Como ensinar História no contexto atual, quando há uma desvalorização das humanidades e também da classe docente? Esta é uma das diversas questões que permeiam a 24ª edição da Jornada de Ensino de História e Educação, que está ocorrendo esta semana na Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) – Campus Erechim. Além de palestras e trocas de experiências, a programação do evento conta com a apresentação de mais de 60 trabalhos acadêmicos, desenvolvidos por pesquisadores de diversas instituições do Rio Grande do Sul, incluindo a UFFS.
A Jornada é um evento realizado anualmente pelo Grupo de Trabalho (GT) de Ensino de História e Educação da Associação Nacional de História – Seção RS (ANPUH-RS). Neste ano, o tema das discussões é “o ensino de História e Educação em tempos de incerteza”.
Segundo o professor Gerson Fraga, docente do curso de Licenciatura em História da UFFS e um dos responsáveis pela organização do evento, a Jornada é fruto de um trabalho bastante consolidado do GT que o realiza em todos os anos. “É um grupo bastante combativo na defesa do ensino de História e da importância da formação dos professores”, comenta Gerson.
“Receber um evento que é realizado há tanto tempo é uma forma também de dar uma visibilidade ainda maior para a UFFS. Estamos inseridos dentro de uma lógica de produção acadêmica que pode ser pensada em termos nacionais, mas também pode ser pensada dentro do Rio Grande do Sul. Estamos integrando professores, os alunos, mostrando para os acadêmicos que existe esse GT para que eles se integrem também. Isto dá uma visibilidade para o nosso trabalho, para as nossas produções e para os nossos alunos”, destaca o professor da UFFS.
Para Gerson, o ensino de História deve ser refletido na atualidade a partir do contexto de absoluta desvalorização das Ciências Humanas. “Parece que as humanidades estão sendo atacadas no sentido de perder o seu caráter de ciência. De repente tudo vira opinião, tudo vira achismo. As verdades e certezas ficam muito fluidas e líquidas. Parece que tudo está sendo relativizado. E quando isso ocorre temos problemas, porque há coisas que não podem ser relativizadas”, comenta.
Desde segunda-feira já passaram pelo evento estudiosos de Santa Maria, Porto Alegre, Caxias do Sul, entre outras localidades. “A Jornada tem esse caráter também, é importante pelas trocas e contatos que se estabelecem. Temos participantes que são pesquisadores e que utilizamos em nossas referências bibliográficas para algumas disciplinas”, pontua o professor Gerson.
Hoje à noite, a partir das 19h30, ocorre a mesa de encerramento com a participação dos professores Enrique Serra Padrós, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e Mairon Escorsi Valerio, da UFFS. Será no Auditório do Bloco B. A participação é aberta para toda a comunidade acadêmica e regional.