O que pensa Márcio Nunes, o novo treinador do Ypiranga

O jovem treinador Márcio Nunes, 37 anos, foi designado pela direção do Ypiranga para reconduzir o clube à elite do futebol gaúcho. Considerado por muitos como uma aposta, Nunes foi tratado como convicção pelo gerente de futebol, Renan Mobarack. Apesar de ter pouca experiência à beira do gramado, dentro dele foi responsável por ao menos três acessos como jogador. Ao seu lado estarão outros dois ex-jogadores, Brida e Jean Paulo, seus auxiliares, que carregam na bagagem mais treze acessos no futebol gaúcho.

Na última semana logo depois de sua apresentação, juntamente com o auxiliar Jean, visitou a Rádio Cultura e Jornal Boa Vista, onde por cerca de uma hora e meia conversou comigo e o colega, Armando Anacleto Nabas (Mano). Durante a conversa foi possível traçar um raio x do que pensa o novo comandante técnico Canarinho e, o que projeta para a próxima temporada.

Desconfiança

Iniciamos o diálogo falando que boa parte da imprensa, torcedores e até alguns dirigentes, ainda o tratam com certa desconfiança. Ele disse que entende com naturalidade pela recente carreira como treinador e pelo que acontecera com o clube na temporada passada, quando a antiga direção apostou em um treinador jovem e não obteve os resultados esperados. Por outro lado, Nunes entende que o dia-a-dia e os resultados dentro de campo, serão os grandes responsáveis para sanar a desconfiança quanto ao seu trabalho.

Perfil   

Acostumado com a braçadeira de capitão em muitos clubes que atuou, Nunes sabe que a divisão de acesso exige algo mais dos jogadores. A qualidade de um jogador é importante, mas para o novo treinador é preciso agregar a vontade de vencer, empenho e comprometimento com o grupo e clube. Por ter sido um jogador com notável perfil de liderança, ele gosta de conversar com cada um dos seus atletas antes de oficializá-lo. “É conversando que se observa o real comprometimento de cada um”, destacou o comandante.

Time

A ‘salada de frutas’ passou a ser utilizada pelos treinadores e imprensa nos últimos anos. O tradicional 4-3-3, por exemplo, passou a ser chamado de 4-2-3-1. Já o esquema mais utilizado entre os anos 90 e meados de 2000, o 4-4-2 é chamado hoje de 4-2-2-2. Nunes tem como esquema preferencial o 4-2-3-1, que conta com um meia de criação do estilo clássico – como era o seu atual auxiliar técnico Jean Paulo -, dois atacantes de velocidade pelos lados de campo, mas que voltam para recompor na primeira linha de quatro na hora de marcar e, um centroavante de referência dentro da área. No entanto, reiterou que não é refém de um esquema tático de jogo e que dependendo das circunstâncias podem ocorrer alterações.

Estratégia

A nova direção do Ypiranga tem adotado uma estratégia interessante para tentar integrar mais torcedores no estádio na próxima temporada. Além da parceria com a Aurora, o clube tem estreitado relações com alguns municípios da região Alto Uruguai. Até torcedores estão sendo convidados para participar de reuniões com a direção, para opinar. Agradam-me atitudes como essas, é preciso sair da zona de conforto e ir ao encontro de sua torcida.

Por Fabio Lazzarotto

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