‘Greve dos professores dá prejuízo ao transporte escolar’, dizem transportadores

A greve dos professores da rede de educação tem causado alguns transtornos, não apenas aos pais e ao aprendizado dos estudantes, mas também prejuízos ao transporte escolar. Motoristas de vans e ônibus escolares estão tendo que se ‘desdobrar’ para fazer viagens extras todos os dias. Isto por conta dos vários horários de entrada e saída de alunos. Conversando com qualquer transportador, o assunto é o mesmo. “Sou a favor da greve, sem ela não chegamos a lugar algum, mas não acredito que essa seja a melhor maneira. Crianças, jovens e adultos estão perdendo o ano letivo. Já passaram 30 dias, tenho colegas que compraram camionetes novas e estão com dificuldade de assumir as prestações. Dependemos disso para viver, pagar as contas no final do mês e recebendo picado, tem se tornado cada vez mais difícil. A categoria, assim como os alunos são os mais prejudicamos, perde-se muito com isso”, disse a transportadora.

Prejuízos já não cabem no bolso

Ela ainda comentou: “é imoral parar na frente da casa de uma criança que não levo há um mês e, querer cobrar a mensalidade, não tem como. Tenho apenas uma van e os prejuízos já não cabem no bolso. Imagina quem tem funcionários, uma frota maior ou carros recém adquiridos, como ficam?”, questionou.  O transportador Ricardo Lima Majewski, falou que as despesas têm preocupado. “Automaticamente, se não transportamos, não recebemos. Já os alunos com períodos concentrados são duas viagens extras ao transporte habitual. Não sou contra, mas penso, ou param todos, ou dão aula normal. A bagunça é muito grande, assim como a mudança de rotina dos escolares”.

200 veículos escolares

Conforme o presidente da Associação Erechinense dos Transportadores Escolares, Domingos Andretta, atualmente o município conta com em torno de 200 veículos escolares e cerca de 90 proprietários. As reclamações da maioria são parecidas e os custos cada vez mais salgados. “A greve tem atrapalhado a vida dos funcionários. Não somos contrários a greve, mas a categoria precisa de uma vez por todas se unir. Tem escolas trabalhando normalmente, outras com horários reduzidos e aquelas que as aulas foram suspensas. Os gastos têm sido expressivos e os pais estão com dificuldade de remanejar o horário dos filhos. A grande maioria trabalha, então é preciso deixar as crianças na tia, avó e tantos outros lugares”, relatou.

Andretta tem três veículos e dois funcionários

“Um dos meus funcionários está 15 dias parado, não tem culpa disso e precisa receber. O outro está trabalhando em horário reduzido. Com isso, as despesas têm aumentado de R$ 1500 a R$ 2000 mil por carro” salientou Andretta. Os períodos concentrados também têm causado ‘desespero’ entre os alunos do terceiro ano do Ensino Médio, apreensivos com as provas de vestibular. Muitos estão com medo de perder o ano letivo ou não conseguir encerrar as atividades em tempo hábil.

Por Carla Emanuele

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