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Apesar das condições climáticas desfavoráveis, avança colheita da soja no RS

Na segunda semana de maio, as condições climáticas sobre o Rio Grande do Sul permaneceram desfavoráveis para as atividades de campo, especialmente a colheita. O fato agrava a situação, pois as perdas aumentam diariamente com o adiamento da operação, provocando a abertura de vagens, a germinação de grãos ou seu comprometimento pela proliferação de fungos. De acordo com o Informativo Conjuntural, divulgado nesta quinta-feira (16/05) pela Emater/RS-Ascar, vinculada à Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural (SDR), as precipitações foram menos recorrentes, o que permitiu pequenas janelas temporais para a realização da colheita em grande parte do Estado, apesar dos altos teores de umidade no solo e nas plantas.

“Da soja colhida se observa redução drástica na qualidade dos grãos, em comparação ao produto obtido antes do excesso de chuvas”, destaca o diretor técnico da Emater/RS, Claudinei Baldissera, ao analisar que na safra 2023-2024 o Rio Grande do Sul cultivou 6,68 milhões de hectares, que é a maior área cultivada. “Na última análise feita pela Emater, se verifica que 85% das lavouras de soja estão colhidas, apresentando um avanço de sete pontos percentuais”, diz, ao ressaltar que “parte dos municípios produtores de soja e parte dos agricultores optaram por colher, ainda que o grão esteja em condições não favoráveis e mesmo no período de calamidade”.

Nesse sentido, a Emater/RS-Ascar estima que nos próximos dias o avanço da colheita da soja provavelmente será pouco significativo, já que muitas lavouras, dos 15% restantes, devem ser abandonadas em razão da inviabilidade econômica, ou seja, a colheita dessas áreas não cobre os custos da operação, o frete e os descontos aplicados no recebimento pelas cerealistas. Os prejuízos serão maiores nas regiões Centro, Sul e Oeste do Estado, onde grandes extensões ainda não haviam sido colhidas.

Diante dessas perdas significativas, os produtores estão acionando o seguro agrícola. Aqueles que não possuem cobertura para suas lavouras buscarão renegociar as dívidas com os cerealistas e com outros financiadores da safra, transferindo para os períodos futuros a quitação dos débitos. A estimativa de produtividade projetada inicialmente era de 3.329 kg/ha, mas deverá variar negativamente, dependendo dos resultados de lavouras a colher ou perdidas.

Por Emater/RS-Ascar

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