Nesta segunda-feira, 24 de fevereiro, completam-se 92 anos desde que as mulheres brasileiras conquistaram o direito ao voto, garantido pelo Decreto 21.076, assinado pelo então presidente Getúlio Vargas em 1932. A data marcou a instituição do Código Eleitoral e foi um marco na luta por igualdade de gênero no país. No entanto, quase um século depois, Erechim ainda não elegeu nenhuma mulher como prefeita ou deputada.
Ao longo desses 92 anos, a cidade teve apenas uma vice-prefeita, embora várias mulheres tenham se candidatado ao cargo máximo do Executivo municipal, sem sucesso. Na esfera legislativa, a situação não é diferente: nenhuma deputada foi eleita por Erechim. Na Câmara de Vereadores, dos 17 parlamentares, apenas quatro são mulheres.
Essa realidade levanta questionamentos: por que as mulheres de Erechim não elegem outras mulheres? Seria por falta de candidatas dispostas a concorrer aos cargos de prefeita ou deputada? Ou ainda haveria uma influência cultural que mantém as mulheres em posição de submissão aos maridos? Outra possibilidade é que as mulheres erechinenses não se interessem pela política.
O fato é que, após 92 anos, a ausência de representatividade feminina em cargos eletivos de destaque na cidade exige uma reflexão profunda por parte dos partidos políticos. É necessário discutir estratégias para incentivar e apoiar a participação das mulheres na política, garantindo que elas tenham oportunidades reais de disputar e vencer eleições. A igualdade de gênero na política não é apenas uma questão de justiça, mas também de representatividade e democracia.
Por: Egídio Lazzarotto – Redação Jornal Boa Vista
