PCC usa navios para enviar 60% da cocaína traficada do Brasil à Europa, calcula Ministério Público

Santos é o maior complexo portuário da América Latina e movimenta em torno de 10 mil contêineres todos os dias.

O Primeiro Comando da Capital (PCC), facção criminosa que domina o tráfico internacional de drogas no Estado de São Paulo, usa navios que partem do Porto de Santos (SP) para enviar 60% de toda cocaína pura enviada do Brasil para a Europa. A estimativa é do Ministério Público paulista (MP-SP).

Santos é o maior complexo portuário da América Latina e movimenta em torno de 10 mil contêineres todos os dias. Cerca de 25% de toda carga que entra por importação ou sai do Brasil via exportação passam pelo porto.

Só no ano passado houve movimentação de 173,3 milhões de toneladas de carga nos terminais, segundo a Autoridade Portuária de Santos (ASP), que administra o complexo. Nesta circulação gigantesca de mercadorias, embarcações e pessoas, o crime organizado também tenta burlar a vigilância das autoridades para mandar cocaína ao exterior.

“Aqui em Santos, nós temos as modalidades onde eles embarcam a droga diretamente no navio, nós já percebemos também que eles colocam drogas nos contêineres, colocam drogas nos contêineres fora dos terminais, colocam drogas nos contêineres dentro dos terminais, colocam drogas nos contêineres dentro dos navios, Então, eles são muito versáteis” , comandante da Marinha Marcus André de Souza e Silva, Capitão dos Portos de São Paulo.

O promotor de Justiça Lincoln Gakiya, que investiga o crime organizado há mais de 30 anos, aponta que a facção paulista envia, apenas pelo Porto de Santos, pelo menos 4 toneladas de cocaína pura por mês para a Europa, e que apenas 10% desse volume é apreendido. O dado mais recente é de dois anos atrás, e pode ser ainda maior.

“Isso pode ter dobrado ou triplicado atualmente. Nós podemos entender que houve e que está havendo um esforço das polícias das administrações portuárias, inclusive de aeroportuárias, para impedir o tráfico. Mas por outro lado nós podemos entender que uma grande parte dessa droga dessa cocaína acabou saindo sem a pressão”, diz Gakiya.

Desde novembro, portos e aeroportos do Rio de Janeiro e em São Paulo receberam reforços das forças armadas por causa do decreto da Garantia da Lei e da Ordem, a GLO. Na prática, por seis meses, os militares têm poder de polícia no combate ao tráfico e outros crimes, e mais dinheiro para fazerem patrulhamentos e investirem em tecnologia.

O jeito mais comum usado pelo crime organizado para esconder a droga é misturá-la na carga, antes de o contêiner chegar ao Porto. Em apenas uma apreensão feita em maio do ano passado, os agentes encontraram 1,1 tonelada de cocaína entre lâminas de aço que fariam baldeação no porto de Antuérpia, na Bélgica.

Fonte: O Sul

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