Aulas online de musicalização continuam na 3ª edição do Projeto Orquestrando Talentos

A Orquestra de Concertos de Erechim (OCE), que em junho deste ano completou 70 anos, segue com as aulas online de musicalização para crianças e jovens dentro do Projeto Orquestrando Talentos 3ª Edição. Após a paralização por algum tempo, em virtude da pandemia do novo coronavírus, a Covid-19, que fez com que as aulas presenciais fossem interrompidas, as aulas estão tendo continuidade, semanalmente, por meio da internet, e de forma totalmente gratuitas.

O professor Murilo Andreolla, especialista em Educação Musical, Bacharel em Música pela UFSM, é professor de violino no projeto. Ele dá aulas online semanais ao vivo e de forma remota e, eventualmente, envia vídeos dando feedback aos alunos.  Atualmente conta com oito alunos. Ele diz sentir um pouco de dificuldade nas aulas em razão do delay (atraso no tempo de transmissão). Durante as aulas ele repassa exercícios técnicos para trabalhar a agilidade dos dedos e também o arco. São mais de 75 variações. Ele diz que às vezes os alunos relutam em repetir, mas ele relaciona: “é como fazer um bolo, se queimar, tem que fazer toda a receita novamente, voltar ao começo”.

Murilo é educador musical, professor de violino, viola, teoria musical, harmonia e é regente, além de proprietário da Escola Violando, com mais de 60 alunos. Toca desde os 5 anos e relembra que começou na OCE, com o maestro Aldo Hass.

Um de seus alunos, Mauricio Viegas, 25 anos, já toca na OCE há três anos. Para ele, vale a pena ter aula online. “É melhor do que não ter”, assegura.

PERCUSSÃO

O professor de bateria e percussão Luiz Henrique Bernardon, graduado pela Universidade de Passo Fundo, também integra o Projeto Orquestrando Talentos 3ª Edição. Aos nove anos de idade já tocava em uma banda, hoje, com 27 anos, além de seguir tocando, dá aulas para crianças a partir dos 5 anos até adultos. Para ele, uma dificuldade nas aulas online é a impossibilidade de realizar um trabalho em grupo, devido ao atraso no áudio provocado pela internet. “Trabalho leitura musical, técnica e repertório”. Segundo ele, para aprender percussão não é necessário comprar uma baqueta. “Pode ser uma almofada que tiver em casa”, informa, mas quem estiver mais avançado ele aconselha comprar o equipamento, que é barato, pois ajuda ter uma técnica. As aulas são individuais de 45 minutos a uma hora.

De acordo com Luiz Henrique, as aulas online dificultam um pouco a interação com o aluno, porém é melhor do que ficar parado. “A tecnologia vai dizer se a aula será boa ou não, o conteúdo não vai mudar, o problema é que às vezes, temos que mudar o plano de aula, por conta da internet”, desabafa.

Para o aluno Eduardo dos Santos Xavier, esse projeto é muito importante, pois permite que, durante a pandemia, pudesse manter uma relação com a música. Eduardo tem 28 anos, toca violão, é cantor e iniciou agora a aprender percussão.

CANTO

A professora Márcia Ferreira , licenciada em Música pela UPF, é responsável pelas aulas de canto, no Projeto Orquestrando Talentos. Atualmente ela é regente do Coral Madrigal na OCE, instrumentista, professora de piano, teclado, violão, flauta doce, teoria musical e dá musicalização infantil.

Desde agosto deste ano, está dando aulas de canto online para sete alunos. Ela trabalha relaxamento muscular, do corpo e da face e exercícios de respiração e vocais. Durante as aulas ela inicia com técnica vocal e depois músicas e vozes. Trabalha com três vozes, adaptando as músicas e o repertório, trabalhando com o número de pessoas do coro.

Para ela, o presencial não se compara como o online. “O som é indiscutível”, revela. Ela também atua gravando vídeos para os alunos, separa as vozes e numa aula online tenta acompanhar. Segundo informa, o som não fica tão nítido e há demora no retorno.

Elizabete Kieling Faggion, contralto, 60 anos, iniciou as aulas em março e diz que presencialmente é muito melhor, mais prático e com melhor rendimento. Ela nunca teve aula, porém cantava no coro da igreja.

Já Maurício Pasquali, 24 anos, diz que já cantava em coros da cidade, e, por isso, as aulas online ficam não são perfeitos. “É difícil o retorno do som”, esclarece.

ORQUESTRANTO TALENTOS

O Projeto Orquestrando Talentos 3ª Edição teve aprovação junto ao Ministério do Turismo – Secretaria Especial da Cultura – Lei de Incentivo à Cultura, no início desse ano, e conta com o patrocínio das empresas Cavaletti Estofados para Escritórios Ltda, Cercena S/A – Indústria Metalúrgica, Cropfield Distribuidora de Insumos Agrícolas Ltda, Futura Insumos Agrícolas Ltda, Gasparin Cereais Ltda, Ke Soja Comércio de Insumos e Máquinas Agrícolas Ltda, Master ATS Supermercados LTDA, Plaxmetal Ltda, Peccin S.A e Sementes Estrela Comércio Importação e Exportação Ltda.

O Orquestrando Talentos vem sendo desenvolvido desde 2015, quando foi aprovada a primeira edição, onde crianças e adolescentes da rede pública de ensino de Erechim participam de aulas de musicalização, integrando quatro diferentes Grupos: Madrigal (coral), Aulas de instrumentalização, Orquestra Escola e Orquestra de Concertos de Erechim.

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