Governo anuncia a exoneração de diretor da Saúde citado em denúncia de pedido de propina

Jornal publicou reportagem que indica pedido de 1 dólar por dose da AstraZeneca/Oxford

O governo Jair Bolsonaro exonerou, na noite desta terça-feira (29), o diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias, denunciado por um representante empresarial que relatou, em entrevista à Folha de S.Paulo, ter sido pressionado pelo servidor a pagar propina para vender à pasta a vacina Astrazeneca/Oxford. A ordem de exoneração sai na edição do Diário Oficial da União desta quarta-feira (30).

O presidente da CPI da Pandemia da Covid-19, senador Omar Aziz, afirmou que a Comissão vai convocar, na sexta-feira (02), o denunciante. Luiz Paulo Dominguetti Pereira afirmou que o representante do governo pediu propina de US$ 1 dólar por dose.

Na ocasião da suposta cobrança, o Brasil já havia contabilizado 250 mil mortes pela pandemia de Covid-19. Dias chegou ao cargo indicado pelo ex-ministro da Saúde e hoje líder do governo Bolsonaro na Câmara, Ricardo Barros. A nomeação ocorreu ainda em 2019, na gestão do então ministro Luiz Henrique Mandetta.

Funcionário da empresa Davati Medical Supply, Dominguetti contou ter recebido a proposta de propina em encontro informal com Roberto Dias, para tratar de compra de 400 milhões de doses da Astrazeneca/Oxford.

Com a revelação do caso, o governo Bolsonaro é alvo de outra denúncia de corrupção na compra de vacinas em menos de uma semana. Na sexta-feira passada, o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) e o irmão dele e servidor do Ministério da Saúde, Ricardo Miranda, afirmaram à CPI da Covid que a estrutura do governo foi utilizada para o superfaturamento e favorecimento da vacina indiana Covaxin. A nova denúncia também deve ser investigada pela CPI.

O departamento de logística do Ministério da Saúde, alvo das duas denúncias sobre compra de vacinas, é “loteado” por nomes ligados ao Progressistas (PP) desde quando o atual líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PR), conduzia a pasta, entre 2016 e 2018.

Barros também se tornou alvo das investigações, depois que teve o nome citado pelos irmãos Miranda. Segundo a dupla, o presidente Jair Bolsonaro apontou o deputado como o provável responsável pelas irregularidades no contrato da Covaxin depois que soube da denúncia pelos irmãos. Barros nega as acusações.

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