O calvário do outro Erechim após centenário

Durante o mês de abril, quando se comemorava o centenário de Erechim, ficamos maravilhados com os vídeos publicados pelo poder público municipal, empresas, políticos, imprensa e população em geral, mostrando as belezas do nosso município. No entanto, ninguém teve a coragem, ou fingimos que esquecemos, de mostrar a outra realidade de uma cidade centenária, onde para as pessoas pouco importa se a cidade completou 10 ou100 anos. São centenas de famílias, que no dia do centenário não tinham nem o feijão com arroz para colocar na mesa e nem o leite para seus filhos. Um exemplo disso é o fato de que mensalmente dezenas de pessoas passam pela recepção da Rádio Cultura e do Jornal Boa Vista à procura de emprego ou de uma cesta básica.

Quantas pessoas que vivem em barracos, em porões insalubres? Outros que trabalham o mês inteiro e quando recebem seu salário tem que separar primeiro o dinheiro para pagar aluguel, água, luz, muitas vezes para o IPTU do proprietário do imóvel, restando muito pouco ou nada para comer, vestir. Quantos jovens e pais de famílias são discriminados por morar em determinados bairros? São centenas de pais de famílias e jovens que estão desempregados e vêem uma cidade centenária que não lhes dá uma chance de ser feliz, de realizar o sonho de uma vida digna. Este é o calvário do outro Erechim, que não apareceu nos belos vídeos, nas páginas dos jornais e revistas que publicamos durante o mês de abril.

Por Egidio Lazzarotto

 

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