Brasileiros que voltaram da Turquia após terremoto relatam terror

Um voo da FAB com 17 repatriados chegou ao Rio de Janeiro na madrugada deste domingo (12)

Brasileiros que retornaram da Turquia em um voo da FAB na madrugada deste domingo (12), relataram o medo de morrer no terremoto da última segunda-feira (6).

O empresário João Pedro Basili estava em um hotel quando “de repente tudo começou a balançar”. “Eu nunca vi uma coisa tão agressiva. Um barulho, parecia um monstro”, recordou.

“A única coisa que a gente pensou foi sair do quarto. A gente saiu correndo pelas escadas, estava -5°, e a gente de pijama e descalço”, contou.

“A gente teve a brilhante ideia de voltar para pegar pelo menos o passaporte, algumas roupas. Começou a balançar de novo, um pouco mais demorado, e aí a gente falou: ‘Bom, agora a gente vai morrer agora, não tem jeito.”

A enfermeira Aminah Nahm disse que o marido levou a experiência da guerra na Síria para a catástrofe.

“O prédio começou a balançar inteiro de um lado pro outro, com muita violência. Então meu marido me alertou, porque ele já tinha passado por essa experiência, pelos bombardeios na Síria. Ele disse que era a mesma violência”, narrou.

“Tentei me acalmar, fiquei ajoelhada e pedi para ele ficar deitado e proteger a cabeça, porque o prédio parecia mesmo que ia desabar. Tanto é que depois desabou”, emendou.

Aminah disse também que acordou os vizinhos. “Tinha uma família de sírios com sete filhos embaixo, crianças, mulheres, gestantes e os donos do prédio, dois idosos”, enumerou.

João Pedro e Aminah são dois dos nove brasileiros a bordo do voo da Força Aérea Brasileira que aterrissou às 2h30 na Base Aérea do Galeão. Eles voltaram na mesma aeronave que levou ajuda humanitária do Brasil para a Turquia ,afetada pelo terremoto de magnitude 7,8 que atingiu o país e a vizinha, Síria.

No voo também estavam três sírios, dois turcos, dois colombianos e um egípcio. Profissionais da imprensa também fizeram a viagem, que durou cerca de 15 horas. A aeronave decolou de Ancara.

O alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, pediu “um cessar-fogo imediato” na Síria para facilitar o fornecimento de ajuda. A ONU só pode enviar ajuda às áreas controladas pelos rebeldes no noroeste por meio de uma passagem de Bab al Hawa, na fronteira com a Turquia. Segundo as Nações Unidas, as estradas por essa passagem estão em péssimo estado, e isto complica o fornecimento de ajuda. A guerra também destruiu hospitais e provocou problemas no abastecimento de energia elétrica e água na Síria.
Fonte: G1

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