Grupo “Vovós Sim, Velhas Jamais – 60+” é homenageado pela Câmara de Vereadores de Erechim com Menção Honrosa

Na terça-feira (10), durante a 21ª sessão legislativa da Câmara Municipal de Erechim, o plenário se transformou em palco para uma celebração da vida, da superação e da arte. Em Sessão Especial, o grupo de dança “Vovós Sim, Velhas Jamais – 60+” recebeu Menção Honrosa pelo seu trabalho cultural e social, por iniciativa do vereador Lindomar Osmar Kossmann (União).

Kossmann, destacou o papel inspirador do grupo, que há 17 anos representa Erechim em festivais de dança no Brasil e no exterior. “O grupo enaltece o nome do nosso querido município e mostra que a idade não é um limite, mas uma escolha. Elas são um exemplo de leveza, superação e alegria em qualquer fase da vida”, afirmou o parlamentar.

A homenagem reconheceu não apenas as vitórias em palcos, mas o protagonismo de um grupo que quebra paradigmas sobre envelhecimento. Mulheres com idades entre 53 e 88 anos que, muitas vezes sem nenhuma vivência anterior com a dança, abraçaram o palco como forma de expressão, inclusão e saúde. “Essas mulheres nos ensinam que é possível transformar desafios em possibilidades. Elas mostram que a idade é apenas um número”, reforçou Kossmann.

Em discurso, o vereador ainda lembrou a importância dos avós na formação de valores e memórias afetivas. “Vocês estão reescrevendo a história, mostrando que a idade é um mero número. A determinação e a força de enfrentar o desafio de dançar são um exemplo maravilhoso. A presença de vocês é fundamental para a formação da identidade dos netos. Hoje, vocês são heróis para eles”, disse, sendo aplaudido pelos presentes.

A dança como resistência, inclusão e amor à vida

A coordenadora do grupo, Meliza Rizzi, ressaltou a importância de se dar visibilidade à arte produzida por pessoas idosas. “Talvez para alguns não pareça importante estarmos aqui, mas para essas senhoras e senhores é fundamental. Trabalhamos, lutamos, contribuímos muito para esta cidade e o país. Hoje, contar nossa história é uma forma de resistir”, destacou.

Segundo ela, o grupo surgiu a partir da iniciativa de Geny Oro, então coordenadora da Faculdade da Experiência da Escola Barão do Rio Branco. Desde então, a caminhada tem sido marcada por persistência, trabalho voluntário e superação. “Nós dançamos, mas também vendemos pizzas, fizemos bolachas, costuramos, ensaiamos muito. Não foi fácil, mas foi com honestidade e muita dedicação”, afirmou Meliza.

Hoje, o grupo atua em diferentes categorias – dança de salão, folclore nacional e internacional, estilo livre – e coleciona títulos. Só em 2023 e 2024, acumulou mais de 20 premiações em festivais como o de Joinville (SC), o maior do mundo, além de conquistas em Curitiba, Buenos Aires, Santa Maria, UPF, Erechim, Piratuba, entre outros. Em 2025, seguem colhendo frutos, como o recente prêmio de Destaque Coreográfico com a coreografia “O dia é hoje”, no Festival Alto Uruguai.

“Nossa maior conquista não é apenas o troféu, mas a oportunidade de provar que o idoso tem muitas habilidades, mesmo com limitações. Muitos jovens nos dizem: ‘não conseguimos fazer o que vocês fazem’”, contou Meliza, emocionada.

“Alegria, vida e superação”: a palavra de quem dança

A professora aposentada Mariza Kautz Lichtenstein, de 75 anos, é uma das integrantes do grupo. Ela define a experiência em uma palavra: transformação. “Significa alegria, vida, juventude, comprometimento. Superar limites na minha idade e encarar o público foi desafiador. Mas me emociono até hoje ao lembrar do festival de Piratuba, com toda a plateia aplaudindo”, relatou. “Me sinto acolhida. Tenho gratidão por fazer parte deste maravilhoso grupo.”

O grupo também leva em sua essência o cuidado com a memória e o valor das vivências. “O tempo vai passando, mas deixa rastros de memórias boas no horizonte das nossas vidas”, afirmou Kossmann, ao encerrar seu pronunciamento.

A Sessão Especial foi marcada por aplausos e reconhecimento.

Por Assessoria de Comunicação