Acadêmica da UFFS participa de pesquisa em arquipélago no Oceano Atlântico

Mel Christyne Oliveira Pires, do curso de Ciências Biológicas, esteve em base mantida pela Marinha e que recebe pesquisadores do mundo todo; imersão também servirá para desenvolvimento de TCC sobre contaminação por metais em peixes marinhos

Um pequeno conjunto de ilhas rochosas localizadas a 1.100km da costa de Natal, no Rio Grande do Norte: foi nesse local, conhecido como Arquipélago de São Pedro e São Paulo, que a acadêmica Mel Christyne Oliveira Pires, do curso de Ciências Biológicas da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) Campus Erechim, esteve no início do ano. O objetivo da viagem foi colaborar com um projeto que estuda os golfinhos nariz-de-garrafa (Tursiops truncatus) e que avalia a biodiversidade das águas do entorno do arquipélago, por meio de DNA ambiental e monitoramento acústico.

O Arquipélago de São Pedro e São Paulo é um dos menores e mais isolados grupos de ilhas oceânicas do Oceano Atlântico, onde a Marinha brasileira mantém uma base para receber pesquisadores não apenas do Brasil como de todo o mundo. Mel levou quatro dias a bordo de uma embarcação pesqueira para chegar ao local, e mais 19 dias de intenso trabalho em meio ao oceano, acompanhada apenas de outros pesquisadores e algumas embarcações pesqueiras que permanecem ancoradas na região.

A acadêmica teve orientação dos professores Daniel Galiano, da UFFS, e Lilian Sander Hoffmann, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que atuam no projeto. O estudo, financiado e apoiado pela Petrobras e pela Marinha do Brasil, integra uma rede de pesquisa na qual o professor Daniel atua como colaborador.

Obter autorização e permanecer nestas ilhas isoladas no meio do oceano não é simples. A discente foi submetida a diversos exames de saúde além de um treinamento rigoroso com a Marinha, conforme relata:

– Foram 15 dias de treinamento em Natal. Acredito que o mais difícil é a fase eliminatória desse treinamento, que é a sobrevivência no mar. Eu e outros participantes ficamos 16 horas no mar, sem água, sem comida. Estávamos em um grupo bastante grande. Ficamos em uma balsa que estava enchendo de água, então era bem difícil mantê-la estável. Também tinha o frio, estava tudo muito gelado. Ficávamos constantemente molhados, não conseguíamos nos secar em nenhum momento porque não tinha sol. Acho que essa foi a parte mais difícil – conta Mel.

Segundo a aluna, apesar da intensidade do treinamento, a recompensa foi grande em termos de conhecimentos adquiridos.

– Foi uma experiência maravilhosa. Gosto muito da biologia marinha e pretendo seguir nesse campo. Consegui conhecer outros biólogos que já trabalham na área há muitos anos. Então foi muito bom, foram muitos os aprendizados – diz.

Durante a estadia nas ilhas, além de colaborar com os projetos da rede de pesquisa, a acadêmica desenvolveu parte do seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), no qual estuda a contaminação por metais pesados e outros elementos em duas espécies de peixes marinhos altamente consumidas pela população humana: o atum amarelo e a cavala. As amostras coletadas no local foram trazidas para a UFFS – Campus Erechim, onde estão sendo analisadas.

Mel faz parte da primeira turma do curso de Ciências Biológicas do Campus Erechim, que iniciou em 2021 e já dá sinais de sua excelência, conforme destaca o professor Daniel:

– Estamos muito impressionados com a qualidade dos TCCs que estão sendo desenvolvidos pelos futuros formandos – aponta o docente.

Segundo o professor, ainda neste ano, outra aluna do curso de Ciências Biológicas deve participar da expedição ao arquipélago: Amanda Monteiro de Camargo, que já realizou o treinamento com a Marinha. Para os próximos anos, a ideia é de que mais estudantes possam integrar a proposta.

Assessoria de Comunicação (Ascom)
Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) – Campus Erechim
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