O que esperam os erechinenses depois do centenário?
Está é a minha segunda coluna depois do centenário de Erechim e antes de sentar na frente do computador, fiz uma pequena enquete. Falei com 30 pessoas com as quais tenho uma convivência mais próxima, e 22, que pouco ou nada conheço, durante o desfile do centenário, para saber o que elas esperam de nossa cidade de agora em diante. Sendo que, 22 % esperam aumento nas vagas de emprego, 18% querem solução para os buracos nas ruas, 15% desejam melhorias no setor da Saúde, 12 % querem Educação. A Segurança Pública preocupa 11%, habitação é o que querem 10%, mais respeito com os idosos foi citado por 9 % e não souberam responder, 3%.
Alguns dados chamam atenção nesta minha pequena enquete: primeiro que a população erechinense ainda continua com o drama do desemprego, que vem assustando a cidade nos últimos anos. Outro fato é que os buracos nas ruas estão causando mais preocupação que a própria Saúde. Apesar de termos muitos lotes vazios, apartamentos e casas para vender, a demanda por habitação popular também é muito alta em nossa cidade.
O que podemos esperar
Com certeza, com a chegada do centenário, a população erechinense também espera que ocorra algo muito diferente do que aconteceu até agora. Primeiramente que os nossos eleitores tomem consciência de que precisamos fortalecer a nossa representação política, na Assembleia Legislativa e na Câmara dos Deputados em Brasília. Temos que dar uma basta nos candidatos de outras regiões, parar de usar nosso título de eleitor como um cheque em branco para outras cidades se desenvolverem com o nosso voto, como vem acontecendo há décadas. Queremos que Erechim deixe de ser um mero distrito de Passo Fundo, que nossa cidade tenha ligação asfáltica com a região nordeste e demais municípios da Amau, que seja concluído o asfaltamento da BR 153, que liga Erechim a Passo Fundo, que a Intecnial e a Comil consigam superar as dificuldades enfrentadas nos últimos anos e voltem a ser aquelas empresas de ponta, a nível estadual e nacional, que nossa cidade realmente se transforme num grande polo em saúde, que voltemos a ter voos diários no Aeroporto Comandante Kremer e que Erechim tenha uma única estação rodoviária com o padrão que nossa cidade merece. Que os prédios públicos e históricos sejam recuperados e se tornem atrações turísticas, que o projeto para tratamento de esgoto sanitário saia do papel, e que o governo do estado construa o tão propalado novo presídio. Que se busque solução para as empresas que estão pensando em deixar Erechim e que as obras do Distrito Industrial Norte fiquem prontas.
Perguntar não ofende
Alguém sabe se existe ainda o Departamento de Habitação do município e quem é o coordenador do mesmo? Afinal, quantas casas ou lotes urbanizados populares foram feitos neste governo? Nos primeiros 16 meses da atual administração, quantos terrenos foram regularizados? Qual é realmente o projeto habitacional do município de Erechim? Se alguém puder me responder alguns destes questionamentos, gostaria muito de fazer uma matéria, principalmente para que a população de nossa cidade saiba para onde se dirigir na hora de fazer sua inscrição buscando ter acesso a casa própria. Afinal o Luiz Francisco Schmidt na sua primeira gestão ficou conhecido como o prefeito que mais fez casas no município, apesar das restrições com relação aos financiamentos, e só veio a ser superado pelo ex-prefeito Polis. O prefeito Schmidt também não deve estar nada satisfeito com o projeto habitacional do seu governo, mas afinal quem tem a caneta é ele.
Transporte coletivo
Com a nova licitação do transporte coletivo urbano se imaginava que o setor apresentaria melhoras em alguns bairros e loteamentos novos que enfrentavam problemas, que com o novo contrato a empresa pudesse realizar com tranquilidade este serviço essencial para a população. Mas depois da licitação, até onde sei, não houve mais fiscalização e centenas de famílias que residem em locais mais distantes, continuam sem o transporte Para deslocar ao centro, outros bairros ou para trabalhar, essas pessoas, em alguns casos, tem que caminhar mais de um quilômetro no meio do barro ou pó até chegar ao local por onde passa o primeiro ônibus. E se chegar um pouco atrasado vai ter que esperar por uma hora até que o próximo chegue, quando chega. Um dos exemplos é no Loteamento Fiebig, que virou uma verdadeira cidade, mas sem o serviço de transporte coletivo. Fica difícil alguém conduzir uma licitação ou fiscalizar o transporte coletivo de nossa cidade? Está na hora de o governo municipal conhecer a fundo as necessidades das pessoas mais distantes e dar o mínimo de conforto para esses cidadãos, que tem os mesmos direitos e deveres de quem mora na região central ou em bairros que já receberam infraestrutura em outras administrações.
Cadê a Ouvidoria?
Alguém sabe informar onde está situada a Ouvidoria e se ela está funcionando? Segundo membros do alto escalão do governo, existe alguém ocupando o cargo, mas ninguém sabe se está funcionando. Algumas pessoas que ligaram para este departamento me garantem que agora substituíram a Ouvidoria pela “Protocoladoria”, sendo que vários munícipes que entraram em contato por telefone, para fazer alguma reclamação ou denúncia, teriam sido orientados a fazer um protocolo, no qual é preciso colocar nome e endereço. Quem é que vai querer se expor deixando nome endereço? Lamentável que conseguiram acabar com esse importante departamento, onde o governo tinha na mão, mensalmente, como estava a administração e em quais setores estavam os maiores problemas. Com certeza uma boa Ouvidoria iria ajudar muito o prefeito Schmidt, mas uma Ouvidoria de fato e não uma “Protocoladoria”.
Paciência tem limite
Acredito que a paciência do prefeito Luiz Francisco Schmidt com algumas figuras do seu governo deve ter ultrapassado todos os limites. Alguns destes não deram nenhuma resposta satisfatória e estão levando a credibilidade do governo para as “cucuias”. Quando cito falta de credibilidade não estou aqui falando de desvio de dinheiro ou outras coisas parecidas, me refiro ao futuro do próprio governo e do município. Aliás, o ponto alto da equipe do governo Schmidt é que não recai sobre nenhum membro qualquer denúncia ou suspeita de desvio de recursos ou superfaturamento. Mas me parece que falta competência para alguns membros, porém ainda há tempo para que o prefeito faça as mudanças necessárias e recupere o seu governo, ainda falta mais de um ano para que o processo eleitoral inicie.
Novos secretários
Com a confirmação de Jackson Arpini como novo secretário da Saúde de Erechim, o prefeito Schmidt me garantiu que novas mudanças devem acontecer até o início de junho. “Vocês vão se surpreender com o nome do novo secretário da Fazenda. É um nome que vocês da Rádio Cultura e do Boa Vista nunca especularam. As outras mudanças devem acontecer até o início de junho”, disse o prefeito.
Na verdade a única mudança que deve acontecer realmente é a deste nome para a Secretaria da Fazenda, porque as demais são apenas readequações internas. Roberto Fabiane deixaria a Fazenda para assumir a Secretaria de Obras. Vinicius Anzilieiro deverá deixar o cargo de secretário de Obras para assumir a chefia do Gabinete do Prefeito. E o atual chefe do Gabinete, Luiz Acorsi, deve assumir o cargo de diretor da AGER. Ainda fica uma dúvida: o prefeito irá mexer no seu amigo Camargo, na Secretaria de Coordenação e Planejamento.
Os pontos positivos
Entre os pontos positivos da atual administração municipal estão a solução para a questão do estacionamento rotativo, o fim da falta de medicamentos nas UBS e a coleta de lixo funcionando bem. O estacionamento rotativo vinha se arrastando há muitos anos, nenhuma empresa tinha dado certo e hoje temos uma das tecnologias mais avançadas do Brasil. Demorou bastante, mas valeu a pena, porque agora o sistema está funcionando muito bem. Pela coleta do lixo já haviam passado duas empresas e a população continua com qualidade no serviço.
Outro problema crônico era com relação à falta de medicamentos e isso foi solucionado. É muito difícil que os pacientes não encontrem os medicamentos básicos nas UBSs. Até pode faltar algum tipo, mas é uma questão de um ou dois dias para ser solucionado o problema. Ainda está longe de ser a saúde prometida durante a campanha eleitoral, mas com relação aos medicamentos mudou muito e para melhor.
Por Egidio Lazzarotto