Opinião: Quem é o PSDB que poderá ingressar no governo Polis/Flávio?
Recentemente o Jornal Boa Vista publicou coluna com a opinião de Egídio Lazzarotto que tratava sobre a preocupação dos medalhões do PSDB com as novas lideranças do partido. Agora, com a iminente entrada dos tucanos no governo Polis/Flavio surgem especulações em ambos os lados, e em geral a pergunta tem sido no mesmo sentido: tucanos questionam se seria, de fato, vantajoso ingressar em um governo a quem foi opositor na última campanha, e os palacianos perguntam se valeria a pena trazer seus opositores para dentro do pátio de casa.
Obviamente, uma campanha política é extremamente desgastante. Se fala e se ouve muitas coisas sobre adversários que neste espaço seriam impublicáveis. Quem não lembra da frase proferida por um influente político bota amarela que bradava “Com o diabo eu não vou” e alguns anos após se via os históricos adversários abraçados pedindo votos pelas ruas da cidade?
Seguramente o possível ingresso do PSDB no governo tem, neste momento, algumas singularidades. Caso venha a se confirmar a adesão dos tucanos ao ninho MDBista não será o velho PSDB que entrará no governo. Parafraseando Egidio Lazzarotto “os medalhões foram superados pelos tucaninhos”.
Claramente há duas gerações de tucanos em Erechim: uma delas que faz parte Luis Schmidt e seus fiéis escudeiros e outra dos “guris do PSDB”, liderados por Emerson Schelski e acompanhados por Carlinhos Magrão, Wallace Soares e muitas vezes tendo como mentor intelectual o ainda não filiado Jackson Arpini. O PSDB que ingressará no governo será o PSDB mais leve, e neste PSDB circulam também alguns nomes cascudos que, desconfortáveis com os medalhões, perceberam que só estariam no jogo se vestissem a camisa do time dos guris.
Habilidosos e articuladores como são Polis e Marmentini, certamente devem ter feito esta leitura e percebido que entre ter e não ter o apoio do PSDB, é melhor tê-los por perto. Por outro lado, o apoio dos tucanos encurta as asas daqueles vereadores da base mais rebeldes, e que com a garantia de mais três votos, poderão ver seus discursos minguar e perder efeito.