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Primeiro concurso para professor estadual em 10 anos no RS atrai candidatos em busca da estabilidade

Vinte e cinco mil pessoas se inscreveram para as provas, que foram aplicadas neste domingo

Uma carreira docente com estabilidade é o maior desejo entre os candidatos que faziam fila no começo da tarde deste domingo (25) em frente à Escola Técnica Estadual Parobé, na Cidade Baixa, em Porto Alegre, um dos locais de aplicação de provas do concurso público para professor do Estado, o primeiro em 10 anos.

Em função da chuva, o portão da instituição abriu por volta das 12h20min, 25 minutos antes do horário previsto, para que os candidatos pudessem se abrigar. Seria fechado pontualmente às 13h45min, conforme o edital.

Há 17 anos atuando como professora de Matemática contratada na rede estadual, Patrícia Gomes, 40 anos, quer ser nomeada para ter mais segurança e benefícios.

— É pela garantia dos meus direitos — disse ela, do lado de fora do Parobé, quando a chuva ainda não tinha dado as caras.

Também contratada, uma professora que não quis se identificar frisou que, em caso de ser demitida, sairia sem direito a nada. Por isso a vontade de alcançar uma boa pontuação nos exames e ser chamada pela Secretaria Estadual de Educação (Seduc).

— Professor contratado não tem fundo de garantia, aumento salarial. Se formos demitidos, saímos com uma mão na frente e outra atrás — ressaltou.

Falta de tempo é desafio

O curto tempo das provas era temido entre os candidatos ouvidos pela reportagem. Seriam quatro horas para completar 60 questões objetivas, marcar os resultados na folha de respostas e ainda escrever uma redação.

— A redação é o mais difícil e o tempo é curto, mas eu me preparei bastante. Fiz concurso preparatório para português e para redação. Também tivemos que estudar legislação e pedagogia, que são temas que vão cair — disse Patrícia, que precisou administrar os estudos com as 40 horas semanais de trabalho em duas instituições de ensino da Capital.

Professora particular de Matemática, Química e Física, Ingrid Pires, 33 anos, veio de Curitiba, no Paraná, somente para fazer as provas. Ela tenta um posto de trabalho no interior do Rio Grande do Sul — o concurso permitiu que o candidato realizasse os exames em um município, mas indicasse outra região para atuar. Seus sonhos são fugir de cidades grandes e a previsibilidade conferida pelo serviço público.

— Como dou aulas particulares, quando chega janeiro e fevereiro, não tenho aluno nenhum. Só fico com dinheiro nesses meses porque acabo conseguindo guardar, me organizar. O bom de ser professor nomeado é que terei salário o ano inteiro — observou.

25 mil candidatos

De acordo com a Seduc, cerca de 25 mil pessoas se candidataram ao concurso para professor do Estado, que prevê 1,5 mil vagas distribuídas em 30 Coordenadorias Regionais de Educação (CREs) nas áreas da Educação Básica, Educação Profissional e Educação Indígena.

As vagas são para professores de Língua Portuguesa, Matemática, Língua Inglesa, Química, Física, Geografia e Biologia, além de profissionais da Educação Especial, Educação Indígena e Educação Profissional. Não foram ofertadas vagas para as áreas de História, Sociologia, Ensino Religioso, Filosofia, Arte, Educação Física e Língua Espanhola, bem como para professores de Anos Iniciais do Ensino Fundamental.

Além de Porto Alegre, as provas foram aplicadas neste domingo nos municípios de Bagé, Bento Gonçalves, Cachoeira do Sul, Canoas, Carazinho, Caxias do Sul, Cruz Alta, Erechim, Estrela, Gravataí, Guaíba, Ijuí, Osório, Palmeira das Missões, Passo Fundo, Pelotas, Rio Grande, Santa Cruz do Sul, Santa Maria, Santa Rosa, Santana do Livramento, Santo Ângelo, São Borja, São Leopoldo, São Luiz Gonzaga, Soledade, Três Passos, Uruguaiana e Vacaria.

Fonte: GZH
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