Tragédia da Barragem da Corsan em Erechim completa 17 anos
ônibus caiu nas águas do lago e 17 vidas foram ceifadas em 22 de setembro de 2004
A manhã do dia 22 de setembro de 2004 jamais será apagada da memória dos erechinenses. A data marca a maior tragédia da história de Erechim, onde 17 vidas foram interrompidas em um trágico acidente envolvendo um ônibus que transportava estudantes.
Na estrada de chão batido que corta a barragem da Corsan e que abastece o município de Erechim, circulava diariamente o ônibus que servia de transporte para estudantes do KM 10 Povoado Argenta, Barragem da Corsan e arredores.
O relógio marcava aproximadamente 6h45min quando o condutor do veículo que fazia o trajeto, perdeu o controle após passar pela pequena ponte que dava passagem para apenas um veículo de cada vez, mergulhando rapidamente nas águas frias do lago da Corsan.
Um forte estrondo seguido por gritos de socorro e pedidos de ajuda foram ouvido no local. Imediatamente moradores próximos iniciavam uma operação de resgate que foi acompanhada pelo Corpo de Bombeiros, Brigada Militar, Polícia Civil, Policia Rodoviária Estadual e funcionários de uma empresa instalada próximo ao local.
A imagem era desoladora. Mochilas e cadernos boiando nas águas, famílias em desespero à margem da barragem, procuravam por notícias de seus filhos. Semblantes de tristeza até mesmo entre os homens do resgate eram visíveis.
A Brigada Militar trabalhava para conter pais em estado de choque e para evitar que familiares adentrassem nas águas em busca dos desaparecidos. Mergulhadores do Corpo de Bombeiros de Erechim e Passo Fundo realizaram as buscas nas águas turvas do lago.
Em meio a lágrimas e gritos, os corpos eram retirados do local sob olhares de desesperança e comoção.
Próximo das 14h45 se dava por encerrado o regate das vítimas. Dezessete jovens: Márcio Miguel Dubil, Adriana Andréia dos Santos, Lucas Vezaro, Patrícia Maria Gevinski, Tânia Fátima Dambrós, Fernanda Paula Bortoli, Cristian Diego Modzinski, Daniela Paula Femelinski, Rubens Gelinski, Tiago Franceski, Gledis Sobis, os irmãos Júlio Antônio Pertile e Tatiana Fátima Pertile, Tainara Pereira dos Santos, Léia Terezinha R. Trindade e as primas Bruna Sandra Guareski e Elisângela Guareski perderam a vida.
O salão comunitário da comunidade do KM 10 Argenta, que sempre serviu para festividades e comemorações na comunidade, desta vez estava lotado para um último adeus em um velório coletivo de 14 vítimas. Outros três corpos foram velados na comunidade do KM 7, próximo ao local do acidente.
Atualmente o trânsito no local encontra-se interrompido. Na estradinha de terra está afixado um memorial contendo os nomes das 17 vítimas do acidente. O silêncio ainda impera e poucas pessoas passam pelo local. Muitas famílias vitimadas pelo acidente preferiram seguir a vida longe da Barragem da Corsan, em uma tentativa de recomeço, mesmo que as marcas deixadas pela tragédia sejam inesquecíveis.
Uma verdadeira batalha judicial, foi travada por familiares dos mortos, no intuito de buscar reparação aos danos irreversíveis que foram sofridos e que ainda perduram na vida de todos. A Comunidade da barragem da Corsan e arredores nunca mais foi a mesma após 22 de setembro de 2004.