Aumentar área de produção para compensar perdas é alternativa para a citricultura
O aumento da produção mundial e a queda no consumo de sucos têm deixado os produtores preocupados. Para enfrentar este cenário da situação da citricultura, a alternativa é o aumento de plantio de áreas por produtores para compensar as perdas e aumentar a produtividades dos pomares já existentes na região do Alto Uruguai, já para as próximas safras. Os dados e as propostas foram apresentados na 6ª Abertura Oficial da Colheita da Laranja Valência do Alto Uruguai, realizada na última sexta-feira (16/08).
Com objetivo de valorizar a cultura da citricultura na região, o evento foi sediado no município de Três Arroios, reunindo mais de 200 pessoas, entre produtores ligados a atividade, técnicos da Emater/RS-Ascar, viveiristas, lideranças locais e regionais de 14 municípios que concentram a produção. A atividade foi promovida pela Emater/RS-Ascar e prefeitura de Três Arroios, com apoio do Sicredi, Cresol, Banrisul, Coper Alfa, Olfar, Sutraf, Ecoterra e Comitê Técnico Regional de Citricultura do Alto Uruguai,
Os dados foram apresentados pelo engenheiro agrônomo e extensionista rural do Escritório Regional da Emater/RS-Ascar de Erechim, Luiz Ângelo Poletto, e pelo extensionista rural do Escritório Municipal de Três Arroios, Jair Griebler. Poletto apresentou um panorama da produção e comercialização da fruta. Na safra 2018/2019, segundo ele, a região cultivou 2.717 hectares de laranja, 379 hectares de bergamota, envolvendo 1.623 famílias. Na sua avaliação, a produção pode aumentar, dos atuais 1,8 hectare para 1,95 hectare, em 2020. Mas o objetivo é chegar a mais de 4 hectares cultivados por produtores.
Griebler expôs os dados da colheita desta safra na região do Alto Uruguai. A colheita simbólica foi realizada na propriedade da família Sbardelott com a atividade conduzida pelo casal Romulo e Janete e pelos filhos Maico e Andressa. Do total de 20,8 hectares, 1,7 são destinados a citricultura, sendo 0,8 hectare ao cultivo da laranja da variedade Valência. Na amostragem da propriedade, a produtividade foi de 44 mil quilos por hectare, nesta variedade. Já em relação à região, a expectativa é de uma produtividade média de 27 toneladas por hectare, com redução de 10 % em relação à safra passada.
O público foi recepcionado na sede da Ecoterra (Associação Regional de Cooperação Agroecológica), onde recebeu informações da atividade e funcionamento da entidade que iniciou em 2001, comercializando 40 quilos por semana e, hoje, comercializa de 25 a 30 toneladas de alimentos orgânicos por semana.
A importância da citricultura para a região foi destacada pelo prefeito de Três Arroios, Lirio Zarichta, pelo gerente regional da Emater/RS-Ascar, Gilberto Tonello, e pelo presidente do Sicredi UniEstados, Adelar Parmeggiani. Também participaram do ato de abertura representantes do Banrisul, Cresol, Coper Alfa, Olfar, Sutraf, entre outras lideranças. Zarichta agradeceu a parceria de todos os envolvidos e destacou que a prefeitura apoia e incentiva a fruticultura. A prefeitura subsidia parte dos valores das mudas adquiridas pelos produtores em 30% para implantação dos pomares, observou. Também citou outros investimentos em maquinários que serão usados nesta área.
Tonello parabenizou os produtores, as entidades parceiras e destacou a atuação dos instrutores da Emater/RS-Ascar dos cursos de citricultura ministrado no Centro de Treinamento de Agricultores e nos municípios e parabenizou as extensionistas que se envolveram na preparação dos produtos à base de laranja.
Parmeggiani falou em nome das cooperativas e apontou a importância do cultivo da citricultura, principalmente da laranja valência para a pequena propriedade. Também chamou atenção para a união dos produtores, do conhecimento da atividade e parcerias. “Sozinhos não vamos a lugar nenhum”, disse ao destacar o trabalho da Emater/RS-Ascar e das demais parcerias. O evento encerrou com um coquetel preparado com receitas à base de laranja.