Sindicato dos Metalúrgicos de Erechim e região, Fábio André Adamczuk falou no Programa Cultura News

Fábio André Adamczuk começou a trabalhar bem cedo, ainda em 1999 entrou no ramo metalúrgico com 14 anos, pela manhã trabalhava na empresa, a tarde fazia o curso no SENAI e a noite ia para a escola. Assim permaneceu até 2013, quando foi convidado para assumir dentro do movimento sindical. Já vai para o terceiro mandato com presidente do Sindicato dos Metalúrgicos. Disse ser uma função difícil de exercer, mas aprende muito. Já são 25 anos no ramo metalúrgico de Erechim.

A base sindical em Erechim é de 3.500 trabalhadores e gira em torno de 1.300 associados. O que existe é uma grande rotatividade de empregados que entram e saem das fábricas e não é fácil manter um número elevado de associados.

O Sindicato dos Metalúrgicos de Erechim alcança também outras cidades. Não é só do ramo metalúrgico, tem os mecânicos e máquinas agrícolas.

Adamczuk disse que existe uma ampla discussão não só local, mas também a nível federal, através da Confederação em torno dos ramos da indústria do nosso país. Que tipo de indústria queremos desenvolver? Um país que quer crescer, se desenvolver e criar renda, precisa pensar em investir na indústria. Disse que não adianta só pegar a matéria prima e simplesmente encaminhar para fora e não trabalhar com ela, temos que fazer o processo de transformação da matéria prima e tudo isso passa pela indústria agregando valor e gerando riqueza. A indústria tem o papel importante no desenvolvimento de um país, do estado e também das cidades. O bom da nossa região é que temos uma indústria diversificada. Se pegarmos dentro do ramo metalúrgico são várias linhas de segmento de produção, como montadoras de ônibus, caminhão e muita estrutura e isso cria uma dinâmica importante dentro do processo de desenvolvimento.

O Alto Uruguai tem grande empresas não só da metalurgia, mas também de alimentação e construção civil o que ajuda no desenvolvimento. No ano passado foi entregue um brinde aos associados que foi uma “cuia de chimarrão”, com a frase: As mãos que seguram o mate, sãos as mãos que constroem a riqueza”. A Riqueza de uma cidade passa pelas mãos dos trabalhadores. Mesmo as máquinas que fazem muitos serviços foram construídas pelos trabalhadores.

Em relação as tecnologias dentro das fábricas, Adamczuk disse que temos que olhar que ela tem que vir para auxiliar o processo produtivo. Se tivermos tecnologia e a mesma produtividade ou até mais, podemos discutir a questão do período laboral. Por que trabalhar 44hs semanais? Precisamos realizar um debate sobre esse assunto e pensar numa redução para 40hs semanais. A nível nacional o macro setor da indústria já discute esse tema. Fortalecendo a indústria e sua competitividade.

Em relação ao número elevado de vagas de emprego em Erechim Adamczuk lembrou que em 2010 Erechim estava com 96 mil habitantes conforme o censo do IBGE e agora em 2024 estamos com 105 mil habitantes, um crescimento de 10%. Parte dessa população talvez está aposentada ou não está economicamente ativa e reduziu a questão demográfica. O que ocorre é que as famílias antigamente eram formadas de 3 e até mais filhos e hoje não é mais assim e isso impacta dentro das fábricas. Hoje em Erechim temos empresas em Erechim que 30% de seus empregados é de imigrantes (Venezuelanos) e essa é a realidade hoje. Então essa relação que se faz com a oferta de vagas no mercado fica difícil de ser respondida por conta desse fenômeno, mas temos que ver de que forma vamos manter as empresas competitivas, com salários que incentivam os trabalhadores principalmente os profissionais qualificados. É necessário discutir sim, o processo de profissionalização.

O Presidente do Sindicato disse que uma das pautas discutidas na campanha salarial, foi para que as empresas não descontem os 30% quando o trabalhador pedir demissão, porque hoje a rotatividade do trabalhador que sai do emprego por iniciativa própria é muito grande, em busca as vezes de um salário de 200 a 300 Reais a mais. A empresa que valorizar o trabalhador, mantendo um grupo valorizado, não terá problemas de falta de mão-de-obra.

O Sindicato dos Metalúrgicos vai completar 70 anos no dia 24 de Janeiro de 2025 e já começaram as atividades para comemorar essa data.

Por Édson Machado 

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