Cigarro eletrônico é tema de trabalho de acadêmica do Curso de Medicina da URI

A acadêmica Laura Garcia Sgarbossa, formanda do Curso de Medicina da URI, apresentou, no dia 23 de maio, o Trabalho de Conclusão de Curso intitulado “Alterações histológicas teciduais após exposição crônica ao cigarro eletrônico em camundongos Swiss”, sob orientação da professora Dra. Fernanda Dal’Maso Camera e professor Me. Leandro Antônio Gritti, ambos docentes da Universidade. A apresentação também fez parte da programação alusiva ao Dia Mundial sem Tabaco, ocorrido na quarta-feira, 31 de maio.

A pesquisa desenvolvida por Laura teve como objetivo avaliar danos histológicos e bioquímicos no tecido pulmonar, cardíaco, hepático, diafragmático e renal de camundongos swiss expostos à fumaça do cigarro eletrônico e os resultados mostraram danos significativos em diferentes órgãos.

Os dispositivos eletrônicos para fumar (DEF), são também conhecidos como cigarros eletrônicos, vaper, pod, e-cigarette, e-ciggy,  e-cigar, entre outros. São aparelhos mecânico-eletrônicos alimentados por uma bateria e possuem um cartucho ou refil, onde fica armazenada a nicotina líquida, disponível nas concentrações que variam entre zero e 36 mg/ml. Ao tragar o cigarro, os usuários absorvem os vapores gerados a partir de soluções conhecidas como e-liquids que contêm solventes, além de várias concentrações de nicotina, água, aromatizantes e inúmeros outros aditivos. Os solventes mais populares usados em e-liquids são a glicerina (geralmente de origem vegetal) e o propilenoglicol.

Segundo dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) a temperatura de vaporização pode atingir até 350ºC e induz reações químicas e mudanças físicas nos compostos dos e-liquids, formando outras substâncias potencialmente tóxicas. Tanto os solventes com glicerina quanto os com propilenoglicol demonstraram decompor-se a altas temperaturas, gerando compostos carbonílicos de baixo peso molecular, como o formaldeído, o acetaldeído, a acroleína e a acetona, altamente prejudiciais à saúde humana.

Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSe -2019), 4 milhões de brasileiros de diferentes faixas etárias admitiram já ter feito uso do cigarro eletrônico. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA, 2021), o uso do cigarro eletrônico aumenta o risco em mais de 3x de os indivíduos utilizarem o cigarro convencional pela primeira vez e mais de 4x de se tornarem tabagistas.

Segundo a acadêmica Laura, esta pesquisa foi de extrema importância pois o uso de e-cigarette, vapes ou pods vem crescendo muito na população e muitos relatam que o cigarro eletrônico é menos nocivo à saúde quando comparado com o cigarro convencional, sendo esta informação completamente  equivocada, pois ele é tão prejudicial como qualquer outro.

Por último, a professora Fernanda relatou que o cigarro eletrônico está sendo utilizado tanto por adolescentes quanto por adultos, “o que nos preocupa muito, pois precisamos trabalhar na divulgação dos danos que este tipo de cigarro pode causar na saúde das pessoas e orientar crianças e adolescentes a não utilizar”. Ainda, a professora ressalta que a comercialização, importação e propaganda de todos os tipos de dispositivos eletrônicos para fumar são proibidas no Brasil, por meio da Resolução de Diretoria Colegiada da Anvisa: RDC nº 46, de 28 de agosto de 2009.

Por Assessoria de Comunicação 

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