O principal motivo para a poupança render mais de 5% acima da inflação pela primeira vez desde 2017 é exatamente a queda da inflação que vem ocorrendo, incluindo a deflação registrada em junho. A caderneta teve rendimento real de 5,22%, ou seja, é o ganho do poder de compra do dinheiro aplicado. Por um longo período, ele perdeu valor porque não remunerava mais do que a alta média de preços, que é a inflação.
Além disso, também ajuda a taxa Selic ainda estar alta, em 13,75%. A remuneração da poupança é de 70% do juro definido pelo Banco Central, quando a Selic está acima de 8,5% ao ano. Também tem acréscimo da taxa referencial (TR), que é definida por juros pagos por operações financeiras e acumula +2,12% em 12 meses.
A perspectiva é que o Banco Central comece a reduzir a Selic em agosto. Provavelmente, será um corte pequeno, de 0,25 ponto percentual. Ainda assim, já começará a reduzir o rendimento da poupança. Outro ponto é que a inflação acumulada de 12 meses deve começar a subir nos próximos meses porque a base será um período de deflação no ano passado, quando lei federal cortou impostos sobre combustíveis, energia e telecomunicações.
Além disso, com o juro alto, é fácil de encontrar outras aplicações financeiras que sejam melhores opções de investimento e tão seguras quanto a poupança, como títulos do Tesouro Direto e alguns CDBs.