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Setor de máquinas agrícolas encerra 2023 com queda nas vendas e fechamento de empregos no RS

Indústria gaúcha é responsável por 60% da produção nacional e demitiu quase mil até novembro

Indústria que é motor para o agronegócio gaúcho e nacional, a fabricação de máquinas agrícolas e implementos não celebrou em 2023 um bom ano para o setor. Responsável por 60% da produção do país, o Rio Grande do Sul pisou no freio e fechou o ano com recuo de 15% no segmento, conforme o Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas do Rio Grande do Sul (Simers). A desaceleração gerou efeitos no mercado de trabalho, com variação negativa de 2,66% no estoque de empregos do setor até novembro do ano passado.

A troca de marcha, segundo o presidente do Simers, Cláudio Bier, foi necessária para acomodar uma série de fatores que se desalinharam em 2023, como a ocorrência de eventos climáticos e o preço dos produtos agrícolas:

Apesar de produzir mais da metade do maquinário agrícola nacional, somente 10% do que é fabricado fica no Rio Grande do Sul. Ou seja, o mercado nacional é extremamente relevante para a indústria gaúcha de máquinas. Tanto que 2022, que foi severo para o Estado pela seca, foi um ano positivo para o setor, já que o Brasil teve uma supersafra e o preço dos grãos estava valorizado.

O segmento foi um dos que contribuíram para a retração da indústria gaúcha no terceiro trimestre de 2023, revelada nos resultados do PIB do Rio Grande do Sul. A fabricação de máquinas e equipamentos recuou 10,8% no período, também sentindo a retração do mercado nacional, conforme mostram os dados divulgados pelo Departamento de Economia e Estatística do Estado.

O ritmo menor se refletiu no mercado de trabalho, após um ciclo positivo de expansão iniciado ainda em 2020 e que teve recorde no número de trabalhadores ocupados em 2022. Em 2023, a fabricação de máquinas e equipamentos no RS fechou 1.466 vagas formais até novembro, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Desse total, foram 938 demissões somente no segmento que responde à fabricação de tratores e de máquinas e equipamentos para a agricultura e pecuária.

Para reaquecer os motores, o setor vê a necessidade de retomada nos preços das commodities e na melhora das condições de financiamento para o ano safra 2024/2025.

Outros temores para o ano que se inicia vêm do mercado internacional. A Argentina, em razão da crise econômica que enfrenta, já vinha reduzindo as importações de máquinas brasileiras. O país vizinho deixou de ser o principal mercado do país, abrindo espaço para o Paraguai no último ano.

Conforme projeção já indicada pela Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), o cenário mundial deve impactar com força o agronegócio em 2024.

Fonte: GZH

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