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Temer tem uma estratégia proposital de desmonte da educação, diz Tortelli

O deputado estadual Altemir Tortelli (PT) participou na última sexta-feira (22) do Seminário “A Educação no Desenvolvimento Regional” no Campus de Erechim da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS). O debate vem acontecendo em diferentes cidades gaúchas para discutir os problemas das universidades federais e estadual e dos institutos técnicos federais, que passam por corte de verbas que comprometem o seu funcionamento. O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Edegar Pretto, também esteve presente no debate.

 

Segundo Tortelli, o presidente Temer não tem compromisso com a educação brasileira e isso pode ser constatado pela lei que congela os investimentos públicos por 20 anos. “É uma estratégia de um país sem inteligência, negligenciando o saber e o conhecimento para os estudantes e trabalhadores do nosso país”, disse o deputado. “O que vem acontecendo com a educação não é diferente do que acontece na saúde, nos direitos dos trabalhadores e na preservação da Amazônia, por exemplo. Isso faz parte do descaso proposital do governo Temer para entregar o país às grandes empresas”, afirmou, ainda, o parlamentar.

 

O Reitor da UFFS, professor Jaime Giolo, disse que a instituição só conseguirá concluir o ano letivo de 2017 porque sacrifícios estão sendo feitos. “Tivemos que fazer um conjunto de restrições orçamentárias como demissões e cortes de viagens, que eram essencialmente importantes para a interação entre os diferentes Campi da universidade, que está presente nos três estados do Sul do Brasil”, relatou o reitor.

 

De acordo com Giolo, a UFFS é um exemplo para a educação brasileira, pois cerca de 90% dos alunos da instituição têm origem no ensino público. “Nós desmitificamos a ideia de que o aluno da escola pública diminui a qualidade do ensino superior. Provamos que é mentira”, disse o professor. Quase todos os cursos da instituição têm conceitos 4 e 5 na avaliação do MEC, que são da categoria de excelência.

 

Para o diretor do Campus Erechim do Instituto Federal Rio Grande do Sul (IFRS), professor Eduardo Angonesi Predebon, por oferecem mais cursos técnicos que superiores, os IFs já têm um orçamento bem menor que o das universidades e quando há cortes no repasse, a qualidade de vida das pessoas também está em risco. “Estamos colocando em risco muitas coisa, pois cursos técnicos mudam a vida das pessoas. Muitas delas só conseguem emprego depois de fazer um dos cursos oferecidos pelos institutos. Se não estivermos mobilizados, podemos dar ‘adeus’ à educação pública brasileira”, refletiu o diretor.

 

Em sua fala, o deputado Tortelli ainda ressaltou a importância da conscientização da população sobre o que vem acontecendo no Brasil desde meados de 2016. “O golpe que se deu neste país não foi simplesmente para trocar um presidente da República. A estratégia era muito bem articulada para a retomada de um projeto neoliberal, de Estado mínimo, de um país submisso à lógica do capital financeiro internacional”, concluiu o parlamentar.

 

Também estiveram presentes na mesa de debate os vereadores Allesandro Dal Zoto, André Jucoski; o diretor do Campus Erechim da UFFS, professor Anderson André Genro Alves Ribeiro; o pró-reitor de extensão da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS), professor Ernane Pfüller; a representante dos alunos do IFRS, Rosário Pedroso; e a representante dos estudantes da UFFS, Patrícia Martins de Araújo. Na plateia, dezenas de estudantes e professores das instituições, além da comunidade em geral do Alto Uruguai.

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