Quem já ouviu falar do real digital? Acredito que muitos, não é mesmo? Desde a última quinta-feira, 20 de outubro, o assunto foi propagado, pois o projeto piloto entrou em teste, com previsão de operacionalização a partir de janeiro de 2023. E, foi exatamente esse o tema desmistificado pelo empresário e diretor da Express Soluções Financeiras, Tulio Lichtenstein, nesta quarta-feira (26).
Conforme Lichtenstein o governo e Banco Central criaram um comitê que avaliou algumas diretrizes para implantação do real digital, os chamados CBDCs (Central Bank Digital Currency). “Uma moeda emitida por bancos centrais, diferente do Bitcoin e Ethereum que são moedas eletrônicas que não tem suas diretrizes formadas por bancos centrais e sim, por usuários e outros meios. Claramente, um dos principais diferenciais do real digital são as diretrizes”, relatou.
Ainda disse que em 2020 foi criado um laboratório de inovações financeiras tecnológicas, o LIFT, onde foram sendo criados exemplos e testes de como colocar em prática o real digital”.
Mas afinal, quais os diferencias?
Os questionamentos são inúmeros, como aconteceu com o surgimento do Pix. “O Pix já é digital, o cartão de crédito também, boletos e tantos outros. Então você deve estar se perguntando, mas o que muda? A diferença é que com o real digital não precisa existir uma instituição financeira por trás para realizar a operacionalização. Terá uma plataforma onde será possível fazer o registro das operações”, explicou Tulio Lichtenstein.
Muitas são as dúvidas, avaliações necessárias e informações que precisam ser regulamentadas. “Existem apenas premissas básicas para os usuários. Algumas instituições financeiras, Santander Brasil, Itaú Unibanco e Visa Brasil já ofertaram a criação das plataformas. Com a expansão, como foi com o Pix, soluções tecnológicas de segurança serão implantadas. Afinal, o grande objetivo do programa é o combate a fraudes e crimes. Outra grande dúvida e curiosidade é sobre a remuneração e valorização, o real digital não sofrerá alterações, pois não será baseado ao dólar”, explicou.
Lichtenstein disse que é cedo dizer que vai acabar o dinheiro em espécie, “assim como não acabou o cheque. Quanto vai impactar é cedo para opinarmos”.
O real digital é uma criptomoeda?
O empresário disse que não, pois ‘tem suas diretrizes aprovadas pelos bancos centrais e governo, não é minerado como uma criptomoeda”.
Será possível fazer transações internacionais com o real digital?
“Sim, com um nível de facilidade maior do que é hoje. Atualmente é preciso ir até uma corretora, até chegar na conversão. Com o real digital, extingue-se a necessidade de ir até a corretora”, finalizou.