Na bênção do Santuário revitalizado, Dom José lembra benfeitores de ontem e de hoje

Dom José realizou a bênção do Santuário revitalizado, entronizou a imagem de Maria na capela de Nossa Senhora, fez a dedicação do altar e inaugurou o sacrário na capela do Santíssimo.

Na festiva solenidade da Assunção de Nossa Senhora, neste terceiro domingo do mês vocacional, dedicado à vida religiosa, em tarde de sol depois de bastante chuva, em missa solene, Dom José realizou a bênção do Santuário revitalizado, entronizou a imagem de Maria na capela de Nossa Senhora, fez a dedicação do altar e inaugurou o sacrário na capela do Santíssimo.

A missa foi concelebrada por Dom Girônimo e 24 padres, com a participação de 5 diáconos, seminaristas, religiosas, coral N. Sra. de Fátima e muitos fiéis que lotaram completamente o Santuário. Presentes também diversas autoridades, entre elas o Vice-Prefeito em exercício, Marcos Lando, no licenciamento do Prefeito Municipal, e o Presidente da Câmara Municipal de Vereadores, Ale Dalzotto.

A cerimônia iniciou com a bênção da água e a aspersão da assembleia e das paredes do templo, bem como com a entronização da imagem de N. Sra. de Fátima na capela a ela dedicada. Após a proclamação da Palavra da solenidade da Assunção de Nossa Senhora, Dom José proferiu a homilia. Concluída a homilia, passou ao rito da dedicação do Altar que consta da ladainha de todos os santos, pedindo seu auxílio para aquela ação ritual, da oração do rito, na qual se pede a Deus a graça de que o Altar seja a mesa sagrada na qual o povo se revigora na fé, a unção do Altar com óleo do Crisma, queima do incenso, colocação das toalhas litúrgicas e das velas (revestimento e iluminação).

A unção do Altar, que representa Cristo, expressa que Ele é o ungido de Deus Pai, enviado para realizar a salvação de todos, entregando sua vida no altar da santa Cruz. O incenso queimado no Altar manifesta que o sacrifício nele realizado e as preces dos fiéis sobem a Deus como perfume suave. A incensação das paredes e da assembleia significa a consagração do povo a Deus. O revestimento do Altar recorda que ele é a mesa do Senhor, ao redor da qual os fiéis se unem em oração. A iluminação remete a Cristo, luz do mundo que deve ser irradiada por seus discípulos.

Com o Altar devidamente preparado, nele foram colocadas, pela primeira vez, as oferendas do pão e do vinho para a liturgia eucarística.

No final da celebração, Dom José expressou especial agradecimento aos membros das Comissões Técnicas e Econômica do projeto de revitalização do Santuário, chamando-os para frente. Nem todos puderam estar presentes ou conseguiram chegar até o local. O Bispo também agradeceu a todos os colaboradores do projeto, pessoas, famílias, comunidades e empresas. Observou que nos próximos dias serão realizados alguns ajustes finais e serão recolocados os bancos que estão ainda em reforma e pintura. Motivou também para a etapa final do projeto, a capela da reconciliação e os confessionários. Enfatizou sua confiança na Providência Divina para os recursos necessários, que se revela através da colaboração de todos.

O Vigário Geral da Diocese, Pe. Cleocir Bonetti, também fez breve pronunciamento. Ressaltou que sua palavra era de agradecimento a Deus, a N. Sra. e a todos os que colaboraram com o projeto, mas de modo especial a Dom José. Disse que se sentia porta-voz de muitas pessoas que se referiam à obra e à coordenação da mesma por Dom José. Registrou a passagem dos cinco anos dele como Bispo da Diocese, neste sábado, tendo já realizado a visita pastoral a todas as comunidades, incluindo especial contato com os doentes. Ressaltou a prioridade dada por Dom José à formação e a diversas outras metas pastorais. Referindo-se especificamente ao projeto, disse ser obra de muitas mãos, de muitas pessoas que atuaram com o coração. Projeto bem pensado, ousado, questionado, criticado, acolhido, elogiado, em grande parte já realizado. Agradeceu a Dom José a sua dedicação constante nas muitas reuniões das comissões, na busca de recursos, no acompanhamento dos trabalhos. Enalteceu seu empenho diuturno, sua coragem, sua ousadia, sua determinação, sua exigência no seguimento das diversas etapas.

Na saudação inicial de sua homilia, Dom José manifestou seu pesar à família Badalotti e à equipe da Rádio Difusão pelo falecimento de seu diretor, Senhor Ydílio, no dia de ontem, ressaltando que ele possibilitou inúmeras transmissões radiofônicas diretamente do Santuário, especialmente nas Romarias e em outros momentos de celebrações especiais. Lembrou os benfeitores do conjunto Seminário e Santuário de ontem e de hoje, que tornaram possível este centro de espiritualidade, que foi revitalizado. Projeto que parecia um sonho, mas que foi realizado. A propósito, citou Dom Helder Câmara que dizia que sonho sonhado sozinho permanece sonho. Porém, sonho que se sonha junto é começo da realidade. Esse se tornou realidade pelo espírito de fé, de partilha, solidariedade e gratidão de tantos colaboradores. Recordou que o projeto está sendo realizado tendo em vista a passagem dos cem anos das aparições de Fátima, mas também como gratidão primeiramente a Deus, a Maria pelas graças derramadas sobre o nosso querido povo, aos antepassados que construíram, com espírito de fé, de comunidade e com muito sacrifício, todo este conjunto do Seminário de Fátima. Referiu-se à solenidade do dia, a Assunção de Maria ao céu e o hino de louvor a Deus que ela cantou. Com algumas referências bíblicas, abordou a natureza do altar, mesa do sacrifício de Cristo que nele se realiza pela ação do sacerdote e as diversas partes do rito de sua dedicação. Por fim, desejou que o Ano Nacional Mariano e Diocesano das celebrações do centenário das aparições de Nossa Senhora em Fátima possa reavivar no coração de todos o cuidado pela vida, principalmente onde ela se encontra mais fragilizada, o amor pela família, a sensibilidade pela caridade e a nossa espiritualidade, para valorizarmos a presença do Senhor, que caminha conosco na nossa história pessoal e comunitária.


Íntegra da homilia de Dom José | Dedicação da Igreja e do Altar | Santuário de Fátima – 20/8/2017

Saúdo o Bispo emérito Dom Girônimo Zanandréa, sacerdotes, diáconos, religiosas, religiosos e seminaristas; as autoridades constituídas do poder executivo, legislativo e do judiciário, civis e militares, aqui presentes, dirigentes de entidades de classe, os membros das Comissões Econômica e Técnica do projeto de revitalização do espaço do santuário; os dirigentes ou representantes das empresas, comunidades e famílias que colaboraram na realização deste espaço sagrado. Saúdo todos aqueles que nos acompanham através da Rádio Virtual, Rádio Web e outros meios de comunicação. Com estima, recordo os enfermos e seus familiares; quero estender também, neste dia, à família Badalotti e aos funcionários da Rádio Difusão meu pesar pela partida do seu Diretor, senhor Ydílio Badalotti, que possibilitou inúmeras transmissões radiofônicas daqui deste Santuário, especialmente das Romarias, e de outros momentos da vida diocesana. Que Maria, Senhora de Fátima, o acolha com seu amor de mãe na casa do Pai.

Queridos irmãos e irmãs, nos reunimos nesta tarde, neste espaço, para louvarmos e agradecermos a Deus pelo dom da vida, pelo dom da fé, pelas famílias, pela vida consagrada ao serviço do Senhor. Este espaço, dedicado a Nossa Senhora do Rosário de Fátima, foi construído há mais de sessenta anos pela comunidade católica desta região do Alto Uruguai, como seminário, local de formação para os futuros sacerdotes e centro de espiritualidade. Deste projeto participaram ativamente muitas famílias, os pais e avós de vocês. Creio que muitos de vocês que estão aqui presentes ou nos acompanhando através dos meios de comunicação começaram a frequentar este local desde crianças, chegaram aqui segurando nas mãos de seus pais, ou quem sabe nos braços de suas mães. Eles vinham aqui como peregrinos, movidos pela fé, pela esperança e confiança na intercessão de Maria junto ao seu Filho Jesus. Eles chegavam aqui, muitas vezes cansados de longas caminhadas e dobravam os joelhos em preces, agradecendo e pedindo a proteção de Nossa Senhora de Fátima, pela saúde, pela família, pelos filhos. Quantos pais e mães passaram por este local nesses anos; aqui invocaram a proteção materna da Mãe de Jesus; aqui pediram e agradeceram pela sua vida, muitas vezes no silêncio, com o coração em pranto, ferido pela dor de ver a vida dos que amavam fragilizada ou ameaçada por tantas realidades.

Hoje, este projeto de revitalização que era um sonho tornou-se realidade, está sendo dedicado e entregue à comunidade como espaço sagrado de encontro com o Senhor, com Maria, a Mãe de Jesus e nossa, com os irmãos e irmãs que aqui se reúnem para celebrar a fé e alimentar a caminhada para a casa do Pai com o Pão da Palavra e o Pão da Eucaristia. Dom Helder Câmara, grande Bispo em nosso País, dizia: “Sonho que se sonha sozinho é apenas um sonho. Sonho que se sonha junto é o começo da realidade”. Esse sonho tornou-se realidade pelo espírito de fé, partilha, solidariedade e gratidão que está no coração de vocês. Por isso, os meus mais sinceros agradecimentos às pessoas que aceitaram fazer parte das Comissões Econômica e Técnica. Durante mais de um ano, estiverem empenhados no projeto, com muitas reuniões e decisões. Meus agradecimentos aos padres que apoiaram o projeto e mobilizaram as pessoas e comunidades para a partilha; aos empresários e empresas que sempre nos acolheram com espírito de fé e de compromisso com a comunidade Igreja povo de Deus. Muitos lembravam agradecidos da formação cristã que receberam de seus pais em suas famílias e na Igreja. Meus agradecimentos a todos aqueles e aquelas que, com espírito de filhos e filhas de Deus, Igreja comunidade de fé, deram e continuam dando a sua contribuição para podermos pagar todas melhorias realizadas e darmos o passo seguinte, a construção da capela da reconciliação, para qual precisaremos de mais ajuda. Meus agradecimentos aos empresários e às empresas envolvidas na execução do projeto; aos operários que moldaram com suas mãos o que podemos contemplar com os olhos.

Este projeto foi iniciado tendo presente as celebrações dos cem anos das aparições de Nossa Senhora em Fátima, mas também tendo o sentido de gratidão primeiramente a Deus, a Maria pelas graças derramadas sobre o nosso querido povo, aos antepassados que construíram, com espírito de fé, de comunidade e com muito sacrifício, todo este conjunto do Seminário de Fátima. Este local de espiritualidade está no coração de muitas pessoas por aquilo que ele representa na caminhada de fé pessoal e do povo de Deus da nossa Diocese de Erexim.

Hoje, celebrando a solenidade da Assunção de Nossa Senhora ao céu, louvemos e agradeçamos a Deus como Maria, que eleva a Ele um canto de louvor porque olhou para a  humilhação de sua serva e estende a sua misericórdia sobre todos. Ela nos ensina a sairmos do nosso egoísmo, a nos colocarmos a caminho levando Jesus no coração para partilharmos a vida nova que nos oferece com aqueles e aquelas que encontramos ao longo do caminho. Ela nos ensina a sermos fortes, mesmo quando a vida está ferida e ameaçada pela violência e a corrupção que roubam os nossos sonhos e projetos de um amanhã melhor para todos. Ela nos ensina a não perdermos a esperança, o amor, a ternura e a sensibilidade pelas coisas de Deus, pelo dom da vida e pelo bem comum.

O altar ainda não está preparado para o sacrifício da Eucaristia, mas é importante que tenhamos os corações preparados, para acolher o Senhor Jesus, em nossas vidas. Em seguida, vamos consagrar o novo altar, onde o sacerdote apresentará a Deus o pão e o vinho, sinal da oferenda do povo em oração. Mas também é o espaço onde o sacerdote ministerial, e somente ele, tem o poder de consagrar as oferendas e, através deste gesto sagrado, o pão e o vinho serem transformados em Corpo e Sangue de nosso Senhor Jesus Cristo. Na Bíblia Sagrada, o altar simboliza o local da imolação dos sacrifícios a Deus. O livro do Gênesis, 22,9 narra que, tendo Abraão chegado ao local que Deus lhe havia indicado, construiu um altar. No amor e na fidelidade a Deus, Abraão nosso pai na fé, foi muitas vezes provado ao longo da sua vida, mas manteve-se fiel ao Senhor, que o conduzira ao longo de sua história. Jacó (Gn 35,7), no retorno à terra de Canaã, construiu um altar em Betel, porque fora ali que o Senhor Deus lhe aparecera, quando fugia por causa de seu irmão. Moisés o enviado de Deus, para conduzir o povo de Israel da escravidão do Egito para a terra prometida, ergueu altares ao Senhor para oferecer os sacrifícios de comunhão. O centro do templo de Jerusalém era o altar dos sacrifícios, muitas vezes não realizados de forma agradável a Deus.

 

Hoje, celebrando a solenidade da Assunção de Nossa Senhora ao céu, louvemos e agradeçamos a Deus como Maria, que eleva a Ele um canto de louvor porque olhou para a  humilhação de sua serva e estende a sua misericórdia sobre todos. Ela nos ensina a sairmos do nosso egoísmo, a nos colocarmos a caminho levando Jesus no coração para partilharmos a vida nova que nos oferece com aqueles e aquelas que encontramos ao longo do caminho. Ela nos ensina a sermos fortes, mesmo quando a vida está ferida e ameaçada pela violência e a corrupção que roubam os nossos sonhos e projetos de um amanhã melhor para todos. Ela nos ensina a não perdermos a esperança, o amor, a ternura e a sensibilidade pelas coisas de Deus, pelo dom da vida e pelo bem comum.

O altar ainda não está preparado para o sacrifício da Eucaristia, mas é importante que tenhamos os corações preparados, para acolher o Senhor Jesus, em nossas vidas. Em seguida, vamos consagrar o novo altar, onde o sacerdote apresentará a Deus o pão e o vinho, sinal da oferenda do povo em oração. Mas também é o espaço onde o sacerdote ministerial, e somente ele, tem o poder de consagrar as oferendas e, através deste gesto sagrado, o pão e o vinho serem transformados em Corpo e Sangue de nosso Senhor Jesus Cristo. Na Bíblia Sagrada, o altar simboliza o local da imolação dos sacrifícios a Deus. O livro do Gênesis, 22,9 narra que, tendo Abraão chegado ao local que Deus lhe havia indicado, construiu um altar. No amor e na fidelidade a Deus, Abraão nosso pai na fé, foi muitas vezes provado ao longo da sua vida, mas manteve-se fiel ao Senhor, que o conduzira ao longo de sua história. Jacó (Gn 35,7), no retorno à terra de Canaã, construiu um altar em Betel, porque fora ali que o Senhor Deus lhe aparecera, quando fugia por causa de seu irmão. Moisés o enviado de Deus, para conduzir o povo de Israel da escravidão do Egito para a terra prometida, ergueu altares ao Senhor para oferecer os sacrifícios de comunhão. O centro do templo de Jerusalém era o altar dos sacrifícios, muitas vezes não realizados de forma agradável a Deus.

O altar cristão é, por sua natureza, a mesa própria do sacrifício e do banquete pascal, onde o sacrifício da cruz se perpetua sacramentalmente pelos séculos até que Cristo venha; é a mesa na qual os filhos e filhas da Igreja se congregam para dar graças a Deus e receber o Corpo e o Sangue de Cristo. A seguir, ele será dedicado solenemente, através da unção com o óleo do Santo Crisma, da queima de incenso, do revestimento e da iluminação.

Na Santa Missa, celebramos o sacrifício do próprio Jesus, Cordeiro imolado pelos nossos pecados. Nós fomos resgatados pelo seu sangue, que jorrou do seu lado aberto pela espada, e da cruz do Senhor. No altar do Gólgata, nasceu a Igreja, que nos acolhe como filhos e filhas, e nos acompanha no caminho para a casa do Pai.

– Em virtude da unção, o altar torna-se símbolo de Cristo, que é o “Ungido” por excelência e assim é chamado, pois o Pai o ungiu com o Espírito Santo e o constituiu Sumo Sacerdote, para oferecer no altar de seu Corpo o sacrifício da vida pela salvação de todos.

– O incenso é queimado sobre o altar, simbolizando o sacrifício do Cristo, que aí se perpetua no mistério, subindo a Deus em odor de suavidade. Exprime também que as orações dos fiéis chegam ao trono de Deus, propícias e agradáveis.

– O revestimento do altar com as toalhas litúrgicas indica que o altar cristão é ara do sacrifício eucarístico e mesa do Senhor; ao seu redor os sacerdotes e fiéis, numa única e mesma ação, mas em funções diferentes, celebram o Memorial da morte e ressurreição de Cristo e participam da Ceia do Senhor. Por isso, é preparado e festivamente ornado como mesa da refeição sacrifical. Desse modo, vê-se claramente ser ele a mesa do Senhor, ao redor da qual todos os fiéis se reúnem com alegria para se saciarem com o divino alimento, o Corpo e o Sangue do Cristo imolado.

– A iluminação do altar lembra-nos que Cristo é a luz para a revelação dos povos; por sua claridade resplandece a Igreja e, por meio dela, toda a família humana.

Estimados irmãos e irmãs, que este Ano Nacional Mariano e Diocesano das celebrações do centenário da aparições de Nossa Senhora em Fátima possa reavivar em nossos corações o cuidado pela vida, principalmente onde ela se encontra mais fragilizada, o amor pela família, a sensibilidade pela caridade e a nossa espiritualidade, para valorizarmos a presença do Senhor, que caminha conosco na nossa história pessoal e comunitária.

Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo.

Você pode gostar também
  • https://cast.youngtech.radio.br/radio/8070/radio
  • https://jornalboavista.com.br/radioculturafm/
  • Rádio Cultura Fm - 105.9 Erechim - RS