O governador Eduardo Leite afirmou, na manhã desta segunda-feira (13), que considera liberar atividades comerciais de forma regional, de acordo com a prevalência do coronavírus e da ocupação de leitos hospitalares em cada região. Ao ser questionado sobre a liberação das atividades comerciais nos municípios onde há menos casos, Leite disse que a medida “é possível”, e que ainda avalia a situação em cada região.
— É possível, é possível que façamos algo de forma seletiva (em municípios), observando esta prevalência, como eu disse. Até agora, nos casos confirmados que temos, temos que cerca de 50% dos casos são na Capital, mas não temos metade da população em Porto Alegre. Vamos observar a partir desses outros dados, leitos hospitalares, ocupação… Possivelmente… é possível que seja alguma medida de restrição olhando as peculiaridades de cada região — disse Leite, em entrevista ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha.
Pouco depois, Leite acrescentou que o governo estuda definir dias específicos para funcionamento de cada atividade comercial, para evitar as aglomerações:
— Estamos considerando várias hipóteses, inclusive a de estabelecer datas para que determinados tipos de atividades possam abrir, alternadamente com outras atividades. Ou horários alternados. Tudo que ajude a reduzir o contato entre as pessoas.
O decreto que proíbe o funcionamento do comércio em todos os municípios do Rio Grande do Sul, em vigor desde o dia 1º, vale até esta quarta-feira (15). Na semana passada, Leite chegou a flexibilizar as regras e, desde o dia 9, os municípios passaram a ter autonomia para decidir sobre o funcionamento de restaurantes, lancherias, salões de beleza e lojas de chocolate, mantendo a proibição de abertura do comércio em geral.
A principal informação aguardada por Leite para definir as próximas medidas é a pesquisa de prevalência do vírus na população gaúcha, que deve ser finalizada nesta segunda-feira (13). O levantamento, inédito, buscará conhecer o impacto do coronavírus na população gaúcha a partir desta semana. Agentes coordenados pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) realizam até 4,5 mil testes rápidos para estimar a proporção de casos de infecção pela covid-19 no Estado.
O segundo dado decisivo para Leite é o acompanhamento, em tempo real, da ocupação de leitos de UTI, o que está em implementação na rede hospitalar gaúcha.— O ponto objetivo é: ter o dedo no pulso, com dados mais bem apurados, para que possamos ter o controle do que está acontecendo, e, ao sinal de alguma inflexão (na evolução de casos), podermos agir localmente. Trabalho com esse apoio da nossa comunidade científica para que possamos fazer liberações, sem ameaçar a saúde das pessoas — disse o governador.
Novos leitos ficarão prontos no fim de maio no RS, diz Leite
O governo do Estado avalia que o Rio Grande do Sul terá condições de atender todos os pacientes que precisarem de internação em UTI, no pior cenário projetado da doença. Conforme Leite, antes da pandemia de coronavírus, havia mil leitos de UTI, pelo SUS, disponíveis, com ocupação máxima de 70%. Por esse cálculo, já sobrariam, normalmente, 300 leitos no Estado. O governador destaca que, quando terminarem as instalações de mais 600 leitos, estará garantido o atendimento a todos os pacientes em estado graves.
– Teremos cerca de 300 leitos disponíveis, para atender a covid, considerando que a taxa de ocupação permaneça a mesma. Mas estamos incrementando. Vamos chegar até 60% de incremento, em relação à disponibilidade total. Ou seja, dos mil (atuais), mais 600 leitos. O que daria em torno de 900 leitos (a mais). Serão 900 leitos disponíveis (para atender pacientes de covid-19). É a expectativa de que seja suficiente. A questão agora é ganhar tempo porque alguns fornecedores estão com dificuldade de atendimento de equipamentos – disse Leite.
Questionado sobre o prazo para que todos os leitos estejam operando, Leite afirmou que as estruturas estarão prontas no fim de maio:
– Temos isso em três níveis. Temos mais 195 já incrementados. Além dos 195, da etapa inicial, temos outros dois níveis que deverão ser concluídos no final do mês de abril, e depois no final do mês de maio.