Estiagem impacta na produtividade estimada das lavouras

Na região do Alto Uruguai, a precipitação pluviométrica variou de 17 a 57 milímetros amenizando um pouco o impacto da estiagem nas culturas de verão.  As propriedades também enfrentam falta de água, de acordo com informativo conjuntural do Escritório Regional da Emater/RS-Ascar Erechim.  Muitos rios e córregos estão com pouco ou quase nada de vazão.

As lavouras de soja, com área plantada de 238 mil hectares, estão com   60% da área semeada colhida e 40% em enchimento de grão e maturação.  Expectativa inicial era de produtividade de 3849 kg/ha (64,15 sc/ha), hoje a produtividade está em 2.443 kg/ha (40,71 sc/ha) de média na região. Perdas no momento de 36,50% em relação a estimativa inicial.

As lavouras de milho grão estão com 95% da área cultivada colhida e 5% em enchimento de grão e maduro por colher. A produtividade inicial esperada era de 9274 kg/ha, no momento é de 7473 kg/ha (124,5 sc/há) com perdas de 19,5%.

Milho silagem

A área 16.610 hectares destinada para milho silagem já está colhida.  A expectativa inicial era de 38.800 kg/há. Houve perdas de 6% com produtividade alcançada de 36.514 kg/ha.

Crédito Rural

Até o momento foram encaminhados 657 projetos de custeio e investimento totalizando um montante de R$ 27.418.468,00 na região do Alto Uruguai, de acordo com levantamento do Escritório Regional da Emater/RS-Ascar, parceira da Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr).

Hortifrutigranjeiros

A estiagem também tem prejudicado a produção de hortifrutigranjeiros. Algumas folhosas como alface, tempero verde e rúcula, por exemplo, têm apresentado diminuição de tamanho, perda da qualidade e incidência de pragas (Trips).  A produção de tomate segue normal. Na região, tem dois produtores que cultivam no sistema hidropônicos, segundo levantamento da Emater/RS-Ascar. A comercialização em feiras municipais está suspensa. Os produtores ainda estão verificando formas de comercialização.

Morango

Na região são cultivados 8,2 hectares.  Alguns municípios estão plantando novas áreas de mudas oriundas da Espanha. A cultura está em fase de formação inicial de frutos. Expectativa de boa produtividade e qualidade da fruta em função das noites frias que tem ocorrido.

Laranja

A área cultivada com pomares de laranja na região é de um pouco mais de 3 mil hectares. No momento, o mercado está reprimido em função do coronavírus. Variedades precoces como umbigo, navelina, salustiana e iapar estão em início de maturação de frutos.

Bergamota

Os pomares com bergamotas, com área de 379,0 hectares na região. As variedades satsuma oktso estão em fase de colheita com mercado estagnado no momento devido ao coronavírus.

Figo

A produção de figos está com 75% da área existente na região colhida, sendo que alguns produtores que vendem a fruta para consumo in natura terão fruto até a ocorrência de geadas.

Pêssego

A safra de pêssego está em fase de dormência.

Caqui

Está em fase de produção-colheita, com expectativa baixa de produtividade pela ocorrência de geadas tardias no ano passado.

Pastagens

As condições gerais das pastagens continuam ruins, com pastos fibrosos, pouco palatáveis de baixa digestibilidade. As espécies nativas tiveram alguma recuperação com a chuva da semana, melhorando sensivelmente o aspecto e possibilitou aos agropecuaristas de corte cujos rebanhos são manejados exclusivamente em pastos nativos, segundo dados da Emater/RS-Ascar.

As áreas plantadas com espécies anuais de verão (sorgo, milheto e sudão) não estão conseguindo se estabelecer devido à escassez de umidade do solo. As espécies perenes cultivadas (Ex.: giggs, tifton, elefante) encontram-se muito fibrosas e com ínfima taxa de crescimento, com exceção das irrigadas que tiveram um bom desenvolvimento.

O período é de transição de base forrageira, uma vez que as espécies de verão estão senescendo e as espécies de inverno ainda não se estabeleceram. Alguns agricultores já estão iniciando a implantação das pastagens anuais de inverno, tais como aveia, centeio e azevém.

Bovinocultura de corte

Os rebanhos de bovinos de corte encontram-se em bom estado sanitário. Em torno de 25% dos animais da região já foram vacinados contra a febre aftosa. Devido à diminuição da oferta de forragem, houve uma aceleração na venda de bezerros. Alguns dos remates programados para o mês de abril foram cancelados devido a falta de animais (pela comercialização antecipada dos mesmos) e pela pandemia do coronavírus.

Os preços dessa semana ficaram em: boi gordo: R$ 7,00 Kg vivo; vacas de descarte: R$ 5,50 kg vivo; terneiros: R$ 7,50 kg vivo. A maioria dos animais é comercializada com compradores da região do Alto Uruguai Gaúcho (mercado local).

Bovinocultura de leite

Os rebanhos estão com estresse calórico, especialmente pelas deficiências dos sistemas de refrigeração (confinamentos) e pela falta de sombra e água nos piquetes dos sistemas pastoris. Os animais estão em boas condições sanitárias. Estima-se que 30% dos animais leiteiros já foram vacinados para febre aftosa. A produção regional de leite reduziu aproximadamente 15% em relação à expectativa inicial para o período. Preço estável, com média, R$ 1,35 R$/L.

Apicultura

A colheita de mel está praticamente finalizada, com produtividade média de 20 kg/colmeia. A baixa precipitação pluviométrica facilitou o trabalho das abelhas para coleta de pólen e néctar. Ainda há boas floradas na região. Não houve casos de mortandade de abelhas na semana.

A comercialização é essencialmente local. Grandes volumes de mel encontram dificuldades de comercialização, visto que dependem de compradores de outras regiões e, neste caso, os preços diminuem significativamente.

O mel está sendo comercializado entre R$ 8,00 (atacado) e R$ 20,00/kg (varejo), o pólen com embalagem de 130 gramas R$ 15,00; a própolis com embalagem de 100 ml R$ 15,00 e saches a R$ 50,00/kg. Preço estável na semana.

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