Neste dia 26 de maio, é comemorado o Dia Nacional do Combate ao Glaucoma. O objetivo dessa data, assim como todo o mês, o Maio Verde, é conscientizar a população sobre a importância da prevenção, do diagnóstico precoce e do tratamento adequado para uma doença ocular que pode levar à cegueira se não for tratada adequadamente. O glaucoma é tido como a maior causa de cegueira irreversível no mundo. Estima-se que, no Brasil, cerca de 3,4% da população acima de 40 anos de idade pode ter glaucoma.
De acordo com a médica oftalmologista e especialista em glaucoma do Instituto de Olhos Santa Luzia, Laura Oltramari, a doença, na maioria das vezes, é assintomática até atingir estágios mais avançados, onde a deficiência visual já está estabelecida. “Por isso a importância de todo ano fazer uma avaliação oftalmológica em que é realizado o exame de fundo de olho, para poder tratar o quanto antes a doença,” explica Laura.
EXAMES COMPLEMENTARES
Conforme comenta, quando observadas as características do nervo óptico, caso haja suspeita da doença, são realizados alguns exames complementares que mostrarão com mais detalhes as características anatômicas e funcionais da camada de fibras nervosas e células ganglionares da retina. “É associando o exame físico oftalmológico com os exames complementares que diagnosticamos e classificamos a doença, e é a partir daí que o oftalmologista irá pensar em um plano de tratamento individualizado para o paciente”, comenta.
O glaucoma é uma neuropatia óptica crônica e progressiva caracterizada pela perda da camada de fibras nervosas e células ganglionares da retina. A progressão dessa doença leva à perda do campo de visão e, em casos avançados, à visão tubular e cegueira.
FATORES DE RISCO
A oftalmologista Laura Oltramari destaca que o principal fator de risco é a pressão intraocular elevada. O segundo é a idade do paciente. Estima-se que pacientes com mais de 50 anos de idade têm 0.6 vezes mais chances de ter glaucoma primário de ângulo aberto (o subtipo mais comum de glaucoma). Esse risco sobe para 7.3 vezes mais em pessoas com mais de 80 anos.
Outro fator de risco importante é a história familiar. Existe 9.2 vezes mais chances de um indivíduo ter o subtipo mais comum de glaucoma, se um familiar de primeiro grau (pai, mãe, irmãos) tiver diagnóstico da doença. Importante ressaltar que pessoas afrodescendentes costumam desenvolver glaucoma mais precocemente e ter um controle pressórico mais difícil que pessoas brancas. Pacientes negros entre 45-65 anos com glaucoma primário de ângulo aberto têm 15 vezes mais chances de evoluir para cegueira do que brancos com a mesma faixa etária.
A oftalmologista chama a atenção, entretanto, que existem inúmeros outros fatores de risco, ou seja, podemos ter glaucoma com pressão intraocular normal, da mesma forma que existem pessoas que podem ter pressão ocular elevada, mas com nervo óptico normal, os chamados hipertensos oculares.
VALOR DE PRESSÃO OCULAR NORMAL
Variações da pressão em valores menores de 21 mmHg é tido como dentro da normalidade, porém é importante ressaltar que pessoas que já tem diagnóstico de glaucoma são aceitas pressões menores, ou seja, a partir do diagnóstico da doença, a pressão ocular ideal (pressão alvo) é individualizada e irá variar de acordo com as características da doença e fatores de risco de risco de cada paciente.
TRATAMENTO
A médica ressalta que um ponto importante é que a pressão intraocular é o único fator de risco que conseguimos tratar no glaucoma, por isso que a aferição da pressão é tão importante e
tão associada pelas pessoas quando falamos sobre a doença. “Atualmente, existem algumas formas de tratamento à laser e tratamento cirúrgico com cirurgias ditas “minimamente invasivas” ou cirurgias fistulizantes para casos de glaucoma mais avançado e com inadequado controle pressórico, mas o mais comum, é o manejo com colírios anti-hipertensivos”, esclarece.
Finalizando, a médica Laura Oltramari reforça que o glaucoma é uma doença assintomática e de origem multifatorial que requer uma investigação detalhada do nervo óptico, pressão intraocular e da função visual. “A doença não tem cura. O tratamento visa desacelerar a progressão da doença para que o paciente mantenha visão boa e possa desempenhar suas atividades com qualidade e independência durante toda a sua vida. Lembre-se: A consulta regular com o seu médico oftalmologista é a única forma de diagnóstico e detecção precoces”, reforça.
Por Assessoria de Comunicação