As tragédias de Mariana e de Brumadinho apontam para a necessidade de expor, analisar e discutir a situação das barragens instaladas no Rio Grande do Sul. Das cerca de 24 mil unidades cadastradas pela Agência Nacional de Águas em todo o Brasil, cerca de dez mil estão em solo gaúcho.
Um relatório elaborado pela autarquia federal revela que duas estruturas localizadas nos municípios de Cachoeira do Sul e Pelotas, apresentam riscos de rompimento, mesmo problema registrado em Viamão, segundo apontamento do Ministério Público Estadual. Os dados convergem com estudo desenvolvido ainda em 2014 – a pedido da Secretaria Estadual de Obras Públicas – que confirma riscos eminentes nas referidas represas.
A barragem de Águas Claras, em Viação, de acordo com dados revelados pelo promotor de justiça Daniel Martini, tem 14 metros de altura e 2600 metros de extensão. A capacidade de armazenamento é maior do que Brumadinho – aproximadamente 18 milhões de metros cúbicos de água. No caso de rompimento da represa, Porto Alegre pode ser atingida e a população sofrer danos irreparáveis.
Também causa enorme preocupação a barragem da Forjasul, situada entre os municípios de Maquiné e Riozinho. A área ocupada pelo reservatório é de cerca de 25 hectares e o vazamento descontrolado pode inundar o distrito de Barra do Ouro. De acordo com o parecer técnico elaborado pelo Gabinete de Assessoramento Técnico – Unidade de Assessoramento Ambiental em Construção Civil e Barragens, do Ministério Público estadual, a “barragem apresenta problemas severos, podendo ocorrer a ruptura”.