Ministério da Educação quer mais Português e Matemática no ensino médio

As mudanças giram em torno da volta da carga horária obrigatória das disciplinas básicas ao mínimo de 2.400 horas.

Em resposta às criticas da gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acerca da reforma que entrou em vigor no ano passado, o Ministério da Educação (MEC) apresentou suas propostas para o novo ensino médio.

As mudanças, que ainda serão submetidas ao Congresso, giram em torno da volta da carga horária obrigatória das disciplinas básicas, como Português, Matemática e História, ao mínimo de 2.400 horas.

Críticos da reforma apontam que ela ampliou a desigualdade entre redes públicas e privadas de ensino, além de problemas nos itinerários formativos criados – que não tiveram qualquer direcionamento do MEC.

A proposta de aumentar o teto da carga horária de disciplinas básicas e de dar mais direcionamento aos itinerários segue em linha com o que pedem organizações da área, como o Todos Pela Educação e pesquisadores do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP).

Pela reforma de 2022, a formação geral básica foi reduzida a 1.800 horas. O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) não será mudado até o ano que vem e continuará a avaliar o ciclo básico, que pela proposta do MEC terá Português, Matemática, Arte, Filosofia, Educação Física, Sociologia, Literatura, Geografia, História, Química, Biologia, Física, Inglês ou Espanhol e Educação Digital.

A pasta quer ainda reduzir as áreas de itinerários formativos de cinco para três. O ministro da Educação, Camilo Santana, propõe até mesmo rebatizar os itinerários formativos de “percursos de aprofundamentos e integração de estudos”, que passariam a se dividir nas áreas de: Linguagens, Matemática e Ciências da Natureza; Linguagens, Matemática e Ciências humanas e Sociais e ainda a Formação técnica e Profissional.

Na prática, o modelo agora proposto divide os antigos itinerários entre as áreas de Humanas e Ciências da Natureza. O terceiro seria o ensino técnico.

De acordo com Camilo, o modelo da prova do Enem, a partir de 2025, será discutido novamente com a sociedade. Antes da reforma, as três séries do ensino médio tinham 2,4 mil horas de disciplinas básicas e obrigatórias. Com a mudança, esse total passou a ser de 1,8 mil horas e o restante, foi destinado à carga flexível, em que os estudantes escolhem trilhas conforme seu interesse, totalizando um máximo de 3 mil horas.

A ideia agora é de não limitar mais a carga horária e deixar as disciplinas obrigatórias com ao menos 2,4 mil horas.

Essa formação geral básica, de acordo o MEC, deve ter agora as disciplinas de Arte, Filosofia, Educação, Física, Sociologia, Literatura, Geografia, História, Química, Biologia, Física, Inglês ou Espanhol e Educação Digital, além de Português e Matemática.

Com a reforma, o espanhol havia sido deixado de ser considerado uma alternativa à língua inglesa.

“Escola precisa ser atrativa, criativa, acolhedora, que os jovens gostem de ir para escola e queiram ir para lá”, disse Santana.

“O grande erro da implementação foi a forma de diálogo, que não houve na época, e a forma como foi implementada (a Política Nacional do Novo Ensino Médio), muitas vezes sem olhar para a infraestrutura”, afirmou o ministro.

“O que nós estamos fazendo agora é corrigir e melhorar”, finalizou Santana.

A equipe do MEC pretende consolidar a proposta até o dia 21 de agosto, quando devem ser finalizadas as reuniões com entidades educacionais, para que o texto final de alteração da reforma do ensino médio possa ser apresentado ao Congresso ainda no início do mês de setembro.

A ideia do MEC também é a de estimular o ensino médio em tempo integral, o que aumentaria a carga horária geral e não reduziria o espaço destinado aos itinerários necessariamente. O presidente Lula sancionou no fim do mês passado um projeto de lei que pretende ampliar em 1 milhão o número de matrículas nessa modalidade até o ano que vem com R$ 4 bilhões de repasses a Estados e prefeituras.

Por O Sul

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