religiosidade Afro, além da proteção.

            Princesa Alemã: Júlia Bertolla Bichoff

O vestido da Princesa Alemã é uma estilização moderna da moda que era usada na corte alemã, no Renascimento. Telas e desenhos do grande artista Albrecht Dürer retratam a época. A vida na corte era sofisticada, com eventos de caça, festas, danças e jantares de gala. Só para recordar um pouco da história, a classe média amava isso e copiava, com frequência, os costumes da nobreza, nas cortes, em seu dia a dia. Seu vestido foi confeccionado em veludo negro, com sobreposição em “zibeline” na cor “marsala”, que lembra a famosa cor do vinho das encostas onde corre o Rio Reno. Um toque de dourado que deixa transparecer um pouco de brilho na vestimenta. Para completar, flores aplicadas ao lado da cintura ajustada e nas mangas dão um toque leve e, ao mesmo tempo, uma visualização graciosa.

            Princesa Israelita: Luiza Roismann

O vestido de veludo na cor azul representa a sabedoria, a inteligência e a fé do povo judeu. Já o branco das mangas a pureza, a luz, a honestidade e a paz. As correntes que envolvem o vestido, nas cores prata e dourado, representam os 400 anos de escravidão do povo hebreu no Egito. A Estrela de Davi bordada no vestido é um símbolo Judaico. Antigamente vários guerreiros do povo de Israel usavam este símbolo nos seus escudos durante as batalhas, como forma de proteção. O símbolo Chai, bordado ao lado da Estrela de Davi, é traduzido como vida e é utilizado pelos judeus para representar um amuleto de proteção e para que a vida seja cuidada por Deus.

            Princesa Italiana: Sabrina Dalla Rosa

As ideias para a criação do vestido da Princesa Italiana foram baseadas nas cores da bandeira italiana: o verde dos campos, o branco das geleiras dos Alpes e o vermelho do sangue dos heróis que lutaram para que sete idiomas, sete exércitos e vários reinos, cidades livres, ducados e principados deixassem de lutar entre si e entre outros povos e unidos formassem um só e belo país. O vestido também, faz referência às mulheres camponesas durante a imigração ao Brasil.

            Princesa Nativa: Meridielli Cristina Braga

O vestido da Princesa Nativa foi criado pensando nas marcas Kaingang e os clãs, muito importantes para a cultura indígena. Meridielli leva as marcas da linhagem Kamé, trazendo a marca do seu pai, a cultura milenar que passa de gerações a gerações e que continuam vivas até os meados de hoje. Por isso, ela representa, através do grafismo das suas marcas em seu vestido, que até mesmo as tribos kaingang do RS a reconhecem através disso.

            Princesa Polonesa: Eduarda Szynkaruk Forest

A Polônia tem uma diversidade incrível de trajes folclóricos, cada um com as suas particularidades e repletos de significados. A concepção das vestimentas pode representar hábitos e costumes de cada povo, assim como a influência da cultura de países vizinhos. O traje escolhido pela Princesa Polonesa, Eduarda Szynkaruk Forest, é oriundo da cidade de Hrubieszów, no sudeste da Polônia. A escolha representa a cidade que é um dos polos da região de origem da família Szynkaruk. Para suportar os dias frios de inverno, as mulheres vestiam um colete justo, estendendo-se até os quadris. Em toda a peça há a presença de flores bordadas, para exaltar a beleza da natureza, motivo de inspiração e celebração. As saias tinham versões para o verão e o inverno. Elas tinham barrados pintados à mão por pintores judeus que perambulavam pelas ruas à procura de emprego. Eles reproduziam um padrão decorativo anteriormente gravado em uma tábua e pintado com tinta. Cada padrão era diferenciado e também tinha influências da natureza ou da vida daquele povo. As camisas de linho tinham um colarinho largo forrado e com babados nas mangas. A gola e os babados eram decorados com ponto cruz ou costura dupla em linhas quebradas, sempre na cor preta, com formas geométricas e motivos florais. O colar vermelho complementava a vestimenta em ocasiões especiais. Eles determinavam a riqueza da moça, através do número de cordas e o padrão de cada esfera.

            Prenda: Laura Lais Durli

O vestido de Prenda é o que caracteriza e diferencia a mulher gaúcha das demais. O vestido da Prenda da Frinape 2018 foi pensado através da flor brinco de princesa, flor símbolo do Rio Grande do Sul, uma metáfora da delicadeza e da força transmitida através das combinações de cores vibrantes. O veludo combinado à renda traz a elegância dos trajes usados pelas mulheres de estancieiros e charqueadores nos tempos passados. E os pequenos babados em grande quantia representam a simplicidade da mulher campesina, sua vivacidade e alegria. Assim, retrata-se a atual mulher Gaúcha e Bota Amarela, sinônimo de força e resistência depois de passados 100 anos de história.

PATROCINADORES OFICIAIS

Durante o evento, foram anunciados os patrocinadores diretos e culturais da Frinape 2018, tendo sido eles reconhecidos com um troféu entregue pelo presidente da ACCIE, Fábio Vendruscolo, e pelo prefeito Luiz Francisco Schmidt. São eles:

Patrocinadores Ouro: Sicredi e Unimed.

Patrocinadores Bronze: Aurora Alimentos;  Banrisul, CooperAlfa, Unicred e URI.

Patrocinadores culturais da Frinape 2018: Brastelha, Cavaletti S/A, Cercena, Futura Agrícola, Grupo Master, Grupo Vaccaro, Indra, Ke Soja, Mecânica Camilo, Peccin S/A, Plaxmetal, RGE, Santa Clara, Sementes Estrela, Soccol Barbieri, Transvidal e Triel-HT.

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