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Legislativo recebe ex-trabalhadores da empresa Monte Castelo e se propõe conversar com o administrador da massa falida

Na manhã de quarta-feira, dia 27, o legislativo de Erechim recebeu um grupo de aproximadamente 25 ex-trabalhadores da empresa Monte Castelo, que declarou falência em 2015. Esses ex-funcionários estão buscando assistência diante da difícil situação que enfrentam há vários anos. A esperança dessas famílias até foi renovada em setembro de 2022, quando a empresa foi adquirida em um leilão. No entanto, apesar das expectativas, na prática, pouco progresso foi feito desde então.

O legislativo, em conjunto com seu departamento jurídico, dedicou um primeiro momento para ouvir os ex-trabalhadores e trocar ideias sobre como lidar com essa questão. O presidente da Câmara de Vereadores, Sérgio Alves Bento, relatou ao Jornal Boa Vista: “sugerimos para eles de que, enquanto câmara de vereadores, faremos o possível para conversar com o administrador da massa falida. Hoje ou amanhã, já entraremos em contato e tentaremos também uma intermediação com a juíza responsável pelo caso.”

O primeiro passo nesse processo é entender qual caminho seguir para buscar uma solução adequada. Durante a reunião, os ex-funcionários tiveram a oportunidade de tirar muitas dúvidas com o departamento jurídico, o que os deixou mais esclarecidos e otimistas. A reunião foi considerada produtiva, e passo a passo, espera-se avançar na resolução desse problema.

Vale a pena relembrar o depoimento dos trabalhadores em uma entrevista concedida à Rádio Cultura e Jornal Boa Vista:

Mario Piceta, que trabalhou na empresa por 15 anos, compartilhou sua angústia: “Tudo começou com atrasos nos pagamentos em 2011. Recebíamos nossos salários em parcelas, e a situação piorou ainda mais em 2015, quando deixamos de receber completamente. No meu caso, estou com dois salários atrasados e cinco anos sem depósito no fundo de garantia.”

O relato de César, outro ex-funcionário, foi muito semelhante: “Trabalhei na empresa por 25 anos, e agora estou há cinco anos sem o fundo de garantia, com três anos de férias vencidas e salários atrasados por meses.”

As histórias se repetem com outros ex-trabalhadores, como Volmir, que esteve na empresa por cinco anos, Ronaldo, que dedicou 19 anos de sua vida à Monte Castelo, e Rodrigo Grazziotin, com sete anos de trabalho. Grazziotin fez um apelo à população: “Estamos aqui para que todos saibam da nossa situação. Não queremos ser esquecidos. Pedimos o apoio da Justiça do Trabalho e do Sindicato dos Metalúrgicos, pois muitos de nós enfrentam problemas de saúde, têm financiamentos de casas e carros, filhos e famílias para sustentar. Esse dinheiro faria uma diferença enorme. Precisamos de ajuda para obter respostas.”

Edson, que também fez parte do quadro de funcionários da Monte Castelo por sete anos, explicou a demora no processo: “Nosso caso está se arrastando. Cada advogado nos fornece informações diferentes. Quando o patrimônio foi leiloado, pensamos que finalmente receberíamos o que é nosso, mas não foi o caso. Em dezembro de 2022, ouvimos falar de uma ação de um advogado das classes extraconcursais, mas logo isso pareceu parar. Pensávamos que estávamos perto de uma resolução, mas desde então, não obtivemos mais informações. Sempre surge uma nova complicação, e seguimos em busca de respostas.”

A situação desses ex-trabalhadores da Monte Castelo destaca a importância de abordar questões de falência empresarial e proteger os direitos dos trabalhadores afetados. O legislativo de Erechim e outros órgãos competentes continuam trabalhando para buscar uma solução justa e necessária para essas famílias que enfrentam dificuldades há tanto tempo.

 

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