A XVIII Semana Acadêmica do Curso de Agronomia da URI promoveu, na noite de terça-feira (26), dois painéis voltados aos temas da digitalização do campo e do papel do carbono na agricultura sustentável. O evento ocorreu no Salão de Atos e reuniu estudantes, professores, profissionais e representantes do setor agrícola.
As palestras foram ministradas pelo nanotecnólogo Gabriel Agostinho Rocha da Silva e pela engenheira agrônoma Lariza Benedetti, ambos profissionais ligados à Bayer, que abordaram as tendências tecnológicas e práticas regenerativas associadas à produtividade e aos desafios ambientais no agronegócio.
A apresentação discutiu o papel do carbono no equilíbrio climático e na fertilidade do solo, com foco em práticas que visam aumentar a fixação de carbono na agricultura. A palestra “Carbono no solo: a base para a produtividade e a sustentabilidade” foi ministrada pela engenheira agrônoma Lariza Benedetti.
O solo foi apontado como um dos principais reservatórios de carbono do planeta, além de ser o habitat de uma grande diversidade de espécies. A palestrante introduziu o conceito de agricultura regenerativa, que propõe ações além da sustentabilidade, com foco em restaurar e melhorar os sistemas produtivos.
Foram destacadas práticas como o plantio direto, o uso de culturas de cobertura, a rotação de culturas diversificadas e o aumento da matéria orgânica no solo. Também foram apresentados dados comparativos sobre emissões de CO2 na produção agrícola brasileira e internacional. Entre os benefícios associados ao manejo adequado do solo, foram citados o aumento da produtividade, a maior retenção de umidade em períodos de estiagem e a melhoria da saúde do solo, com ênfase no uso de adubação orgânica como alternativa menos poluente aos fertilizantes convencionais.
Na segunda palestra, “Do campo à nuvem: as perspectivas e tendências da agricultura digital”, Gabriel Agostinho Rocha da Silva apresentou os principais avanços tecnológicos no setor agrícola, como sensores, drones, análise de dados, agricultura de precisão e ferramentas de rastreabilidade por blockchain.
Entre os tópicos abordados, estiveram os impactos da coleta de dados no processo decisório do produtor, o uso de Inteligência Artificial na gestão agrícola e a integração de tecnologias para otimização dos recursos naturais. Também foram citados casos práticos, como o programa “Valora Milho”, que utiliza dados de zoneamento e curvas de produtividade para recomendações de plantio em taxa variável.
O crescimento na adoção dessas tecnologias no Brasil nos últimos cinco anos, foi destacado pelo palestrante, com aumentos expressivos no uso de drones, plataformas de gestão e sensores. Segundo ele, fatores como a demanda por alimentos, a consciência ambiental dos consumidores e a mudança geracional no campo estariam impulsionando o interesse por soluções digitais.
Desafios como o custo de implantação, a conectividade rural e a necessidade de capacitação técnica também foram apontados, além da relevância de iniciativas voltadas a pequenos produtores, como o acesso a ferramentas gratuitas e a formação de redes de inovação.
Por Assessoria de Comunicação