Acadêmicos da UFFS elaboram estratégias de controle de pragas e doenças para propriedades agrícolas

Métodos de baixo impacto ambiental foram aplicados na região através de programa de extensão desenvolvido no curso de Agronomia; atividades incluíram oficinas ministradas por alunos e professores

O projeto culminou nas oficinas, que foram orientadas pela professora Tarita Cira Deboni

Acadêmicos do curso de Agronomia da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) – Campus Erechim ministraram, em novembro, cinco oficinas sobre métodos ecológicos de controle de pragas e doenças. As atividades foram desenvolvidas na propriedade da família Zanchet, localizada na Linha 5 do município de Ponte Preta. Cerca de 20 acadêmicos estiveram envolvidos.

As oficinas fazem parte de um programa de extensão sobre agricultura familiar e transição agroecológica, coordenado pelo professor Alfredo Castamann, que tem por objetivo congregar diferentes áreas do conhecimento na agronomia, a partir da integração das atividades de ensino, pesquisa e extensão.

As atividades iniciaram com a realização de um diagnóstico da propriedade estudada, necessária para analisar o histórico do grupo familiar, histórico produtivo, máquinas, equipamentos, benfeitorias e insumos, além da qualidade do solo da propriedade em termos de atributos químicos e físicos. Esse levantamento foi elaborado com a participação efetiva dos integrantes do grupo familiar.

Durante visitas feitas pela equipe da UFFS, foi constatada a ocorrência de pragas em área de pastagem. O grupo diagnosticou as prováveis causas deste desequilíbrio para, depois, discutir estratégias de controle que minimizam esta situação. “Com base nos resultados de análises de solos, elaboramos, junto com os produtores, um plano de adubação para as culturas de verão e pastagens, considerando os fertilizantes que o produtor tinha à disposição”, conta o professor Alfredo Castamann.

O projeto culminou nas oficinas, que foram orientadas pela professora Tarita Cira Deboni. Os alunos demonstraram, aos produtores e técnicos da área, métodos ecológicos para o controle de pragas e doenças: preparados homeopáticos, uso de microrganismos eficientes e uso de produtos alternativos, como cinzas, leite e urina de bovinos. “Esses métodos têm baixo impacto ambiental e são de baixo risco para os agricultores”, explica Castamann.

Algumas dessas práticas podem ser adotadas tendo por base em componentes que estão disponíveis na própria unidade de produção. “Por exemplo: os microrganismos eficientes podem ser obtidos em áreas de mata da propriedade, bastando para isso que uma certa quantidade de arroz orgânico, previamente cozido, seja colocada em contato com o solo e coberta pelas folhas da vegetação que se encontram sobre a superfície. Passado alguns dias, microrganismos irão se desenvolver sobre o arroz, dentre os quais aqueles que têm capacidade de controlar pragas e doenças”, exemplifica o professor.

Agroecologia na prática

O programa de extensão dialoga com o curso de Agronomia da UFFS, que, segundo Alfredo Castamann, tem ênfase na agroecologia. “Os acadêmicos estão se qualificando para atuar profissionalmente e difundir práticas ecológicas de controle de pragas e doenças. O programa de extensão possibilita um espaço de vivência, em que os acadêmicos colocam em prática o que está sendo aprendido em sala de aula e também para além deste espaço de aprendizagem”, diz o docente.

A avaliação do projeto é positiva, tanto por parte dos docentes que integram a equipe como dos alunos e, também, do grupo familiar. “Oportunizamos aos acadêmicos envolvidos um espaço de aprendizado fora da sala de aula”, destaca Castamann.

Também colaboram com o projeto os professores Ulisses Pereira de Mello, Valdecir Zonin e Bernardo Berenchtein. A Cooperativa de Crédito Rural com Interação Solidária (CRESOL) do município de Jacutinga é parceira das atividades.

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