“Querem me prender me prendam. Eu estou cansado, perdi amigos lá”, afirma sócio da Boate Kiss

Com o encerramento das oitivas das testemunhas mais cedo do que o previsto, o interrogatório dos réus no processo da boate Kiss foi antecipado. Na noite desta quarta-feira, o sócio da casa noturna Elissandro Spohr começou a falar.

Ele iniciou contando sobre sua relação com o pai a quem conheceu com 12 anos. Elissandro afirmou que desconhece o poder aquisitivo genitor. Contou sua relação com a música e disse que desde criança começou a gostar de violão. “O meu negócio com a noite era a música” afirmou Kiko. Ele disse que tocou em Passo Fundo, Porto Alegre e várias outras cidades.

Kiko conta como comprou a Kiss. Disse ter pago a boate com um carro e R$ 15 mil. Ele chorou contando como começou o sucesso da Boate Kiss. Elissandro confirmou que tinha problemas com vizinhos devido ao barulho interno e externo da Kiss.

Durante o depoimento afirmou que se ofereceu pagar outro apartamento para uma vizinha que sofria com o barulho da boate. A ideia era fazer um estoque no espaço e solucionar o problema. O sócio da boate afirmou que por orientação de Samir, um engenheiro acústico, instalou espuma na boate. O problema não foi resolvido. Foram gastos R$ 230 mil na reforma da Kiss, destes, R$ 60 mil foram gastos com mão de obra.

Sobre a utilização de artefatos pirotécnicos pela banda Gurizada Fandangueira, Kiko assegurou que não presenciou o uso. Também disse que não lembra da banda Gurizada Fandangueira solicitar autorização para usar artefatos pirotécnicos na Kiss. Se perguntado não permitiria o uso. “Acredito que eles pensavam que esse tareco não pegava fogo”, disse Kiko.

Sobre a prática de desligar o ar condicionado para aumentar o consumo de bebidas nas noites da Kiss, Elissandro diz que isso não condiz com a realidade. Ele contou dos momentos em que o incêndio começou. Olhou para o palco, mas não viu fogo. Ouvia as pessoas falando que havia pegado fogo no palco. Ele chorou e contou que ao sair do local pediu para que o levassem a delegacia.

Emocionado afirmou “Querem me prender me prendam. Eu estou cansado, perdi amigos lá”. Contou que pensou na possibilidade de tirar a própria vida. “Porque isso teve que acontecer na Kiss? Era uma boate boa. Eu sei que morreu gente, eu tava lá”, disse Spohr em tom de voz alterado e chorando copiosamente antes do juiz decretar 40 minutos de intervalo para a janta.

O depoimento foi retomado por volta das 20h45min.

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