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XI Semana de História debate “Uma História com os de baixo: indígenas, negros, mulheres e pobres”

O curso de História da UFFS – CampuErechim promoveu, entre os dias 2 e 6 de outubro, a 11ª Semana Acadêmica, em conjunto com a II Mostra de Ensino, Pesquisa e Extensão do Curso e ao I Congresso Internacional por uma História com os de baixo. O tema geral foi: “Uma História com os de baixo: indígenas, negros, mulheres e pobres – o público como multidão engajada”.

As conferências, aulas abertas, oficinas e apresentações de trabalho contaram com público significativo, tanto presencialmente como por meio de transmissões ao vivo no canal do YouTube do projeto de extensão Anjo da História, vinculado ao Laboratório de História Pública da UFFS (LAHIPU). As palestras ficaram gravadas e estão disponíveis em: https://www.youtube.com/@anjodahistoria/streams.

Na noite de segunda-feira, dia 2, a mesa de abertura contou com a presença do reitor da UFFS, João Alfredo Braida; do coordenador adjunto de Pesquisa e Pós-Graduação (representando a Direção da UFFS – Campus Erechim), Alcione Roberto Roani; da coordenadora do curso de História da UFFS – Campus Erechim, Isabel Rosa Gritti; do coordenador do evento, Allan Pereira; e da secretária-geral do Diretório Acadêmico de História Olga Benário, Eduarda Dumke Ribas.

Na sequência, houve uma apresentação cultural do coletivo da Terra Indígena de Votouro e a conferência “O futuro é ancestral: aldeando a historiografia”. Os participantes puderam escutar Danilo Braga (doutorando em História na UFRGS e funcionário da Funai), Kerexu (secretária de Direitos Ambientais e Territoriais Indígenas do Ministério dos Povos Indígenas), Juliana Tupinambá (servidora do Ministério dos Povos Indígenas e doutoranda em Antropologia na UnB) e Juciene Ricarte Cardoso Tarairiú (professora na UFCG). O vídeo da conferência está disponível em: https://youtube.com/live/y5B7rYpvbXI.

Já na tarde de terça-feira, dia 3, houve duas oficinas: “Filosofias, leituras, cinemas e músicas decoloniais: Ameríndia, África e Extremo Oriente”, com Gerson Egas Severo e Paulo Bittencourt (UFFS), e “História cultural religiosa e relações étnico-raciais: possibilidades de pesquisa”, com Renan Santos Mattos (UFFS). À noite, após apresentação musical dos acadêmicos Gabriel Von Ende Padilha e Natan Pinheiro Urban, foi a vez da aula aberta “Enegrecer a historiografia: por uma (in)disciplina escrita com mãos pretas”, com Allan Pereira (professor na UFFS), Angélica Gabriela da Veiga (mestra em Educação pela UFFS) e Matheus Gomes (mestre em História na UFRGS e Deputado Estadual pelo PSOLO vídeo da aula está disponível em https://youtube.com/live/2tJn2C_qXXo.

No dia 4, quarta-feira, o turno vespertino foi marcado pelas oficinas “Arqueologia e patrimônio histórico-cultural: a presença indígena na região Alto Uruguai”, com Vania Maria Barboza (doutoranda em História na UPF e mestra em Educação pela UFFS), e “O Outro diante das telas: indígenas, negros, mulheres e pobres no cinema”, com Allan Pereira (UFFS). À noite, foram apresentados trinta e seis trabalhos na II Mostra de Ensino, Pesquisa e Extensão do Curso de História da UFFS, reunindo pesquisadores de diferentes instituições no Campus Erechim e por meio remoto. Haverá publicação dos textos comunicados. Por fim, aconteceu a plenária dos estudantes do curso, com a posse da nova gestão do Diretório Acadêmico.

As atividades da quinta, dia 5, começaram com a oficina “O Arquivo Histórico de Erechim como espaço de pesquisa do curso de História da UFFS: indígenas, negros, mulheres e pobres no Alto Uruguai gaúcho”, no Arquivo Histórico Juarez Miguel Illa Font, no centro de Erechim. No momento noturno, houve participação de parte da banda “Alexandra e os Kollontais”, com a estudante Nicoli Oliveria e o professor Gerson Severo. Logo após, ocorreu a aula aberta “Mulheres, diversidade e a história: por uma historiografia feminista interseccional”, com Carolina Simon (doutoranda em Geografia pela Unesp e professora substituta na UFFS), Deusa Maria de Sousa (professora na UFPA), Joice Beatriz da Costa (única mulher professora nos cursos de Filosofia da UFFS) e Lauri Miranda Silva (primeira mulher trans doutora em História no Brasil, com tese defendida recentemente na UFRGS). O vídeo da aula está disponível em https://youtube.com/live/paPJ-9ZD3fM.

No último dia do evento, houve cine-debate com o filme “Doutor Gama” e a roda de conversa “Coletivizando vivências: mulheres negras e pardas dentro da universidade”, com o Coletivo de Mulheres Negras e Pardas da UFFS – Campus Erechim Beatriz Nascimento. Antes da finalização da atividade, a egressa do curso Isabelle Zamboni, acompanhada por Luís Zamboni, fizeram uma apresentação musical. A conferência de encerramento teve como tema “Marielle, presente: educação antirracista, escrevivência e história”, com Edson Kayapó (professor no IFBA e que veio de Porto Seguro/Bahia a Erechim especialmente para a Semana de História) e Kátia Regis (coordenadora-geral da Coordenação de Justiça Racial e Combate ao Racismo, vinculada à Diretoria de Políticas de Combate e Superação do Racismo da Secretaria de Políticas de Ações Afirmativas, Combate e Superação do Racismo do Ministério da Igualdade racial e professora na UFMA. O vídeo da conferência está disponível em https://youtube.com/live/r4VNkraEhU0.

Considerando o objetivo de debater os silêncios e as opressões que sustentam práticas excludentes contra pessoas dissidentes da sociedade discriminatória, os organizadores compreendem que a ação foi muito positiva ao propiciar o entendimento de indígenas, negros, mulheres e pobres – e tantos outros grupos sociais em resistência – como multidões engajadas em prol da construção de uma historiografia comprometida na remissão das violências sofridas e com a afirmação da diversidade enquanto contingência do fazer científico.

Organização

A realização da atividade foi viabilizada por intermédio de uma Comissão Organizadora, com o apoio do Diretório Acadêmico de História Olga Benário, do Colegiado do Curso e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (FAPERGS) no âmbito do Edital nº 12/2022 (AOE). A equipe organizadora contou com o trabalho dos seguintes acadêmicos: Bruna Feiden, Daniel Amorim, Gabriel Pontes da Silva, Guilherme José Schons, Nicoli Oliveira, Suélen Pawelkiewicz e Suzan Baldissera.

Conforme a equipe organizadora, a Semana Acadêmica deste ano é destacável na trajetória do curso tendo em vista a opção da maioria dos discentes por um tema que interpelou cânones e currículos tradicionais da disciplina, bem como pela participação de nomes relevantes de uma renovada historiografia brasileira nas mesas do evento. Agora, o trabalho será concentrado na elaboração de um relatório da ação para emissão dos certificados, bem como na editoração de uma publicação com os trabalhos apresentados, a ser financiada com recursos da FAPERGS.

Por Ascom

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