O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio Grande do Sul (GAECO/MPRS) prestou apoio operacional, nesta quinta-feira, 7 de agosto, à Operação Duas Caras, deflagrada pelo GAECO do Ministério Público de São Paulo (GAECO/MPSP). A ação tem como objetivo desarticular um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo a gestão de uma organização social na área da saúde. Segundo as investigações, o desvio de recursos públicos pode ultrapassar R$ 1,6 bilhão.
No Rio Grande do Sul, foram cumpridos um mandado de busca e apreensão na Unidade de Pronto Atendimento (UPA 24h) e um mandado de busca pessoal contra a administradora da unidade, ambos no município de Carazinho. Ao todo, foram expedidos mais de uma centena de mandados judiciais, incluindo 12 de prisão temporária, além de ordens de afastamento de dirigentes, busca e apreensão, e indisponibilidade de bens. Os cumprimentos também ocorreram nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais e Santa Catarina.
De acordo com o GAECO/MPSP, a organização criminosa criou uma espécie de departamento extraoficial para múltiplas finalidades, entre elas, realizar contabilidade paralela e viabilizar pagamentos e benefícios indevidos com o intuito de ampliar o lobby e conseguir contratos de gestão e seus respectivos financiamentos públicos. A obtenção de recursos permitia o aumento do lucro dos responsáveis pelo esquema, pois possibilitava a instalação das respectivas empresas na execução dos convênios. A gestão fraudulenta provocou reflexos nos serviços públicos de saúde, inclusive com relatos de mortes em unidades administradas pelo grupo e grande número de ações trabalhistas.
Fonte e foto: MPRS