Mais uma vez o sonho foi abortado em São Leopoldo
O ano de 2013 foi o último em que a Rádio Cultura transmitiu jogos oficiais de futebol em sua grade de programação, e quis o destino que, naquele último jogo eu estivesse comandando a jornada esportiva ao lado dos colegas Alessandro Mário, Thiago Ingrassia Pereira, Luís Fernando e o saudoso Almir Hugo Molossi. A água que caía de forma torrencial era um prenúncio nada bom daquela inesquecível tarde/noite de domingo. A pequena vantagem construída no primeiro jogo (2 a 1) em Erechim, possibilitou ao Canarinho jogar por um empate para garantir seu retorno a elite do futebol gaúcho. O que se viu naquele dia foi um gramado sem as mínimas condições de jogo, mas em razão dos compromissos com a televisão a partida foi realizada e o Ypiranga perdeu por 1 a 0, sepultando assim qualquer possibilidade de retornar a primeira divisão do futebol gaúcho em 2014.
Aquele jogo foi uma das maiores reversões de expectativa que tive em minha carreira profissional como cronista esportivo. Cinco anos depois, após fazer grandes campanhas em competições nacionais e estaduais, retornamos ao inferno da Divisão de Acesso nesta temporada, e o ingrato do destino, colocou novamente o Aimoré em nosso caminho. Até aí tudo bem. Seria a possibilidade de vingarmos aquela eliminação de 2013. No entanto, faltou competência ao Ypiranga para somar mais pontos que o Índio Capilé e trazer o segundo jogo para dentro do Colosso da Lagoa, onde dificilmente o Canarinho seria eliminado.
Nos dois jogos semifinais da Divisão de Acesso não vi o Canarinho com a mesma gana pela vitória como ocorrera contra o Lajeadense. Os dois segundos tempos do Ypiranga foram monótonos e sem aquele algo a mais para poder vencer uma decisão. Ouvi no pós jogo o colega Zé Badalotti, da Rádio Difusão, falar uma frase importante: “Agora é hora de mantermos a coerência”. Concordo! Desde os primeiros jogos na Divisão de Acesso passei a defender a tese de que “o Ypiranga possuía um grupo limitado, que precisaria jogar sempre no seu limite para obter os resultados”. No jogo de São Leopoldo o time de Márcio Nunes não jogou no seu limite, por isso não venceu e ficou mais uma vez pelo caminho.
Confrontos Diretos
O Ypiranga terá pela frente dois jogos decisivos na Série C do Campeonato Brasileiro, contra Tupi e Joinville. As duas equipes estão na zona de rebaixamento e são adversários diretos na fuga do Z2. É necessário somar pelo menos quatro pontos dos seis que estarão em disputa. O primeiro jogo será neste sábado, 16h, contra o Tupi, no estádio municipal de Juiz de Fora, em Minas Gerais, partida que encerra o turno do Grupo B, na Série C. O clube mineiro jogou quatro partidas em casa e conquistou apenas uma vitória. O aproveitamento do Tupi jogando em Juiz de Fora é de apenas 33%. É jogo que dá para buscar pontos.
Pra ficar de olho
Por falar em confrontos diretos, um jogo que também interessa ao Ypiranga é Joinville e Volta Redonda, na Arena Joinville, em Santa Catarina. O lanterna JEC terá a oportunidade de encerrar o primeiro turno em uma condição melhor que a atual. O badalado time catarinense venceu apenas o Canarinho na estreia da competição nacional. Já o Voltaço é o primeiro time fora da zona de rebaixamento. Na verdade, desde o ano passado a equipe carioca vem flertando com a Série D. Se o Joinville não vencer, podemos afirmar sem medo de errar “Será a primeira equipe a carimbar o passaporte para o rebaixamento”.
Por Fabio Lazzarotto