Ainda estão sendo contabilizadas pelas autoridades as mortes em decorrência da chuva e das enchentes no Rio Grande do Sul. Os óbitos foram registrados em 13 municípios: Bom Retiro do Sul, Colinas, Cruzeiro do Sul, Encantado, Estrela, Ibiraiaras, Imigrante, Lajeado, Mato Castelhano, Muçum, Passo Fundo, Roca Sales e Santa Tereza.
Conforme o mais recente balanço da Defesa Civil, divulgado na tarde desta segunda-feira (11), 46 pessoas morreram no Estado. O número de desaparecidos segue em 46.
Lajeado
Maria da Conceição Alves do Rosário, 50 anos, morreu em Lajeado, no Vale do Taquari. Ela estava sendo resgatada pela Brigada Militar, com um helicóptero, quando o cabo usado na operação se rompeu.
A vítima e o policial que a socorria — o sargento Tiago Augusto Bastiani — caíram no Rio Taquari, e a mulher acabou morrendo. O PM foi resgatado e, com muitos ferimentos, levado a um hospital.
Estrela
Conforme a prefeitura de Teutônia, município vizinho a Estrela, Moacir Engster, 57 anos, foi atingido por uma descarga elétrica em 5 de setembro. Ele é pai do secretário de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Turismo de Teutônia, Guilherme Engster.
Moacir auxiliava um vizinho a remover os móveis de casa quando foi sofreu o choque.
Ibiraiaras
Um casal morreu após o carro em que estava ter sido levado pela correnteza na cidade de Ibiraiaras, no norte do Estado, no dia 4 de setembro. Conforme a Defesa Civil, eles ficaram presos dentro do veículo durante uma forte pancada de chuva na comunidade de Nossa Senhora Aparecida, próximo à divisa com Santo Expedito, no interior do município.
As vítimas foram identificadas como Delve Francescatto, 50 anos, e Ironi de Fátima Godoi Francescatto, 44.
Passo Fundo
Neri Roberto Gonçalves da Silva, 67 anos, morreu após receber uma descarga elétrica em Passo Fundo, depois da chuva que atingiu a cidade. Foi no bairro Entre Rios, um dos mais atingidos.
Segundo moradores, o homem foi encontrado caído em casa. Os vizinhos prestaram os primeiros socorros. Na sequência, a vítima foi levada por familiares ao Hospital Beneficente Doutor César Santos, mas não resistiu.
Mato Castelhano
Um homem morreu após o veículo em que estava ter sido arrastado pela correnteza em Mato Castelhano, no Norte. O corpo de Cristiano Schusler, 41 anos, que era motorista do automóvel, foi localizado no Rio Piraçuce na manhã do dia 4.
Muçum
Leandro Menegildo, 43 anos, trabalhava de forma autônoma na área de construção civil. Ele morava no bairro Niterói, em Canoas, mas estava em Muçum nos últimos dias para ajudar a consertar o telhado da casa da mãe, que havia quebrado por conta da chuva de granizo da última semana. Segundo o irmão, durante a enchente Leandro levou a mãe até a casa da tia, que fica em uma área mais afastada de Muçum. Mas decidiu retornar para ajudar os conterrâneos.
Danilo Lourenzi, 71 anos, e seu filho Vagner Lourenzi, 43. Moradores de Muçum, eles estão entre as vítimas confirmadas das enchentes no Vale do Taquari ocorridas nesta semana. Pai e filho estavam na residência, em Muçum, quando a água começou a subir.
Natural de Piraí do Sul, no Paraná, Evandro Bertoldi, 68, morava há cerca de 40 anos em Muçum. Com a chegada da enchente, na madrugada de 5 de setembro, ele deixou a residência onde morava e se abrigou na casa de uma vizinha. No entanto, ao ver um cachorro sem conseguir fugir da água, tentou salvar o animal. Acabou não resistindo.
Claudiomiro Luiz da Trindade, 54 anos, prestava serviço há mais de uma década para a prefeitura de Muçum. Conhecido como Cadi, o funcionário era considerado o “braço direito” na área de serviços gerais e, na noite do dia 4, ajudava as equipes no combate aos problemas gerados pela enchente. Quando voltou para casa, acabou morrendo afogado.
O casal Alvaro Pietta, 75 anos, e Beatriz Maria Pietta, 72, e o filho deles Macximiliano Ricardo Pietta, 46, foram sepultados no último dia 9. O cortejo chegou de Vespasiano Corrêa, onde foi realizado velório coletivo de nove vítimas.
Beatriz era professora aposentada e adorava ler. A idosa enfrentava um câncer. O casal de idosos era conhecido na comunidade e plantava produtos orgânicos em sua propriedade. Os dois eram casados havia quase meio século. Max, como era conhecido, era o único filho do casal e residia com os pais.
Zilda Simonaio, 90 anos, é mais uma das vítimas de Muçum. Morreu no quarto da casa da filha. Elisabete Simonaio, 65 anos, passou a noite pendurada em um sofá que flutuava pelo cômodo, segurando pela mão a mãe morta para que a correnteza de lama não levasse o corpo embora.
Cruzeiro do Sul
Angelomar da Silva Marques, 73 anos, era chamado de Ângelo por alguns. Mas muitos o conheciam como Anjo, o que facilitava na hora de identificá-lo. A força da correnteza o carregou no dia 5, enquanto o mecânico aposentado auxiliava no resgate de pessoas atingidos pelas cheias.
Com a redução do rio, no dia seguinte, seu corpo foi encontrado em uma mata no bairro Glucostark, muitos metros à distância de onde foi visto pela última vez com vida. Anjo, que deixa quatro filhas, foi sepultado no Cemitério Municipal de Cruzeiro do Sul.
Fonte: Gaúcha ZH