Quem pensa que as ações contrárias a Reforma Trabalhista encerraram ou, ‘deram um tempo’, está enganado. Há mais de um mês a Central Única dos Trabalhadores (CUT), tem promovido a coleta de assinaturas para anulação da reforma do governo de Michel Temer. A central tem orientado os dirigentes e líderes sindicais filiados que, tão importante quanto colher o máximo possível de assinaturas, é fazer o diálogo com os trabalhadores e sociedade sobre o significado da reforma. Desde o lançamento entidades filiadas à CUT estão estabelecendo contato com os trabalhadores e explicando sobre o projeto de lei de iniciativa popular.
“É conversa fiada dizer que a lei trabalhista gera informalidade”
Em entrevista a Rádio Cultura nesta semana, o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo, disse que a reforma trabalhista foi enfiada goela abaixo e passaram a conversa na população. “Até o fim de 2014, início de 2015, estávamos em pleno emprego no Brasil, as empresas tinham dificuldade imensa em manter seus funcionários, pois as firmas disputavam os mesmos e as leis trabalhistas não geravam nenhum problema. Por isso, é conversa fiada dizer que a lei trabalhista gera informalidade e cria problemas para gerar empregos. No momento que tivemos plenas oportunidades a lei não foi empecilho, motivo pelo qual, a CUT lançou a coleta de assinaturas. Precisamos 1,3 milhões de assinaturas, no mínimo 1% do eleitorado, para desfazer esse brutal ataque a Consolidação das Leis do Trabalho”.
255 alterações
Conforme Nespolo, o projeto de iniciativa popular visa reforçar a luta contra os retrocessos que só agradam os grandes empresários. “Das 255 alterações realizadas na lei, nenhuma é favorável ao trabalhador, só retira direitos e não oferece garantias. Por isso a busca incessante por 1% do eleitorado em todo o Brasil, distribuído, no mínimo em sete estados. Na coleta em todas as cidades do RS, a meta é atingir RS 255 mil assinaturas. Queremos impactar os deputados para que voltem atrás sobre este assunto”, disse Nepolo. Ainda avaliou que a experiência está sendo muito boa. “Estamos felizes com os resultados, isso possibilita ampliar a consciência crítica dos trabalhadores e aumentar a resistência ao golpe”, finalizou.
Coleta de assinaturas envolve erechinenses
Diversos sindicatos, comitês e populares montaram bancas em pontos de grande circulação, e em Erechim não é diferente. De acordo com o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Fábio Adamczuk, as listas estão sendo distribuídas aos trabalhadores nas portas das fábricas, refeitórios e sede do sindicato. “Juntamente com o Sindicato da Alimentação, Sutraf-AU, estamos informando os trabalhadores e frisando o que compete a um projeto de iniciativa popular. Estamos em busca de envolvimento, união de forças. É necessário o número do título de eleitor, seção e zona, não é simplesmente um abaixo assinado. O trabalhador pode pegar o título de eleitor, se dirigir ao sindicato, ou estabelecer contato com os dirigentes sindicais nas fábricas para realizar a assinatura”, explicou Adamczuk.
Por Carla Emanuele