Estrutura de laboratórios da UFFS apresenta equipamentos e serviços de ponta

Mais de 3,4 mil m² estão à disposição da comunidade acadêmica e regional, em espaços que contemplam diversas áreas do conhecimento

Concentrada entre mil observações, Aline Frumi Camargo se divide ora olhando para os cadernos, ora para os experimentos que fazem parte de seu projeto de conclusão de curso. Acadêmica da 9ª fase de Engenharia Ambiental e Sanitária da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) – Campus Erechim, a jovem passa, pelo menos, um turno inteiro de seu dia no Laboratório de Microbiologia e Processos. Essa rotina faz parte do cotidiano de Aline desde 2014, quando iniciou como bolsista de Iniciação Científica. Atenta em seu estudo sobre bio-herbicidas, a acadêmica utiliza o laboratório como sua segunda casa. “A infraestrutura daqui me auxilia muito”, diz. “É um ambiente agradável, onde nos sentimos confortáveis. Isso gera boa produtividade. Com certeza é essencial para a minha formação.”

A rotina de Aline exemplifica um pouco do trabalho que a UFFS vem desenvolvendo no Alto Uruguai gaúcho, região antes desassistida pelo ensino superior federal, público e gratuito. Graças a investimentos feitos desde a chegada da Instituição, em 2010, a estrutura de laboratórios do Campus Erechim tem permitido que os mais de 1.800 alunos da unidade vivenciem, nesses espaços, um pouco dos ambientes que terão que experimentar na vida profissional.

A UFFS – Campus Erechim possui 31 laboratórios didáticos distribuídos em três pavilhões. São 3.425,26 m² destinados a aulas práticas, atividades de pesquisa, TCCs, dissertações de mestrados e projetos de iniciação científica, além de atividades de extensão que contemplam públicos como escolas, pequenos agricultores, entidades, entre outros.

No Pavilhão 1 estão os laboratórios que atendem principalmente as aulas práticas e o desenvolvimento de projetos do curso de Arquitetura e Urbanismo. Segundo Ângela Camila Grando Deffaci, coordenadora adjunta de Laboratórios, a estrutura atende também, em alguns momentos, os cursos de Agronomia, Interdisciplinar em Educação do Campo, Engenharia Ambiental e Geografia.

No Pavilhão 2 estão os espaços de interesse comum para todos os cursos, e, no Pavilhão 3, localizam-se os laboratórios que atendem preferencialmente os cursos de Agronomia (incluindo o curso do Edital Pronera), Engenharia Ambiental e Interdisciplinar em Educação do Campo.

A Maquetaria e os Ateliês de Projetos atendem ao curso de Arquitetura e Urbanismo. Segundo destaca o professor Murad Jorge Mussi Vaz, “um ponto importante é a qualidade das salas, com insolação adequada e bancadas com pontos d’água, permitindo que um amplo número de oficinas ocorra utilizando diversas técnicas e materiais”, aponta o docente. “É também um espaço que agrega os acadêmicos, pois, além da realização de aulas, ele fica disponível para os diversos trabalhos em grupo, permitindo trocas de diversas fases”.

“A Maquetaria tem, além de todo o ferramental convencional, uma máquina de corte a laser. Ela funciona assessorada por técnicos e monitores, permitindo modelos que vão de projetos urbanos a mobiliário e detalhamento. Os Ateliês são bem adequados e comportam aulas de projetos com inserção de teoria e conteúdos ampliados, reforçando a integração em ateliê.”

Entre os laboratórios do segundo pavilhão está o de Topografia, com mais de 40 equipamentos topográficos para levantamentos básicos, como estações totais, níveis eletrônicos e óticos, teodolitos e todos seus acessórios. De acordo com o professor Gismael Perin, a variedade de materiais permite que as aulas práticas sejam realizadas por estudantes divididos em grupos pequenos, possibilitando a todos o acesso aos equipamentos. “A qualidade na formação dos nossos acadêmicos é afetada positivamente, pois todos têm a oportunidade de manusear e operar estes equipamentos durante as aulas”, fala Gismael.

Nem só os estudantes da Universidade são atendidos pela estrutura de laboratórios do Campus. É o caso do Laboratório de Geoprocessamento e Geotecnologias, que, além de ser utilizado no desenvolvimento de projetos de Ensino, Pesquisa e Extensão, também contribui para responder demandas regionais relacionadas aos Comitês de Bacias Hidrográficas. O espaço é voltado principalmente para estudos sobre planejamento e gestão do território, planejamento ambiental de bacias hidrográficas, planejamento urbano e ordenamento territorial. Conforme explica o professor João Paulo Bezerra, “a partir de procedimentos metodológicos no campo do sensoriamento remoto, Sistema de Informações Geográficas (SIG), geoprocessamento e cartografia digital, o laboratório tem um papel formativo tanto para os alunos dos bacharelados quanto das licenciaturas, incluindo os cursos de Geografia, Engenharia Ambiental e Sanitária, Agronomia e Arquitetura e Urbanismo”.

Entre os laboratórios do Pavilhão 3 está o de Química, projetado para atender as disciplinas experimentais dos cursos de Graduação. O local permite conciliar atividades de Pesquisa e Extensão voltadas à manipulação e propriedades da matéria, com uma série de equipamentos que visam promover uma rápida resposta a parâmetros físico-químicos de comportamento das substâncias analisadas. A estrutura conta também com estufas de secagem, refrigeradores para armazenamento de soluções e amostras, destiladores e purificadores de água.

Outro destaque é o Laboratório de Solos, que possui, na parte de mecânica dos solos, equipamentos capazes de fornecer a estrutura para caracterização física e geotécnica destes, bem como do seu comportante em relação a deformabilidades e resistência. O professor Eduardo Korf destaca, entre os materiais, a prensa de cisalhamento direto, que permite avaliar a resistência drenada e não-drenada de diferentes solos e é, sem dúvida, um destaque na região. “Nossa infraestrutura é de excelência e estamos próximos de outras instituições renomadas”, avalia o professor.

O curso de Agronomia dispõe, entre outros, do Laboratório de Entomologia e Fitopatologia e também o de Bromatologia. Com o surgimento de novos insetos-praga e patógenos de plantas, capazes de provocar reduções na produtividade das mais diversas culturas agrícolas, o primeiro espaço torna-se fundamental para a formação dos futuros agrônomos. No Laboratório de Bromatologia os equipamentos possibilitam a análise de nutrientes dos alimentos, facilitando, assim, a obtenção de respostas para diferentes enfoques de pesquisas.

Nos trabalhos do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária, destaca-se o Laboratório de Efluentes e Resíduos, que desenvolve estudos nas áreas de tratamento de efluentes, resíduos sólidos e poluição atmosférica. Já o Laboratório de Ecologia e Conservação é um espaço utilizado principalmente para Ensino e Pesquisa na área de ecologia e ecotoxicologia aquática. A professora Marília Hartmann aponta: “Podemos analisar com precisão os efeitos dos agrotóxicos em vertebrados não alvo, sendo uma das poucas universidades da América do Sul que estuda ecotoxicologia com anfíbios. Essa estrutura permite que alunos realizem aulas práticas, tenham iniciação científica e tecnológica, desenvolvam TCCs e dissertações de mestrado com equipamentos de ponta”.

O Campus possui também sua própria Central Analítica, com diversos equipamentos de ponta utilizados em análises. De acordo com o professor Eduardo Korf, eles foram adquiridos por pesquisadores da UFFS via projeto de fomento da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e com recursos próprios da Universidade. “Nossa estrutura é um destaque para a nossa região e demostra uma evolução muito rápida para uma universidade jovem como a UFFS, que tem apenas 8 anos”, diz Eduardo.

O professor aponta ainda que os cursos de Pós-Graduação, especialmente os Mestrados, também se beneficiam do espaço em trabalhos de cunho experimental. “Há alunos que realizam seus projetos integralmente em laboratórios da UFFS. Passam mais de 1 ano no laboratório e depois publicam, junto com os orientadores, artigos científicos em revistas renomadas”, fala. “Isso mostra que estamos realizando pesquisas de excelência, que contribuem para a consolidação da Pós-Graduação e da Pesquisa na Universidade, bem como na conquista de resultados que trazem significativo desenvolvimento científico e tecnológico nas mais diversas áreas.”

Futuros professores também são beneficiados

Assim como os Bacharelados, os cursos de Licenciatura também têm espaços específicos para o desenvolvimento de suas atividades no Campus. O Laboratório de Docência, por exemplo, objetiva o treinamento para atividades de ensino e pesquisas sobre o ensino, através da realização de práticas pedagógicas entre os próprios acadêmicos, acompanhados por seus professores e/ou orientadores de estágio ou trabalhos de conclusão de curso.

Segundo o professor Reginaldo José de Souza, “também pode ser um espaço para recepção de estudantes de escolas de Educação Básica, por exemplo, por meio de projetos de Extensão, a fim de que os acadêmicos da UFFS promovam trabalhos complementares, de acordo com os conteúdos e estratégias de ensino-aprendizagem combinados com os docentes das escolas que buscam parcerias com as atividades desenvolvidas na Universidade”.

Inaugurado no início de junho, o Centro de Documentação e Laboratório de História Oral começou a dar seus primeiros passos. Seis alunos bolsistas trabalham com as professoras Débora Clasen e Caroline Rippe, além da técnica em arquivo Clarice Ribeiro, na organização e catalogação do acervo inicial. O professor Gerson Fraga explica que o objetivo é “disponibilizar um espaço para os alunos e a própria comunidade, capaz de fomentar pesquisas no campo da História e da memória, uma vez que diversos trabalhos dos alunos dialogam de alguma forma com as metodologias da História Oral”. Assim, o laboratório pretende atuar também com uma função pedagógica, uma vez que trata-se de um espaço de acesso às fontes primárias – elementos fundamentais na formação do historiador.

O Campus da UFFS possui também uma Brinquedoteca, criada para atender principalmente as demandas do curso de Pedagogia. O espaço busca proporcionar aos futuros professores conhecimentos sobre teorias e práticas que envolvem brinquedos e brincadeiras, exercendo e refletindo sobre diferentes práticas educativas. Além de observar a criança, acadêmicos e professores também podem desenvolver ações pedagógicas com vistas ao aperfeiçoamento profissional. Através da Brinquedoteca são feitos convênios para o desenvolvimento de projetos e atividades com escolas públicas, entre outras instituições de atendimento às crianças da região.

Tem mais

Além destes espaços, a UFFS – Campus Erechim abriga também os seguintes laboratórios: Laboratório de Geologia, Geomorfologia e Química dos Solos; Laboratório de Manejo Sustentável dos Sistemas Agrícolas; Laboratório de Microbiologia e Bioprocessos; Laboratório de Agroecologia; Laboratório de Microscopia; Laboratório de Cartografia, Acervo e Documentação; Mapoteca; Laboratório de Softwares Aplicados; Laboratório de Informática; Laboratório de Hidroclimatologia; Laboratório de Conforto Ambiental e Ambiência; Laboratório de Desenho; Laboratório de Astronomia, Ótica e Física Moderna; Laboratório de Eletricidade e Máquinas Elétricas; Laboratório de Mecânica, Fluidos, Ondas e Termologia; Laboratório de Materiais, Estruturas e Restauro; e Sala de Equipamentos.

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