No Sicredi, gente que coopera cresce!

O crescimento vertiginoso e constante da Sicredi Norte RS/SC, que saltou de R$ 470,8 mil de resultado líquido em 2011 para mais de R$ 46,2 milhões no ano passado, é prova do arrojo e capacidade de gestão da diretoria, liderada pelo presidente Adelar José Parmeggiani.

Classificado por colegas como um líder audacioso que se mantém humilde e disposto a ouvir, Parmeggiani, aos 54 anos, tem encarado as mudanças de um novo tempo com o passo firme e fiel à sustentabilidade do negócio, sem perder de vista a função social do Sicredi.

Na entrevista que segue, dentro do Programa DIS- de Desenvolvimento, Inclusão e Sustentabilidade, parceria do Jornal Boa Vista, Rádio Cultura e Sistema Ocergs-Sescoop/RS, o presidente revela números do Sicredi, admite que a renovação do quadro social é um dos principais desafios atuais e projeta a expansão da marca em âmbito local e, também, para Minas Gerais. Confira o bate-papo:

Quais são as principais conquistas da Sicredi Norte RS/SC nestes 37 anos de história?

Se hoje estamos aqui, a primeira grande conquista foi a fundação da Credirel (Cooperativa de Crédito Rural de Erechim Ltda), em 14 de abril de 1981. Lá, 21 empreendedores da região com o apoio da cooperativa de produção (Cotrel) deram início às primeiras operações, limitadas, então, a atender somente a produtores rurais. Depois de um inicio difícil, em 1992, com a filiação ao Sistema Sicredi, novas oportunidades se abriram, a partir de um leque maior de produtos e serviços. Neste momento passamos a ser chamados de Sicredi Erechim, com várias unidades nos municípios da região. No ano 2000, com a renovação do conselho, e a busca de uma independência na gestão da cooperativa de crédito, iniciou-se a separação física das agências, que ate então estavam vinculadas à cooperativa de produção. Talvez uma das maiores conquistas aconteceu em 2006, quando o Banco Central aprovou a livre admissão de associados – abrindo a cooperativa para todas as pessoas da comunidade, e não apenas para agricultores. Em 2007, aprovamos junto aos associados projeto de expansão para o meio oeste catarinense e mais 24 municípios passaram a fazer parte da área de atuação da cooperativa. Neste mesmo ano, ampliamos a superintendência para a Av. Sete de Setembro, em local amplo e que seria adquirida pela cooperativa no ano de 2013. A partir de 2010, iniciamos processo de formação de lideranças, a fim de começar um trabalho de gestão compartilhada e implantação do processo de governança do Sicredi, agora já com o nome de Sicredi Norte RS/SC. Nos 35 anos de fundação da cooperativa, em 2016, mais do que comemorar a data, consolidamos o trabalho e ampliamos a participação, estando mais próximos e ativos nas comunidades. Aliás, tal participação foi fundamentalmente reforçada já em 2014, com a criação do fundo de ações sociais – pelo qual parte do resultadoda cooperativa (2,4%) é doado para o desenvolvimento de associações, entidades sociais, grupos organizados, comunidades, entre outras.

Para o restante de 2018 e 2019, o que esperar?

Temos grandes desafios, entre eles, a expansão dastado de Minas Gerais. Trata-se de um projeto importante para o sistema Sicredi, fazendo com que estejamos presentespraticamenteem todos os estados brasileiros. A região de Poços de Caldas e municípios vizinhos foi a escolhida pela Sicredi Norte RS/SC e aprovada por 80% dos associados (com voto secreto)nasassembleias de núcleos e ratificadapelosDelegados de Núcleosna assembleia geral extraordinária do dia 3 de julho de 2018. Devemos abrir as duas primeiras agências em MG até o primeiro semestre de 2019. Além disso, em 2018 a Sicredi já abriu quatro agências (uma empresarial em Erechim; Peritiba/SC, Luzerna/SC e Erval D’Oeste/SC), e devemos abrir mais uma, este ano, em Ipumirin/SC.

O Sr. fala em era diital. Visualizando cenários que incluem as cripto-moedas e inteligência artificial, quais são os principais desafio do Sicredi para os próximos anos?

O maior desafio é aliar a tecnologia (inteligência artificial) às novas formas de lidar com o dinheiro. Acreditamos que por sermos cooperativa, nada substitui o fator humano. As pessoas continuarão sendo o maior diferencial das organizações. Precisamos, porém, visualizar e entregar oportunidades para permitir melhores resultados e facilidades aos associados. Nesta perspectiva, o lançamento da nossa plataforma digital,WoopSicredi, possibilitando que as pessoas se tornem sócias de uma cooperativadigitalmente, sem ter a necessidade de ir a uma agência, mostraessaevolução. Uma modalidade de conta corrente, sem papel, sem filas e sem burocracia é vital, ondenosso associado dispõe de uma conta completa, cartão de débito, crédito e tudo para descomplicar a sua vida financeira.

O Sr. diz que nada substitui o fator humano. Como o Sicredi está preparando suas equipes e associados para este novo tempo?

O cuidado com a valorização das pessoas e entidades, e a busca por parcerias e formação de pessoas, são alguns dos pontos cruciais para o desenvolvimento de uma cooperativa. A Sicredi Norte investe não só nos seus colaboradores, mas nos seus associados buscando que os mesmos conheçam o sistema cooperativo, seu trabalho e as oportunidades de negócios oferecidas para todos os públicos. Um dos nossos grandes desafios para os próximos anos é a renovação do quadro social, ou seja, a busca de uma participação mais efetiva dos jovens no cooperativismo. Por meio do programa A União Faz a Vida, estamos implantando também as cooperativas escolares nas escolas dos municípios parceiros, oportunizando aos jovens vivenciar na prática o funcionamento de uma empresa ou cooperativa.

Em tempos de crise, quais são as principais linhas de atuação da cooperativa? Ainda sobre cenários de incertezas econômicas, que dica o Sr. Como presidente dá aos associados?

O principal é estar próximo aos associados, entendendo suas necessidades e buscando atender suas demandas. Veja bem, o mercado financeiro em si tem reduzido a participação de crédito em pequenos negócios, produtores rurais e até mesmo pessoas físicas. Entendo que é neste momento que a cooperativa – por estar próxima e conhecer seus associados – consegue viabilizar bons negócios e mostrar seu diferencial, dando continuidade ao desenvolvimento da região. 2018 está cercadade incertezas econômicas, muito em função de ser um ano eleitoral, e o Sicredi tem buscado estar atento a todas as mudanças, por mais insignificantes que possam parecer, sem corrermosgrandesriscos. A busca constante da melhor forma de atendimento aos associados e a melhoria em processos internos para redução de custos e ampliação dos negócios com nossos associados, nos dão a certeza do sucesso nesta caminhada, mesmo num ano difícil para a maioria das empresas. Exemplo disso é a linha de crédito convênio com entidades que possui taxas e prazos diferenciados para a compra de matéria-prima, mercadorias, pagamento de tributos em geral, fornecedores, salários ou investimentos em ampliação e inovação, que beneficiou mais de 700 empresas da região nos últimos meses.

Somos uma região agrícola. Como está sendo 2018 para o agronegócio?

O setor do agronegócio vem se destacando por sua pujança e protagonismo, buscando na aplicação de novas tecnologias aumento da produtividade. A Sicredi Norte esteve e segue presente com recursos suficientes em todos os anos, e 2018 não é diferente. Já temos os recursos garantidos para atender a todos os nossos associados nas mais diversas necessidades, ou seja,  custeio de milho, feijão, soja, e em todas as linhas de  investimentos e capital de giro.

Qual é o perfil do associado Sidredi hoje?

Em nosso universo de mais de 85 mil associados, temos pessoasde todas as idades. Felizmente, aliás, as cooperativas deixaram de ser quase só formadas por homens. As mulheres estão iniciando uma caminhada muito importante dentro da sociedadecooperativa, o que é importante neste novo momento do cooperativismo. A Sicredi Norte RS/SC, não faz distinção de nenhumanatureza, todasas pessoas físicas e jurídicas de todos os segmentos, inclusive entidades publicas, estão aptas a se tornarem associados da cooperativa.

Quem é Adelar José Parmeggiani?

Natural de Campinas do Sul, mais precisamente da Linha Crioula, no interior do município, Adelar José Parmeggiani nasceu em 22 de abril de 1964. Fez sua formação básica na escola Geny Teles Colpani, em Campinas, seguindo para o Colégio Agrícola de Sertão, onde qualificou-se como técnico em agropecuária. Na sequência, retornou para casa, a fim de trabalhar com os pais na propriedade da família. Em 1985, tornou-se líder de Núcleo da Cotrel e posteriormente conselheiro, cargo que ocupou até 1998, quando, na condição de suplente, chegou ao conselho fiscal do Sicredi. No ano seguinte já era membro do conselho de administração da cooperativa de crédito, conquistando a vice-presidência da instituição em 2000. Graduou-se em Ciências Contábeis e fez pós nas áreas de gestão de pessoas, empresas e desenvolvimento. Em 2011 foi eleito presidente da Sicredi Norte RS/SC. Em 2019, o marido de Lenir Fetter e pai do Rafael e da Gabriela, colocará mais uma vez seu nome à disposição dos associados para um novo mandato à testa da cooperativa. Com números que consolidam a eficiência da gestão, é franco favorito ao posto.

Resultados nos últimos sete anos:

2011: R$ 470.886,81

2012: R$ 3.713.274,56

2013: R$ 12.695.610,33

2014: R$ 21.275.604,89

2015: R$ 23.780.849,33

2016: R$ 34.836.227,48

2017: R$ 46.208.737,89

Razões do crescimento, segundo Adelar Parmeggiani:

Credibilidade; Transparência; Educação cooperativista; Sistema de Governança aberto; Formação de equipe; e Trabalho social, beneficiando entidades da região de atuação.

Visão geral dos associados – 6 de julho de 2018 

Total de associados: 85.290

Pessoa Física: 77.316 (90,6%)

Pessoa Jurídica: 7.974 (9,3%)

Urbano: 62.885 (81,3%)

Rural*: 14.431 (18,7%)

Homens: 45.325 (58,6%)

Mulheres: 31.991 (41,4%)

Até 20 anos: 7.688 (9,9%)

De 21 a 64 anos: 56.731 (73,4%)

Acima 65 anos: 12.897 (16,68%)

Perfil do associado urbano 

Homens: 33.652 (53,51%)

Mulheres: 29.233 (46,49%)

Até 20 anos: 7.534 (11,98%)

De 21 a 64 anos: 45.074 (71,68%)

Acima 65 anos: 10.277 (16,34%)

Perfil do associado rural 

Homens: 11.674 (80,90%)

Mulheres: 2.757 (19,10%)

Até 20 anos: 154 (1,07%)

De 21 a 64 anos: 11.657 (80,78%)

Acima 65 anos: 2.620 (18,16%)

*Considerados rural associados PF enquadrados nas carteiras 210/211 e 220/221

 Salus Loch

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