Bolsa engata 12ª queda consecutiva, aos 115 mil pontos

Dólar estabiliza e fecha próximo a R$ 5,00

O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo, a B3, inverteu o sinal positivo que apresentava na primeira metade do pregão e fechou em queda nesta quarta-feira (16).

O destaque ficou com a divulgação da ata do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), conforme investidores seguem atentos a eventuais sinais sobre o futuro dos juros nos Estados Unidos.

Ao final do pregão, o índice recuou 0,50%, os 115.592 pontos.

No dia anterior, o Ibovespa fechou em queda de 0,55%, aos 116.171 pontos, na 11ª queda consecutiva. Com o resultado, passou a acumular:

O que está mexendo com os mercados?

O dia foi de agenda mais vazia no Brasil, sem indicadores econômicos importantes e com investidores monitorando mais o cenário político, após uma tensão entre o ministro da Fazenda Fernando Haddad e o presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira.

Em entrevista, Haddad disse que a Câmara dos Deputados “está com poder muito grande e não pode usar esse poder para humilhar o Senado e o Executivo”. O ministro, no entanto, afirmou que essa não foi uma crítica à atuação da Câmara.

Mesmo com o esclarecimento público de Haddad, a fala tumultuou o clima entre os parlamentares e Lira adiou conversas sobre o arcabouço fiscal para a próxima semana.

Já no exterior, o destaque ficou com a divulgação da ata do Fed. Em sua última reunião, a instituição elevou mais uma vez as taxas de juros dos Estados Unidos, a um patamar entre 5,25% e 5,50% ao ano.

Juros mais altos por lá aumentam a rentabilidade dos títulos públicos do país, que são considerados os mais seguros do mundo. Isso atrai investidores e leva a uma migração de dólares para a maior economia do mundo, principalmente em um momento de diversas incertezas econômicas em todo o mundo.

Segundo a ata, as autoridades do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) ficaram divididas sobre a necessidade de mais altas de juros na reunião de julho. A maioria dos dirigentes, no entanto, continuou a priorizar a luta contra a inflação, alertando que os riscos de alta nos preços podem exigir novos aumentos de taxas à frente.

Ainda no exterior, o Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro subiu 0,3% no segundo trimestre ante o primeiro e 0,6% na comparação anual, em linha com as projeções. Já a produção industrial teve alta de 0,5% em junho, enquanto o mercado esperava uma queda de 0,6%.

Em contrapartida, a situação na China continuou trazendo cautela aos investidores. O mercado segue receoso diante de uma possível desaceleração econômica do país, que é um dos maiores demandantes mundiais por diversos tipos de produtos.

Empresas do setor imobiliário chinês enfrentam dificuldades para conseguir pagar suas dívidas e uma delas, a Country Garden, tem tentado estender prazos de pagamento.

Analistas da S&P Global Ratings afirmam que há riscos de que a companhia não cumpra com suas obrigações financeiras e de que haja insolvência. Também destacam que isso pode gerar uma reação em cadeia no restante da economia chinesa, atingindo fornecedores e outras construtoras menores.

Por G1

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