Assaltos a bancos na região e o excelente trabalho das nossas polícias

Os assaltos ao Sicredi e Banrisul de Entre Rios do Sul não foram os primeiros roubos a bancos ocorridos na região, mas talvez tenham sido os que mais repercutiram, talvez pela grande quantidade de fotos e vídeos que circularam pelas redes sociais enquanto os crimes ainda estavam em andamento. E como já é natural quando algum fato se espalha pelo mundo virtual, surgem imediatamente diversos e diferentes comentários, alguns até sugerindo que cada funcionário de banco trabalhasse com um fuzil ao seu lado.

Outros questionam sobre onde estava o policiamento no momento do assalto ou porque os policiais não reagiram no momento. Não sou nenhum especialista em segurança pública, mas mesmo assim, não é difícil responder estes questionamentos.

Os policiais que estavam no município chegaram imediatamente ao local, mas estavam em menor número, usando armamento de calibre inferior e acima de tudo, tinham como prioridade preservar a vida dos civis, que estavam sendo usados em uma corrente humana, como reféns e escudo. Qualquer reação poderia resultar em inocentes feridos.

Em mais de um vídeo que circula nas redes é possível vê-los posicionados em um local com ampla visão da área e repassando informações para os reforços que estavam a caminho. Ao não optar pelo confronto, os policiais protegeram as vidas dos moradores.

Nos vídeos também chama atenção a serenidade dos criminosos nos momentos que antecedem a fuga. Parecem calmos, disparam várias vezes para o alto, possivelmente para intimidar e mostrar força. O filho de uma idosa que acabou sendo feita refém, relatou para a reportagem do jornal Boa Vista que a mesma passou mal e um dos bandidos a amparou pelo braço, disse que ela não precisaria ficar ali e deveria procurar uma farmácia que havia nas proximidades para receber atendimento.

Na fuga os bandidos espalharam centenas de miguelitos (pregos retorcidos) pelas estradas para atrasar o avanço policial. Pelo menos duas viaturas acabaram com os pneus furados e no restante do tempo, os policiais precisavam ir a pé na frente dos veículos e recolher os pregos antes de seguir em frente.

Mas as nossas polícias, mesmo com um enorme déficit de efetivo, seguidamente são reconhecidas, até em nível nacional, pela eficiência e o atraso não foi suficiente para que a quadrilha conseguisse sair impune. No dia seguinte um suspeito já foi preso e na última segunda-feira, um segundo acabou detido.

Citei no início do texto que estes não haviam sido os primeiros roubos a bancos no Alto Uruguai e por aqui, mesmo que as quadrilhas vençam a primeira batalha, nunca ganham a guerra. Em todos os casos que me lembro, os autores acabaram presos, mesmo que isso tenha levado algum tempo e com as prisões ocorrendo em estados vizinhos.

Por Alan Dias 

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