Legado Parlamentar: Luiz Felipe De Marchi fala sobre desafios e aprendizados de sua gestão em 1988

“Eu era um guri quando me elegi vereador”, disse De Marchi

Desde 2021, o Memorial Legislativo da Câmara de Vereadores de Erechim tem a missão de resgatar e preservar a história do Parlamento Municipal, tornando acessível à comunidade o legado de seus representantes. Como parte dessa iniciativa, a TV Câmara Erechim exibe nesta semana a segunda entrevista do programa “Legado Parlamentar”, apresentado pela jornalista Cristiane Rhoden, também coordenadora da TV Câmara.

Nesta edição, o entrevistado é o empresário Luiz Felipe De Marchi, que presidiu a Mesa Diretora da Câmara em 1988. Ele relembrou momentos marcantes de sua trajetória política, marcada por desafios e aprendizados. Eleito vereador aos 26 anos de idade, Luiz Felipe destacou a juventude com que assumiu a função: “Eu era um guri. Quando me elegi vereador, tive um mandato de seis anos, prorrogado na época para alinhar com a Legislatura Federal. Foi um período de muito aprendizado e dedicação ao município”, recorda.

Uma presidência breve, mas de impacto

Em sua entrevista, Luiz Felipe relembrou os acontecimentos que marcaram sua eleição para a presidência da Câmara. Ele assumiu o cargo por alguns meses, mas a eleição foi contestada devido a falhas no processo de apuração de votos. “Na época, os votos eram em papel e, no escrutínio, sumiam votos. Aparecia menos votos do que vereadores. A Justiça entendeu que houve irregularidade e determinou uma nova eleição”, explica.

Na nova disputa, empatou em votos com o então vereador Celso Machado. Pela lei orgânica da época, o critério de desempate era a idade, o que garantiu a presidência a Celso. “Tudo dentro da lei. Claro que no momento não gostei, mas isso não me abalou. Segui o trabalho como vereador com o mesmo compromisso de sempre”, afirmou.

Compromisso com o desenvolvimento de Erechim

Ao longo de seu mandato, Luiz Felipe manteve atuação próxima ao Executivo Municipal, buscando contribuir para a execução dos projetos de governo. Ele destacou a relação de confiança com o então prefeito Jayme Lago: “Eu vinha do Executivo, tinha clareza de que precisava ajudar o município a se desenvolver. Sempre trabalhei em sintonia com a administração, deixando a politicagem de lado”, comentou.

Um dos episódios mais marcantes do período foi a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar denúncias contra a Prefeitura. A investigação se referia à instalação de divisórias de ruas com peças de concreto, popularmente conhecidas como “gelo baiano”, produzidas por uma indústria ligada ao prefeito. “Votei a favor da CPI para esclarecer de uma vez por todas. Havia muita desconfiança, mas ao final ficou provado que não existia irregularidade”, relembra.

Além disso, Luiz Felipe relatou ter contribuído para a regularização de áreas consolidadas no município e apoiado projetos urbanísticos que melhoraram a abertura de ruas e a organização de bairros. “Nosso objetivo sempre foi trabalhar para o povo. Essa é a função maior do vereador”, destacou.

A importância do Memorial Legislativo

Ao avaliar o trabalho do Memorial Legislativo, Luiz Felipe ressaltou a importância de preservar os registros da história política de Erechim. “Tudo o que estamos registrando hoje serve como fonte de pesquisa para as gerações futuras. É fundamental que a comunidade compreenda o papel do vereador e da Câmara como legítimos representantes do povo”, afirmou.

O ex-presidente destacou ainda que a Casa do Povo deve ser protagonista na vida política municipal: “Aqui é onde a representação popular acontece. O Executivo executa, mas é na Câmara que se discutem os projetos em nome da comunidade. O Memorial cumpre um papel essencial de mostrar isso a todos”, concluiu.

Por: Ascom Câmara de Vereadores

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