O Show do padre de Fábio de Melo
Na semana passada a comunidade de Erechim e região foi pega de surpresa por uma nota vinda da ACCIE informando que o show que iria abrir as festividades do centenário de nosso município teria sido cancelado e transferido para o dia 29 de abril, quando a cidade completa 100 anos. Algumas informações dão conta de que as vendas de ingressos estavam muito aquém do esperado.
O padre Fábio de Melo pertence à congregação do Sagrado de Coração de Jesus, onde seus integrantes fazem voto de pobreza e ao serem ordenados fazem o juramento de ser mensageiros da palavra de Deus. Mas para se apresentar em Erechim cobrar a “bagatela” de R$ 240 mil me parece um exagero, para não dizer um absurdo.
Em minha opinião, um padre que pertence a uma congregação que faz voto de pobreza, deveria se apresentar como uma missão evangelizadora. Não sou contra que se cobre para pagar os músicos da banda, passagens e outras despesas, mas não cobrar o valor de um show de grandes duplas sertanejas ou de uma Ivete Sangalo. Se o valor da apresentação ficasse dentro do razoável, se poderia fazer o show na praça ou no Parque da ACCIE, mas com ingresso gratuito e os custos rateados entre as empresas patrocinadoras e a prefeitura. Acontece que hoje Fábio de Mello é muito mais que um padre, é um “pop star”. Tal história me lembra o celebre ditado popular: “Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”.
Apesar de questionar o show do pop star Fábio de Melo, apoio sua vinda a Erechim, mas com muita ressalva por ele ser um religioso que tem voto de pobreza. Aliás, se Jesus chegasse durante o show, qual seria sua reação? Não expulsaria os vendedores do templo?
Por Egidio Lazzarotto